A consciência sobre o impacto das empresas no planeta está moldando o comportamento do consumidor brasileiro. No país, 67% das pessoas afirmam possuir o hábito de procurar sobre as práticas ESG (Environmental, Social and Governance) de uma empresa antes de adquirir um produto, e ao descobrirem que uma marca prejudica sustenta práticas que prejudicam o meio-ambiente, 57% já desistiram de fechar uma compra, conforme aponta o Relatório ESG e Sustentabilidade, realizado pela Opinion Box.
No Brasil, o tema ganhou força durante a pandemia. Em 2021, as buscas pela sigla ESG atingiram o nível mais alto em 16 anos, segundo a plataforma Google Trends. Atualmente, o interesse se mantém crescente, e já foi incorporado por algumas empresas como uma estratégia de posicionamento de marca em um mercado cada vez mais competitivo e atento a essas questões.
Cabe destacar que as ações em prol de um futuro mais sustentável não afetam apenas a percepção dos consumidores. Este compromisso tem impacto direto nos investimentos que uma empresa pode receber. Para 2025, estima-se que a agenda ESG atrairá US$ 53 trilhões em investimentos, segundo a Bloomberg - o que significa que a observação das diretrizes sustentáveis se tornará, cada vez mais, um diferencial para a competitividade.
Pontos de atenção
O crescimento da popularidade do tema pode levar marcas e empresas a pecar com o greenwashing. O termo descreve a má utilização da pauta social, ambiental e ética como mera ferramenta de Marketing, sem o compromisso autêntico com mudanças reais - um pecado que, naturalmente, impacta negativamente a reputação de qualquer negócio.
Além disso, a adoção de artifícios para mascarar a falta de compromisso real com a agenda ESG denuncia ainda a falta de visão dos gestores e compromissos éticos sérios com preocupações globais por parte de algumas empresas. Nesse sentido, evitar a mudança e a adequação aos novos tempos significa o atraso do próprio crescimento.
Finalmente, a adoção do ESG descreve, além de uma decisão ética, uma estratégia de fortalecimento institucional, de retenção e aquisição de talentos. A partir desse posicionamento, empresas se alinham aos valores que, atualmente, encantam e conquistam tanto os consumidores quanto os investidores.
*Com informações de Bianca Bertoloto, Global Compliance Manager e Maiara Tanimoto, Legal Supervisor & Compliance da Medartis.Leia também: 84% dos executivos brasileiros admitem não ter conhecimento satisfatório em ESG
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