De acordo com o Dicionário Cambridge, o termo hype pode ser atribuído a qualquer fenômeno que ostente promoção intensiva, tanto por parte da mídia, quanto por parte do público. Outra compreensão da palavra em seu idioma de origem sugere a exposição exagerada das qualidades de um agente - seja ele humano ou robô.
Trazendo as definições para o ponto de vista prático, o surgimento de ferramentas democráticas de Inteligência Artificial, como o Chat GPT e o Midjourney, trouxe ao tema uma onda de popularidade sem precedentes. Mais que apenas falar sobre IA, as pessoas estão incorporando ferramentas inteligentes ao seu dia-a-dia - algo que, por vezes, envolve graus entusiasmados de exposição exagerada das funcionalidades destes recursos.
Neste cenário, o resultado da somatória entre as definições aceitas pelos dicionários e as cada vez mais empolgadas práticas de uso e divulgação das ferramentas inteligentes sugere que a Inteligência Artificial se encaixa perfeitamente nas definições conservadoras de hype. No entanto, a popularização do termo acrescentou a sua definição um significado bastante informal: na cultura popular, hypes tendem a ter data de validade - ou, em outras palavras, breve encontrarão o seu fim.
Em conversa com o Clube Mundo do Marketing, Marcel Ghiraldini, Chief Growth Officer da Math Marketing, deixou claro, em três pontos, o seu parecer sobre o significado da palavra hype quando associada à Inteligência Artificial:Facilidade de uso da tecnologia
Quando comparada a tecnologias que empolgam os entusiastas digitais nos últimos anos, a Inteligência Artificial apresenta uma vantagem crucial para a sua continuidade: a facilidade de uso. “O maior problema do Metaverso, por exemplo, é ter que usar um óculos para navegar. Se eu coloco esse óculos, eu paro de enxergar, e aí tenho que fazer uma coisa só. Hoje, estamos no mundo da multi tela, trocamos mensagens enquanto pegamos um Uber, lemos um livro e ouvimos o Spotify ao mesmo tempo. Nessa comparação, a IA encontrou maneiras mais fáceis de entrar na nossa vida. Esse é o primeiro e o principal ponto”, comenta o CGO.
Aceitação do público Em pouco mais de seis meses desde o seu lançamento, o Chat GPT já conquistou - e continua conquistando - uma legião de usuários que expandem a sua aplicação a intuitos inimagináveis. "Uma pesquisa da Business Insider elencou quanto tempo alguns serviços e tecnologias demoraram para conquistar um milhão de usuários. A Netflix demorou três anos e meio. Se pegarmos tecnologias na faixa do intra-ano, o primeiro é o Facebook, que conseguiu em dez meses. Temos também o Spotify, que conseguiu em cinco meses, e o Instagram, que atingiu a marca em dois meses e meio. O Chat GPT conseguiu esse volume de usuários em cinco dias”, prossegue. Aplicações ao mundo empresarial
A versatilidade dos recursos de ferramentas como o Chat GPT desperta o interesse de grandes, pequenas e médias empresas, bem como empreendedores, estudantes e curiosos, que desejam se beneficiar de todo o arsenal tecnológico oferecido pela plataforma. “O uso da tecnologia traz um conceito que sugere um abismo simbólico no qual muitas tecnologias morrem ao não conseguirem saltar sobre ele - em outras palavras, estas tecnologias não obtêm a adesão de pessoas que, ao utilizarem tal tecnologia, encontram valor para a vida delas. A minha percepção é que a IA generativa, não apenas o Chat GPT, já encontrou vários caminhos para pular esse abismo e chegar ao outro lado, e por isso, não pode ser considerada um mero hype”, finaliza Ghiraldini.
Marcel Ghiraldini foi um dos participantes da semana de discussões realizadas pelo Clube Mundo do Marketing. Durante o bate-papo, o CGO abordou temas como os impactos imediatos da IA na rotina das empresas e deu dicas para empreendedores que não desejam ficar para trás no novo panorama imposto pela tecnologia ao mundo dos negócios.
Confira o bate-papo no Clube Mundo do Marketing:
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