Estamos vivendo a Era dos Fandoms, um movimento que se consolidou como força cultural dominante, capaz de transcender fronteiras e influenciar diferentes esferas da sociedade. Fandoms impulsionam tendências, geram identificação, promovem participação ativa de nichos e movimentam a economia de diversos mercados. No passado analógico, eram chamados de “fã clubes”. Hoje, ganham força digital que não pode ser ignorada.
A lógica dos fandoms está intrinsecamente conectada às redes sociais, tornando seu impacto no comportamento do consumidor ainda mais significativo. Compreender essa dinâmica representa uma oportunidade valiosa para as marcas que desejam construir vínculos emocionais duradouros com o público. Afinal, os fandoms combinam consumo e devoção em níveis raramente vistos. Basta observar fãs que acampam por dias em estádios para garantir o melhor lugar em um show ou que passam horas na porta de hotéis em busca de um aceno de seu ídolo.
O público brasileiro, em especial, é reconhecido por sua paixão. Fervorosos, os fãs nacionais mobilizam comunidades inteiras em torno de artistas, causas ou temas de interesse. Um exemplo marcante foi o viral “Come to Brazil”, de Bruno Mars – apelidado carinhosamente de Bruninho – que viralizou com um vídeo de agradecimento ao público após sua turnê em 2023. A comoção foi tamanha que o artista retornou no ano seguinte para uma maratona de 14 shows, muitos com ingressos esgotados. Uma simples publicação de menos de um minuto se transformou em um case de conexão com a comunidade, fortalecendo sua imagem como marca pessoal.
E os brasileiros não apenas engajam nas redes: também estão dispostos a investir financeiramente. Uma pesquisa da Monks em parceria com o floatvibes, instituto de estudos culturais e comportamentais, revelou que os fãs no país gastam, em média, R$ 200 por mês para manter sua relação com seus ídolos. O valor é cinco vezes superior ao gasto médio mensal da população com cultura, que gira em torno de R$ 40, segundo dados do IBGE.
O levantamento ainda aponta os quatro principais eixos de mobilização dos fãs: música, esportes, audiovisual (filmes e séries) e games. Os fandoms são, em grande medida, organizados em torno do consumo, e 53% dos entrevistados afirmam que consumir produtos relacionados é essencial para manter sua dedicação como fã.

Entre os cases de destaque, a Sadia se posiciona como uma marca que compreendeu o poder das comunidades. Com ativa presença nos territórios da música e do esporte, por meio de patrocínios ao Lollapalooza Brasil e a NBA House, a marca vai além do branding tradicional. Sua estratégia inclui uma jornada contínua nas redes sociais, com o envolvimento de creators, ativações personalizadas e aproximação com elementos-chave das comunidades, como fã-clubes.
Para o Lollapalooza Brasil de 2025, a marca iniciou o diálogo com os fandoms bem antes do evento, realizando um sorteio de ingressos na rede social X por meio de perfis de fã-clubes dos principais headliners do festival. A ação gerou mais de 9 mil menções e um engajamento 35% superior ao da promoção de 2024, aberta ao público em geral.
Esse tipo de ativação é uma oportunidade valiosa para as marcas que desejam dialogar com os consumidores do futuro. A Geração Z, que lidera o engajamento com os fandoms, é também a mais predisposta a transformar admiração em fidelidade: 61% se declaram superfãs de algo ou alguém*.
Ao se engajar diretamente com essas comunidades, as marcas têm a chance de mapear hábitos de consumo, gerar awareness, construir lealdade e até desenvolver produtos personalizados. Em um mercado cada vez mais guiado por afinidade e identificação, ativar fandoms é essencial para marcas que buscam se tornar verdadeiras lovebrands — presentes não só no feed, mas também no coração (e no carrinho) dos consumidores.
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