A Disney anunciou que, a partir de 28 de fevereiro de 2025, encerrará a transmissão de seis de seus canais de TV por assinatura no Brasil: Star Channel, Cinecanal, FX, National Geographic, Disney Channel e Baby TV. A decisão visa concentrar os esforços da empresa em suas plataformas de streaming, como o Disney+ e o Star+. Os canais ESPN não serão afetados por essa mudança e continuarão disponíveis nas operadoras de TV por assinatura.
A empresa justificou a medida como uma resposta às transformações no cenário de mídia e entretenimento, buscando atender às necessidades dos consumidores com agilidade e inovação. A transição da Disney reflete uma tendência global na indústria do entretenimento, onde o consumo de conteúdo sob demanda tem ganhado predominância sobre as transmissões lineares tradicionais. Desde 2021, a empresa já havia iniciado o fechamento de canais internacionais, priorizando o fortalecimento de suas plataformas digitais.
A mudança é, basicamente, impulsionada pela crescente preferência dos consumidores por serviços de streaming, que oferecem flexibilidade e acesso imediato a uma ampla variedade de conteúdos.

Quais canais serão descontinuados?
Os canais descontinuados abrangem diversos públicos: Star Channel e FX (conhecidos por séries e filmes voltados para o público adulto e jovem), Cinecanal (dedicado à exibição de filmes de diversos gêneros), National Geographic (focado em documentários e programas educativos sobre ciência, natureza e cultura) e Disney Channel e Baby TV (destinados ao público infantil, oferecendo desenhos animados e programas educativos).
Embora esses canais deixem de ser transmitidos, a Disney assegurou que grande parte do conteúdo continuará disponível em suas plataformas de streaming, permitindo que os assinantes acessem seus programas e séries favoritos sob demanda.
Diferentemente dos demais canais, a ESPN continuará operando normalmente no Brasil. A decisão de manter os canais esportivos ativos deve-se à relevância das transmissões ao vivo de eventos esportivos, que continuam atraindo uma audiência significativa e engajada. A ESPN detém os direitos de transmissão de competições importantes, como campeonatos de futebol, basquete e outros esportes, tornando-a um ativo valioso na grade de programação.

O que isso impacta para os assinantes e para o mercado?
Para os assinantes de TV por assinatura, o encerramento desses canais representa uma mudança na forma de consumir o conteúdo da Disney e sinaliza uma nova fase para a TV paga. As operadoras de TV a cabo, como Claro e Sky, já foram notificadas sobre as mudanças e estão trabalhando para minimizar os impactos para os clientes.
No mercado audiovisual brasileiro, essa decisão pode acelerar a transformação digital, incentivando outras empresas a reforçarem suas presenças no ambiente online. Além disso, pode levar as operadoras de TV por assinatura a repensarem seus modelos de negócios, possivelmente integrando serviços de streaming em seus pacotes para oferecer mais opções aos consumidores.
A migração de conteúdos dos canais tradicionais para plataformas de streaming representa um desafio tanto para as empresas quanto para os consumidores. Enquanto as companhias buscam adaptar-se às novas dinâmicas do mercado digital, os usuários enfrentam a necessidade de ajustar seus hábitos de consumo e considerar os custos adicionais associados às múltiplas assinaturas. A tendência indica que 2025 será um ano de experimentações, com as plataformas testando novos preços e formatos para entender até onde o consumidor está disposto a pagar e qual modelo melhor se adapta às suas necessidades.

Amazon Prime Video passa a incluir plano com anúncios
Seguindo a tendência global, a Amazon oficializou a introdução de anúncios no Prime Video no Brasil a partir de abril de 2025. Os assinantes que desejarem uma experiência sem interrupções publicitárias poderão pagar um adicional de R$ 10,00 mensais, totalizando R$ 29,90 por mês. Já aqueles que aceitarem os anúncios manterão o valor atual da assinatura, de R$ 19,90 mensais ou R$ 166,80 no plano anual, garantindo acesso a todos os demais benefícios do pacote Prime, como frete grátis na Amazon e catálogo de eBooks.
A estratégia alinha-se ao modelo já adotado por players como Netflix e Globplay, que passaram a oferecer planos mais acessíveis com anúncios para diversificar as opções de assinatura e ampliar a receita publicitária. Nos Estados Unidos, Reino Unido e México, onde a mudança já foi implementada, a Amazon busca equilibrar a entrega de conteúdo de qualidade com um modelo de negócios mais sustentável a longo prazo.
A companhia reforça que a veiculação de anúncios será limitada e cuidadosamente planejada para minimizar impactos na experiência do usuário. Os comerciais serão exibidos antes e durante a reprodução dos conteúdos, mas os assinantes que desejarem uma navegação ininterrupta poderão aderir à versão sem anúncios mediante o pagamento adicional. Independentemente do plano escolhido, todos os benefícios do pacote Prime permanecerão inalterados.
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