A preferência por gastar o salário em experiências momentâneas em vez de guardar dinheiro está trazendo problemas à Geração Z. Durante uma pesquisa conduzida pelo Banco Central (BC) e o Fundo Garantidor de Créditos (FGC), 64% dos jovens entre 16 e 24 anos disseram que sua renda não é suficiente para cobrir os gastos no final do mês.
Tão real quanto preocupante, a citada insuficiência financeira impacta prejudica o pagamento tanto de contas previstas quanto imprevistas. 56% admitiram não ter recursos suficientes para cobrir eventuais emergências, como investimentos em renda fixa ou uma caderneta de poupança.
Adicionalmente, a pesquisa descobriu que o ímpeto de gastos demonstrado pelos membros desta geração é mais intenso, e o uso do cartão de crédito para quitar gastos com transporte, alimentação e lazer é bastante comum. Em função disso, o BC classifica os zoomers como grandes movimentadores do mercado e da economia, diferente das gerações anteriores, que tinham como foco o acúmulo de capital.
Trabalho e investimentos
Embora precisem de mais dinheiro para cobrir as despesas ocasionadas pelo ímpeto de gastos, boas remunerações não são um ítem exclusivo na lista de principais motivações dos zoomers na hora de aceitar um emprego.
Neste sentido, um relatório da Deloitte aponta que 74% da Geração Z buscam maiores salários, mas também o aprendizado de novas habilidades e o desenvolvimento da vida profissional ao longo da carreira. Há, também, a busca por pertencimento, propósito e flexibilidade, conforme pesquisa realizada pelo InfoMoney.
Observa-se, ainda, que os brasileiros estão investindo cada vez mais cedo. De acordo com dados da Bolsa de Valores do Brasil (B3), em 2013, 4% dos investidores tinham até 24 anos; após 10 anos, a participação aumentou, chegando a 21% no ano passado. Outro dado revela que 80% preferem investir por conta própria, pesquisando os melhores ativos sem qualquer tipo de consultoria.
A preferência dos zoomers, no entanto, paira sobre os produtos de renda fixa: 50% dos jovens entre 16 e 25 anos aplicam na classe de retornos previsíveis, conforme apontam dados divulgados em um estudo realizado pela Z-Invest. As ações aparecem em seguida, como escolha principal para 39% dos que responderam à pesquisa.
Recomendações para a saúde financeira
Em um cenário econômico adverso, especialistas classificam como essencial a criação e manutenção de uma reserva de emergência. Em um mundo ideal, o fundo deve ser capaz de cobrir três meses de despesas básicas.
A Associação Brasileira do Planejamento Financeiro (Planejar) destaca que, para isso, é preciso calcular o custo mensal - contas fixas e variáveis - e multiplicar pela quantidade de meses que a reserva terá capacidade de cobrir. A partir de então, é preciso buscar alternativas para poupar.
O letramento financeiro também é apontado como fator fundamental, já que para tomar uma decisão assertiva, é preciso ter acesso à informação, comparar produtos e buscar orientação especializada para escolher os melhores investimentos.
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