Com mais de duas décadas de experiência em administração e marketing, sempre mantive a convicção de que uma marca vai além de seus produtos para alcançar a fidelização e gerar excelentes resultados entre os consumidores e o público-alvo. Essa confiança me levou à liderança de uma grande marca especializada em produtos para bebês há mais de quatro anos, onde pude trazer insights valiosos sobre o mercado de puericultura, um setor essencial para promover o bem-estar das famílias.
Dentro desse contexto, é importante destacar dois temas de grande relevância: o design de embalagens e produtos, além da ênfase na sustentabilidade, que emergem como elementos cruciais, refletindo tanto as nossas preocupações quanto dos consumidores na construção de um futuro sustentável.
Quando abordamos o design de produtos e embalagens, especialmente dentro do segmento de puericultura leve, compreendemos que não se trata apenas de estética, mas sim da necessidade de oferecer funcionalidade, ergonomia, intuitividade e segurança. Para isso, é indispensável investir em anos de pesquisa e desenvolvimento para aprimorar a identidade visual (sempre introduzindo novas cores e estampas de acordo com as demandas do mercado).
Todos esses processos têm como base as necessidades das famílias e de seus bebês, com foco primordial na sustentabilidade, um pilar que vem remodelando significativamente o setor. Atualmente, os consumidores, especialmente os millennials (nascidos entre 1980 e 1994) e da geração Z (entre 1995 e 2015), demonstram uma crescente preocupação com o impacto ambiental dos produtos escolhidos para seus filhos, estendendo essa preocupação às embalagens e ao descarte correto para reciclagem.
Empresas que adotam práticas sustentáveis não apenas melhoram sua reputação no mercado, como também contribuem significativamente para a construção de um mundo mais limpo e promissor para as próximas gerações. Isso inclui a produção a partir de fontes renováveis e o uso de tecnologias capazes de oferecer soluções mais práticas e eficientes para o cuidado dos bebês, além do esforço contínuo na redução da pegada de carbono das embalagens. Na empresa em que atuo, por exemplo, começamos a utilizar o polipropileno de origem biocircular em 2023, em uma linha de produto (chupeta original borracha natural), e, em 2024, já começamos a estender para todas as chupetas e mamadeiras Easy Start. Nossa meta é incluir a nova matéria prima em todos os produtos de PP (polipropileno).
Essa realidade impacta diretamente o mercado, que tem alcançado números expressivos. Segundo dados do Censo de 2022, há 18,1 milhões de crianças entre 0 e 6 anos no Brasil, movimentando um setor de puericultura leve equivalente a R$ 1,86 bilhão. A recente Pueri Expo realizada em São Paulo, no final de abril, reflete esse momento dinâmico do setor, registrando um crescimento de 30% em relação ao ano anterior.
As tendências nos levam a acreditar que o futuro da puericultura leve promete uma integração cada vez maior entre tecnologia e inovação para tornar a experiência dos pais mais fácil e segura. Além disso, os designs e a sustentabilidade serão pontos-chave, com produtos adaptados às necessidades individuais de cada criança e uma maior preocupação com os impactos ambientais.
Essas tendências refletem a evolução das necessidades e expectativas dos consumidores, bem como os avanços tecnológicos e sociais que moldam a criação dos filhos.
*Leandro Bazello é Diretor-Geral da MAM Baby no Brasil.
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