<p class="titulomateria">Sinergia entre os meios estimula lembran&ccedil;a de marca</p> <p>Por Guilherme Neto<br /><a href="mailto:pauta@mundodomarketing.com.br">pauta@mundodomarketing.com.br</a></p> <p>A satura&ccedil;&atilde;o de informa&ccedil;&atilde;o &eacute; um fato ineg&aacute;vel atualmente. Em um dia, somos expostos a cerca de 1000 mensagens. O investimento em comunica&ccedil;&atilde;o &eacute; cada vez maior, mas a lembran&ccedil;a de uma marca ou produto fica cada vez mais complicada. Com tanta concorr&ecirc;ncia, fica realmente dif&iacute;cil manter alguma a&ccedil;&atilde;o de Marketing na mem&oacute;ria, o que pode trazer um mal resultado no ROI (Retorno sobre o Investimento) de uma empresa. Isso fica ainda mais evidente com o advento da Internet, onde qualquer consumidor pode gerar conte&uacute;do e ficar no controle das comunica&ccedil;&otilde;es &agrave; sua volta, atrav&eacute;s das mais variadas formas de se relacionar e responder &agrave;s campanhas de Marketing e Publicidade. Como, ent&atilde;o, se sobressair nesse meio?</p> <p>A solu&ccedil;&atilde;o &eacute; buscar uma converg&ecirc;ncia e propor&ccedil;&atilde;o satisfat&oacute;ria em diversos canais de atua&ccedil;&atilde;o, afirmam os especialistas. &Eacute; preciso cobrir todas os pontos de contatos. Uma boa forma &eacute; tentar criar a&ccedil;&otilde;es que gerem m&iacute;dia espont&acirc;nea e viraliza&ccedil;&atilde;o. Fazer um levantamento de ROI sobre que tipo de a&ccedil;&otilde;es trazem um melhor retorno &eacute; um bom come&ccedil;o, mas aliar inova&ccedil;&atilde;o a pesquisas sobre o mercado e seus consumidores &eacute; outra boa t&aacute;tica.</p> <p>Com isso em mente, Valkiria Garr&eacute;, Diretora Executiva da Millward Brown Brasil, lembra que as atividades de uma marca podem impactar o consumidor de duas maneiras. Uma &eacute; atrav&eacute;s de Marketing. A outra &eacute; o patamar que todas as empresas desejam. Trata-se da venda como reflexo de um h&aacute;bito, experi&ecirc;ncia de outros ou do simples boca-a-boca. Na hora de deixar essa marca na mente dos consumidores, uma boa t&aacute;tica pode ser o uso de a&ccedil;&otilde;es integradas em diversos canais, de prefer&ecirc;ncia estimulando a participa&ccedil;&atilde;o dos consumidores.</p> <p>Televis&atilde;o, revistas, jornais, jogos, eventos, patroc&iacute;nios, celular, internet ou at&eacute; mesmo as ruas. Qualquer lugar, com boa criatividade, pode ser um bom local para realizar a&ccedil;&otilde;es de propaganda. O recomend&aacute;vel &eacute; apenas que n&atilde;o haja uma satura&ccedil;&atilde;o da marca atrav&eacute;s do excesso de exposi&ccedil;&atilde;o, adequando-se para encontrar uma melhor propor&ccedil;&atilde;o em cada meio e que todas elas se comuniquem de alguma forma e n&atilde;o sejam apresentadas isoladamente.</p> <p><span class="subtitulomateria">Resposta est&aacute; no c&eacute;rebro</span><br />Para comprovar essa teoria, a Editora Abril foi buscar resposta na neuroci&ecirc;ncia. A empresa, com base em pesquisas internacionais, fez um estudo que consistia em apontar quantas pessoas ainda se lembravam de campanhas publicit&aacute;rias. Todas elas tinham recebido exatamente a mesma verba como investimento, mas atuaram de tr&ecirc;s formas diferentes: apenas na TV, apenas em revista e em TV e revista. Foram ouvidas 614 pessoas, maiores de 18 anos, pertencentes &agrave;s classes A e B e residentes em S&atilde;o Paulo (400) e no Rio de Janeiro (214).</p> <p>Os entrevistados assistiam a diversos v&iacute;deos publicit&aacute;rios e liam an&uacute;ncios impressos em diversas revistas. Na primeira exibi&ccedil;&atilde;o, as propagandas apresentadas n&atilde;o apresentavam qualquer vest&iacute;gio de marca. Nesse ponto, eram perguntados se lembravam da campanha e tentavam adivinhar qual era a marca. Ap&oacute;s uma segunda exibi&ccedil;&atilde;o, sem qualquer corte, respondiam se tinham interesse de compra. Em todos os casos, o resultado foi mais positivo em campanhas veiculadas na TV e revista ao mesmo tempo.