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Influência de massa: porque os investimentos em criadores continuarão a crescer

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Tempo de Leitura 3 min

DATA

18 de mar. de 2025

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Artigos

O setor supermercadista enfrenta um desafio crescente na contratação de mão de obra. De acordo com um levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), 70% das vagas essenciais seguem abertas, afetando principalmente cargos como operadores de caixa, atendentes e repositores. Essa escassez de profissionais tem levado redes a adiar a inauguração de novas lojas, segundo a Associação Paulista de Supermercados (Apas).  Com o Brasil registrando em 2024 a menor taxa de desemprego da história (6,6%), muitos jovens que antes buscavam o supermercado como primeiro emprego agora optam pelo trabalho informal, atraídos pela maior flexibilidade. Além disso, a forma como o setor se posiciona no mercado de trabalho também impacta a atração de candidatos.  A percepção sobre o setor afasta candidatos  Para Angélica Madalosso, especialista em employer branding e CEO do hub ILoveMyJob, o supermercado é frequentemente visto como um emprego temporário, com jornadas rígidas e poucas oportunidades de crescimento. Essa visão reduz o interesse pelas vagas, especialmente entre os novos perfis do mercado de trabalho.  “Cuidar da cultura organizacional e do EVP (Proposta de Valor ao Empregado) para oferecer uma experiência enriquecedora aos colaboradores é essencial para uma estratégia robusta de marca empregadora. Essa abordagem, de dentro para fora, não só engaja e fideliza talentos, mas também impacta significativamente a etapa de atração, especialmente no fundo do funil. É aqui que talentos externos avaliam se devem aceitar uma oferta de trabalho em sua empresa, influenciados pela autenticidade que percebem internamente”, analisa.  Mesmo com um grande volume de empregos disponíveis, fatores como escalas inflexíveis, falta de atratividade e processos seletivos tradicionais dificultam a contratação. Para reverter esse cenário, redes precisam reposicionar sua marca empregadora e modernizar suas estratégias de recrutamento.  Como os supermercados podem atrair mais profissionais?  Angélica destaca que a dificuldade na contratação não se deve apenas à escassez de profissionais, mas também à falta de atratividade do setor. Segundo a especialista, algumas ações podem mudar esse panorama:  Reposicionar a marca empregadoraÉ essencial comunicar de forma transparente as oportunidades de crescimento e a realidade do trabalho, ajudando a transformar a percepção do setor.  Garantir que o discurso reflita a realidadeEmployer branding eficaz não deve vender uma imagem idealizada. Se a empresa promete flexibilidade, essa flexibilização precisa ser real para evitar frustrações e alta rotatividade.  Ampliar modelos de contrataçãoPara atrair mais profissionais, redes podem oferecer escalas mais flexíveis, alcançando perfis diversos, como jovens em busca do primeiro emprego.  Modernizar o recrutamentoInvestir em plataformas digitais e simplificar processos seletivos pode ampliar o alcance e atrair candidatos que não seriam impactados por métodos tradicionais.  "Trabalhar a marca empregadora vai além da comunicação. É preciso criar consistência entre a experiência interna e o que é transmitido para o mercado. Employer branding não ocorre apenas de dentro para fora, mas também de fora para dentro. Se a empresa não assumir o controle da sua narrativa, sendo consistente e fazendo com que a mensagem certa chegue às pessoas certas, seus processos seletivos continuarão pouco estratégicos", conclui Angélica.

Você ainda acha que marketing de influência é uma estratégia nichada, complementar ou voltada somente para marcas jovens? Então está atrasado na conversa. A realidade é que ele não apenas conquistou seu espaço nos planos de mídia das empresas, como já rivaliza – e em muitos casos, supera – os investimentos em canais tradicionais. E, no SXSW 2025, o assunto já não é tratado como tendência ou inovação, mas sim como uma peça essencial para qualquer marca que queira se manter relevante, especialmente para a Geração Z.

