A expansão da IA vem chegando a cada vez mais pessoas e setores da economia. De acordo com o estudo da MindMiners "IA: Problema ou Solução? Como os brasileiros percebem os impactos da Inteligência Artificial", 56% dos brasileiros já percebem os impactos da inteligência artificial na sociedade - e 12% esperam ver mudanças significativas nesse sentido até o próximo ano.
Áreas como saúde, finanças, agronegócio, carreira, recursos humanos, imobiliário e esportes estão adotando a tecnologia para otimizar processos, aprimorar serviços e oferecer soluções mais personalizadas. O avanço da IA está em ritmo acelerado, moldando nosso cotidiano, influenciando desde como tratamos doenças até como as empresas conduzem seus negócios e tomam decisões.
A pesquisa mostra que 40% das pessoas entrevistadas têm conversado sobre Inteligência Artificial em rodas de amigos, com familiares e/ou colegas de trabalho e 45% afirmam buscar informações e conhecimentos sobre IA por meio de cursos, leituras ou utilizando/testando ferramentas.
O estudo também mostrou qual é o nível de confiança dos entrevistados em relação à inteligência artificial em diversos setores.
Saúde - Na Saúde, a IA tem sido amplamente aplicada como, por exemplo, nos cuidados com o transtorno do espectro autista. Com o crescimento dos diagnósticos, cresce também o empenho da comunidade científica e médica em buscar as melhores abordagens para esse espectro. Em parceria recente com o Google, a Genial Care, rede de cuidados de saúde atípica referência na América Latina, desenvolveu a Inteligência Artificial LIAM, conectando os dados do planejamento de intervenção do paciente ao seu painel clínico.
A pesquisa da MindMiners mostrou que 34% já afirmam confiar na ferramenta dentro em relação a este segmento, enquanto projeções da Accenture indicam que o setor alcançará US$ 150 bilhões até 2026, impulsionando diagnósticos e tratamentos personalizados.
Agronegócio - Já no Agronegócio, a adoção de IA pode aumentar a produtividade agrícola global em 70% até 2050, ajudando a alimentar uma população mundial crescente, segundo a Appic Softwares. Para otimizar sua produção e colher ainda mais frutos e ganhos significativos, empresas de agronegócio têm abraçado e investido nessa tecnologia, que atinge US$ 1,7 bilhão ao ano. Espera-se que esse número cresça para mais de US$ 4,7 bilhões até 2028, segundo dados da Statista.
Para o Diretor de Business Development da Keyrus, Rodrigo Cruz, a Inteligência Artificial desempenha um papel importante para impulsionar a eficiência em toda a cadeia produtiva. Seus ganhos estão na eficiência operacional e na experiência dos stakeholders, incluindo o próprio produtor rural. Ele pontuou que a IA entra, vinculando-se ao desafio da produtividade: produzir mais dentro do mesmo espaço, da mesma propriedade, considerando as questões ambientais e mantendo a qualidade da produção.
Imobiliário - No setor imobiliário, essa técnica está revolucionando como as propriedades são avaliadas e negociadas. Ferramentas baseadas em IA estão sendo usadas para prever tendências de mercado, analisar dados demográficos e otimizar estratégias de marketing. A McKinsey apontou que o uso de inteligência artificial em plataformas de corretagem pode aumentar a eficiência dos agentes imobiliários em até 50%, reduzindo o tempo gasto em tarefas administrativas e permitindo um foco maior em atividades de alto valor.
Além disso, o estudo da MindMiners também mostrou que a confiança na IA na gestão de propriedades e instalações já chega a 48%, o que também tem impacto no segmento imobiliário.
Durante o SOMA, maior evento do país voltado ao protagonismo feminino no mercado imobiliário, organizado pelo Instituto Mulheres do Imobiliário, a especialista em direito digital e proteção de dados pessoais e sócia do escritório Machado Meyer Advogados, Dra. Juliana Abrusio, destacou o potencial da ferramenta em tornar o mercado mais ágil e preciso, ressaltando a importância de uma aplicação ética para proteger os direitos dos consumidores.