</p> <p>"Tentei buscar uma raz&atilde;o entre diversos neurologistas at&eacute; que um deles respondeu que a percep&ccedil;&atilde;o do an&uacute;ncio em TV e revista segue caminhos diferentes atrav&eacute;s do c&eacute;rebro. Portanto, quanto mais caminhos, mais f&aacute;cil de lembrar", ensina Dimas Mietto, Diretor de Marketing Corporativo da Editora Abril. Segundo ele, quanto mais impactante for a mensagem passada ao consumidor, mais a possibilidade dele lembrar-se. "Marketing perfeito &eacute; aquele que estimula o uso dos cinco sentidos. Isso pode ser percebido nos test drive de carros, que em alguns casos oferecem at&eacute; lanche ao cliente", exemplifica Dimas.</p> <p><span class="subtitulomateria">Familiaridade estimula inten&ccedil;&atilde;o de compra</span><br />O estudo tamb&eacute;m trouxe alguns dados importantes: 88% dos entrevistados afirmam gostar de propaganda, 56% disseram que fazem compras influenciados por Marketing e 53% experimentam novos produtos. Quase dois ter&ccedil;os deles tamb&eacute;m contam que cortam an&uacute;ncio de revista, com 47% levando-os &agrave;s compras. "Isso aponta que a rela&ccedil;&atilde;o do consumidor com a revista &eacute; mais envolvente, freq&uuml;ente e intensa do que com a televis&atilde;o", afirma Dimas, durante o I F&oacute;rum ABA Rio de ROI, no Rio de Janeiro.</p> <p>&Eacute; comum pesquisas apontarem a prefer&ecirc;ncia do consumidor para uma determinada marca, por mais que ele escolha outra na hora de comprar. Quando perguntados o por qu&ecirc;, o motivo apontado &eacute; que algum familiar ou amigo tem o h&aacute;bito de usar, ou porque a marca tem um hist&oacute;rico de qualidade em suas linhas de produtos. "Isso faz parte da prerrogativa humana, do instinto de sobreviv&ecirc;ncia. A familiaridade leva o homem a tomar decis&otilde;es corretas e evitar o risco do conhecido. Por isso, a inten&ccedil;&atilde;o de compra &eacute; t&atilde;o ligada &agrave; memoriza&ccedil;&atilde;o", ensina Dimas, da Abril. Segundo ele, esses mesmos conceitos se aplicam quando as m&iacute;dias estudadas s&atilde;o os jornais impressos ou Internet, por exemplo</p> <p><strong><span style="color: #a81004;">A&ccedil;&otilde;es de acordo com cada p&uacute;blico</span></strong><br />Portanto, conhecer os h&aacute;bitos dos habitantes pode ajudar a empresa nessas a&ccedil;&otilde;es, trazendo informa&ccedil;&otilde;es sobre comportamentos do consumidor e ensinando uma empresa como melhor abordar o cliente segundo o seu prop&oacute;sito. Dimas cita como exemplo uma a&ccedil;&atilde;o voltada aos consumidores de terceira idade. Segundo ele, n&atilde;o &eacute; recomend&aacute;vel, nesse caso, investir em v&aacute;rias vertentes, sendo mais eficiente se focar em poucas ou apenas uma.</p> <p>Afinal, ao envelhecer, o homem tende a ficar menos disperso, mas em compensa&ccedil;&atilde;o tornam-se mais concentrados e t&ecirc;m at&eacute; um racioc&iacute;nio melhor e resposta mais r&aacute;pida que pessoas de outras idades. O extremo oposto pode ser aplicado aos jovens, que t&ecirc;m o h&aacute;bito de n&atilde;o se concentrarem em uma &uacute;nica coisa e se dispersam em diversas &aacute;reas.</p> <p>Na hora de descobrir como abordar o consumidor de forma eficiente, a Internet parece ser uma boa aliada com um servi&ccedil;o do mapeamento dessas informa&ccedil;&otilde;es enquanto ele navega ou participa de pesquisas. &Eacute; preciso, por&eacute;m, ter cuidado para n&atilde;o passar a impress&atilde;o&nbsp; de espionagem secreta ao consumidor. Um recente estudo realizado pela TNS Intersciente aponta que 71% das pessoas ouvidas em uma pesquisa estava ciente que o seu comportamento na Internet estava sendo monitorado e que 57% estavam desconfort&aacute;veis com essa situa&ccedil;&atilde;o, mesmo quando n&atilde;o eram fornecidas informa&ccedil;&otilde;es pessoais. Apesar desses dados, 44% disse estar dispon&iacute;vel para participar de mapeamentos se isso revertesse em uma propaganda mais eficiente a ele, eliminando produtos ou marcas que n&atilde;o o interessam.</p> <p>A educa&ccedil;&atilde;o e transpar&ecirc;ncia s&atilde;o, portanto, o melhor caminho na hora de se envolver com o internauta. Quando isso alia-se a uma estrat&eacute;gia de Marketing integrada em diversas frentes e estimula a participa&ccedil;&atilde;o do consumidor, as chances de sucesso e um ROI satisfat&oacute;rio s&atilde;o bem maiores. Basta ficar atento para esta movimenta&ccedil;&atilde;o do mercado e se atualizar.</p>
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