O marketing de influência não existe apenas porque os consumidores desconfiam da publicidade tradicional – essa fase já passou. Hoje, os influenciadores não são mais vistos apenas como figuras próximas ou autênticas, mas como um meio direto para a descoberta de produtos e marcas. A relação mudou: antes, o apelo estava na sensação de proximidade, agora, trata-se de familiaridade e influência massiva. Marcas não os utilizam só para gerar engajamento, mas para criar novos hábitos de consumo.

Essa transformação fica evidente no mercado. A Unilever, sob a liderança de Fernando Fernandez, anunciou um aumento expressivo no investimento em influenciadores, elevando essa fatia de 30% para 50% do orçamento de marketing. Segundo Fernandez, a empresa quer que “outras vozes falem pela marca em grande escala”, um reflexo claro de que a influência digital se tornou o principal canal de persuasão. A lógica é simples: as pessoas confiam no que veem em suas timelines.

E se antes o SXSW era um termômetro de novidades, hoje ele apenas confirma o que já sabemos: quem não está investindo em influenciadores está ficando para trás. Na edição deste ano, as discussões giraram em torno de como construir reputação e reconhecimento por meio dessas vozes, não se a estratégia faz sentido ou não. A executiva Kim Chappell, da Bobbie, reforçou que a ausência de uma presença bem estruturada nas redes sociais pode significar perder espaço para marcas menores, que sabem navegar melhor esse ambiente.

O comportamento da Geração Z só reforça essa mudança. A GenZ não busca produtos em sites corporativos ou na TV. A jornada de descoberta acontece no feed, nos vídeos de criadores de conteúdo e nas trends do momento. Segundo um painel no SXSW, 82% desse público usa influenciadores como principal fonte de informação, inclusive política. Isso significa que, para uma marca ser notada, ela precisa estar onde essa geração está – e isso não acontece mais em comerciais de 30 segundos.

Mas eu vejo que, a consolidação do marketing de influência como estratégia principal também traz novos desafios. Transparência, autenticidade e a capacidade de equilibrar publicidade com entretenimento, são fatores que determinam o sucesso ou fracasso de uma campanha. Não basta colocar um influenciador para falar sobre um produto, é preciso entender que o público quer entretenimento, contexto e relevância. Eu já vivi isso de perto, com erros e acertos.

Antes vista como a única alternativa, hoje ela é a base da comunicação digital. E o futuro aponta para uma profissionalização ainda maior, com parcerias de longo prazo e métricas cada vez mais precisas para avaliar impacto e retorno. Eu venho dizendo que o marketing de influência deixou de ser um território experimental para se tornar o grande veículo de conversão e construção de marca da atualidade.

Se a mudança das mídias tradicionais já trouxe complexidade para o mercado, prepare-se para um mundo ainda mais desafiador. Minha aposta é que a curadoria desses perfis, a escolha dos criadores certos e a gestão das campanhas, vão se tornar processos cada vez mais sofisticados e estratégicos. A lógica da influência não é linear como a da TV nem como das compras de mídia de performance, e estamos entrando em um cenário onde o impacto real das campanhas será definido não só pelo investimento, mas pela inteligência na construção dessas narrativas. E quem não entender isso, corre o risco de investir muito e influenciar pouco.

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Alexandre Manisck é CSO da Social Talent

Alexandre Manisck

CSO da Social Talent

Alexandre Manisck é CSO da Social Talent, tem 25 anos de carreira sendo líder em importantes empresas. Foi um dos criadores da CicloFaixa, case que mudou a relação das pessoas com bicicleta na cidade de São Paulo e Diretor Executivo de Criação e Estratégia da Salon Line, onde ajudou a construir uma das marcas mais relevantes e desejadas de cosméticos do Brasil e um dos mais bem sucedidos projetos de marketing de influência do país. É Coordenador do Bootcamp de Planejamento e Estratégia na Miami Ad School, escola de criatividade e estratégia mais premiada do mundo

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