Ela pontuou que nesse setor, a inteligência artificial não irá substituir o ser humano. Em vez disso, aqueles que não souberem utilizar a IA serão substituídos por aqueles que dominam essa tecnologia.
RH - Na gestão de recursos humanos, a confiança na tecnologia chega a 41%. Um levantamento da IBM mostra que 41% das empresas no Brasil já utilizam IA em suas operações, enquanto o relatório da Resume Builder aponta que 53% das empresas globais já adotaram essa tecnologia, com 24% planejando implementá-la até o fim de 2024. No setor de recursos humanos, o uso tem se ampliado para automatizar tarefas repetitivas, como triagem de currículos, descrições de vagas e agendamentos de entrevistas, permitindo que os profissionais de RH foquem em atividades estratégicas.
É importante destacar que a IA complementa, e não substitui, o trabalho humano. Para evitar essa mudança e reter talentos, muitas empresas estão investindo em educação contínua. Ana Tomazelli, Presidente do Ipefem (Instituto de Pesquisa de Estudos do Feminino lembra que algumas instituições já estão implementando treinamentos de forma online antes, durante e após a contratação para capacitar os profissionais ou fornecer as chamadas Employer U (universidade conectada à empresa, em tradução livre), ensinando o dia a dia da posição através da cultura organizacional da empresa.
Trabalho e carreira - No campo da carreira, a ferramenta está sendo amplamente utilizada para sugerir planos de desenvolvimento profissional e oportunidades personalizadas, alinhadas ao perfil de cada trabalhador. O McKinsey Global Institute projeta o surgimento de cerca de 133 milhões de novos empregos até 2030, impulsionados por essas novas tecnologias.
Segundo o CEO Advisor 10X, Presidente da Editora Brasport e especialista em tecnologia e negócios, Antonio Muniz, "à medida em que novas soluções tecnológicas são desenvolvidas e implementadas, surge a necessidade de habilidades humanas únicas, como criatividade, empatia e raciocínio ético, para complementar a capacidade da IA".
Financeiro - No setor bancário, a confiança na IA já atinge 39%, conforme o levantamento da MindMiners. O uso da inteligência artificial no mercado financeiro está sendo amplamente aplicado, com destaque para tecnologias como biometria facial e chatbots, que aumentam a segurança, eficiência e personalização dos serviços bancários. A Juniper Research projeta que os gastos globais com chatbots alcançarão US$ 72 bilhões até 2028.Esporte - O mercado de análise esportiva, que inclui a IA, deve atingir US$ 5,2 bilhões até 2028, com um crescimento anual de 22%, segundo a MarketsandMarkets. Essa inovação está transformando o esporte, tanto na performance dos atletas quanto na forma como o público consome conteúdo esportivo. Nos Jogos de Paris 2024, a IA foi utilizada para personalizar treinos, com sensores que coletam dados em tempo real, permitindo ajustes precisos nos programas de treinamento para melhorar o desempenho e reduzir o risco de lesões.
De acordo com o professor de MBA da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Kenneth Corrêa, nos Jogos Olímpicos deste ano, a tecnologia influenciou e revolucionou o treinamento esportivo. Foi possível observar como esses insights podem fazer a diferença, permitindo que os atletas atinjam novos níveis de desempenho enquanto minimizam o risco de lesões.
Jogos eletrônicos - No entretenimento, a confiança na IA já alcança níveis altos, e bate nos 64% conforme os dados da MindMiners. A indústria de games tem se beneficiado da tecnologia, que está criando experiências mais imersivas e personalizadas.
Segundo a Newzoo, o setor deve faturar US$ 211,2 bilhões até 2025, transformando o desenvolvimento dos jogos e a interação dos jogadores. NPCs estão aprendendo com o comportamento dos usuários e os cenários se adaptam ao estilo de jogo. O mercado de jogos em nuvem também está crescendo rapidamente, com previsão de atingir US$ 6,80 bilhões até 2028, impulsionado pela IA, que otimiza o desempenho dos jogos em várias plataformas, dispensando hardwares potentes.
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