No último domingo, 11 de janeiro, tivemos o início da NRF Big Show, o evento mais importante para o varejo, que acontece em Nova Iorque anualmente. O evento é organizado pela NRF – National Retail Federation, entidade de apoio ao setor varejista.
O evento é composto por dois grandes partes: a EXPO - Feira de inovação e soluções de tecnologia com aproximadamente 1.000 expositores, entre empresas reconhecidas e startups. E o Congresso, com mais de 175 apresentações e painéis de debate com marcas relevantes e casos do segmento.
Neste ano, o evento conta com 40.000 participantes e 100 países representados. Ainda não foram divulgados os números oficiais, mas acredito que o Brasil seja a maior comitiva internacional. O nosso país é tão relevante em participação que a sinalização do evento é bilíngue: inglês e português.
O tema central do evento este ano é GAME CHANGER. Um grande convite a olhar para os desafios presentes no mercado varejista e agir de forma criativa e comprometida frente a esta realidade.
E fico feliz em compartilhar com vocês um pouco do que vimos neste primeiro dia e alguns insights para nossa comunidade do Marketing.
• AI
Logo na abertura tivemos John Furner, CEO Walmart e Chairman da NRF, num bate papo com Azita Martin, VP da divisão de retail da NVIDIA. Não poderia ser diferente, uma vez que a maior parte do conteúdo deste ano passa por soluções e cases de Inteligência Artificial.
Azita contou sobre sua trajetória profissional e da decisão de deixar o ego de lado e aceitar o convite para ingressar na startup. Ela mesmo disse que quando alguém te convida para entrar num foguete, você não pergunta o que irá ver, apenas entra e vai!
Destaco de sua apresentação os cases do uso do Digital Twin. Ela apresentou case da L’Oreal com o uso do recurso para a área de comunicação, com a criação de imagens e produtos que melhoraram o engajamento e resultado da marca.
Outro case muito interessante foi o uso do Digital Twin num armazém logístico. Foi possível mapear o movimento das pessoas, equipamentos e produtos. Após os dados carregados é possível realizar diversas simulações que permitem melhorar a performance. Neste caso, eles ainda trabalham com cenários possíveis e inesperados, como uma carga que escorrega das prateleiras.
Outro aprendizado é de que a AI não é uma ferramenta, ela é um agente. O que significa que estes “agentes” estarão cada vez mais ativo em nossa rotina e nos auxiliando a ganhar tempo em nossas atividades. Um exemplo disto é que se espera que aos poucos deixemos de entrar em Apps proprietários de marcas/empresas e pediremos para nosso “agente” trazer as informações. Fácil e sem fricção. Foi um bate papo esclarecedor e acredito que o recado foi bem passado!
• Gen Z e Alpha
Este tema passou por alguns painéis hoje. Destaco o bate papo com presença das marcas Roblox, Claire’s e Sephora.
Segundo os painelistas, esta geração é informada e tem um bom senso crítico, o que traz um cuidado com o posicionamento e ações das empresas.
Segundo Winnie Burke, head de fashion e parcerias na Roblox, o jovem não vê nenhuma diferença entre o físico e o digital, ele trafega igualmente em ambos. Esta fluência permite que sejam realizadas ações em ambos os “mundos”, de forma a conectá-los para a melhora da experiência do cliente e, também, a performance do negócio. Winnie também compartilhou a evolução na aquisição dos produtos que foram customizadas no jogo.
Brent Mitchell, VP de social media e influenciadores da Sephora, enfatizou sobre a geração de conteúdo para a nova geração. Segundo ele, não se cria “conteúdo”, se cria contato. Sabemos a relevância das redes para os jovens e eles atuam trazendo conteúdo e entretenimento.
Criatividade foi um tema abordado pelas 3 marcas. A Claire’s compartilhou um vídeo produzido com clientes reais e seus depoimentos sobre como a marca é a parceira para testar e arriscar nos acessórios. No caso do Roblox, a customização dos personagens é de enorme relevância para os usuários, que criam inúmeras formas de apresentação de seus avatares.
Enfim, o inovar e evoluir as operações, passará pelo ser curioso pelas novas gerações. O saber ouvir para aprender e ter a coragem de evoluir.
• Legado
Num bate papo leve e descontraído entre Pete Nordstrom, CBO da Nordstrom, e Joshua Schulman , CEO da Burberry, para a gravação do podcast NORDY POD, discutiram sobre o tema de atualização e relevância.
Burberry é uma marca próxima de 170 anos e que não tem medo de evoluir e tomar as decisões de transformação necessárias para a sua relevância. Segundo Joshua a empresa é formada de 50% legado e 50% inovação, o que nos dá um norte sobre a importância da atualização na empresa.
Outro tema especial foi Joshua compartilhando que quando criança tinha como entretenimento ir a lojas de varejo para observação. Era encantado pelas pessoas, como interagiam com produtos e se movimentavam nos espaços. E na sua pré-adolescência abriu uma Nordstrom em seu bairro. E depois de muito observar, aos 14 anos escreveu uma carta para a gestão da empresa dando seus “conselhos” de ajustes! Foi demais!
E gostaria de fechar este dia trazendo a fala de Elizabeth Preis, CMO da Anthropologie Group que reforçou em diversos momentos sobre a importância do “sentir” a marca. Não apenas o cliente, mas os colaboradores que precisam acreditar e viver a marca! Toda a vez que venho aos festivais e ouço algo nesta linha, agradeço!
Rumo ao Day2.
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