Las Vegas se tornou o epicentro da conversa global sobre o futuro do Marketing durante o Braze Forge 2025. No evento, Bill Magnuson, cofundador e CEO da Braze, e Astha Malik, Chief Business Officer da Braze, mostraram como inteligência artificial, dados e criatividade estão não apenas transformando o relacionamento entre marcas e consumidores, mas também redefinindo o papel do profissional de Marketing na próxima década.
Logo na abertura, Magnuson destacou que, embora a essência do Marketing — conexão humana e criatividade — permaneça a mesma, a forma de colocá-la em prática está mudando radicalmente. O avanço da IA e a valorização dos dados de primeira mão são os motores dessa transformação. A nova fronteira está no que ele chamou de “inteligência composável”, um sistema em que diferentes módulos de IA trabalham de forma coordenada e contextualizada, combinando aprendizado de máquina, agentes autônomos e operadores para criar experiências altamente personalizadas em múltiplos canais.
“O papel do profissional de Marketing não diminui com a IA. Ele cresce. Você não ficará mais enterrado na mecânica e isso vai liberar você para abraçar sua arte e dar forma e significado às experiências”, disse Magnuson.

Decisões orientadas por IA: a nova fronteira da personalização
Astha Malik e Kevin Wong, Chief Product Officer da Braze, apresentaram o Braze AI Decisioning Studio, que automatiza decisões de Marketing de forma contextualizada e individualizada. Com ele, mensagens, canais e momentos passam a ser definidos por agentes inteligentes, que compreendem preferências e comportamentos em tempo real — algo impossível de alcançar manualmente.
Com essa abordagem, a personalização deixa de ser segmentada e passa a ser individual. Malik exemplificou com dois clientes com perfis semelhantes que recebem mensagens diferentes porque seus comportamentos recentes divergem. “É impossível que qualquer equipe humana acompanhe esse nível de personalização em escala. É aí que a IA brilha, entregando experiências que antes eram inalcançáveis”, afirmou.

Métricas, testes e escala: a lição das grandes marcas
Durante a apresentação, George Khachatryan, VP de IA na Braze,mostrou na prática como o uso de inteligência artificial em decisões de Marketing está elevando resultados em escala. Uma das principais lições foi o rigor analítico. Cada agente é testado em ambientes controlados para medir impacto incremental. A abordagem em um dos clientes já permitiu realizar mais de 200 milhões de personalizações e alcançar resultados até 2,6 vezes maiores que os de estratégias tradicionais.
IA além das decisões: criação e estratégia automatizadas
Outro grande anúncio do evento foi o Braze AI Agent Console, que permite criar e implantar agentes para múltiplas tarefas ao longo da jornada do cliente. De análise de sentimentos em pesquisas a respostas automatizadas com a voz da marca, esses agentes podem ser conectados a dados, fluxos no Canvas ou ecossistemas externos.
A Braze também lançou o AI Operator, uma interface conversacional capaz de construir campanhas, analisar dados e gerar insights estratégicos com simples comandos de texto. “Pense nisso como ter uma equipe de especialistas ao seu lado: um redator, um analista de dados e um desenvolvedor, todos trabalhando com você em tempo real”, destacou Malik.
Jim Fairweather, Head de AI Go-to-Market na Google Cloud, reforçou a urgência da adoção. “Estamos nos aproximando rapidamente de um ponto em que, se você não começar a entrar nisso, ficará para trás. Agora é a hora de agir”, frisou.

O papel humano e a nova cultura de Marketing - Os executivos presentes reforçaram que a IA é um multiplicador de força, não um substituto. Eles destacaram que, embora a tecnologia aumente eficiência e precisão, a estratégia, a curadoria e a empatia continuam sendo tarefas humanas essenciais. O futuro do Marketing, portanto, será híbrido, combinando automação com criatividade e decisões humanas com inteligência artificial.

Significado, identidade e empatia no centro da estratégia
Encerrando o Forge 2025, o professor Marcus Collins, especialista em comportamento do consumidor, trouxe uma provocação poderosa: dados e tecnologia não substituem a compreensão humana. Segundo ele, marcas não criam significado, elas apenas sinalizam. O significado é construído pelas pessoas, a partir de suas identidades, crenças e contextos culturais.
Ele defendeu uma abordagem centrada no humano, que vá além da demografia e busque compreender valores, ideologias e aspirações. “As pessoas não compram produtos pelo que eles são, mas por quem elas são. As marcas são recipientes de significado e esse significado é definido pelas pessoas, não por nós, profissionais de Marketing”, afirmou Collins.
O especialista concluiu com um apelo à empatia e ao propósito: para construir conexões autênticas, as marcas precisam olhar o mundo pelos olhos do consumidor e projetar experiências que resolvam não apenas necessidades funcionais, mas também emocionais e sociais.
A Braze também aproveitou o evento para apresentar iniciativas sociais e ambientais, como o programa Tech for an Equitable Future, que oferece acesso gratuito à plataforma para fundadores sub-representados, e metas de redução de emissões e investimentos em energia solar – ações que reforçam o compromisso da companhia com a construção de um futuro mais inclusivo e sustentável, onde tecnologia e impacto social caminham juntos.
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