Existe uma crença popular bem difundida entre os brasileiros de que o ano só começa depois do carnaval. O que, sejamos sinceros, está longe de ser uma verdade — a não ser que você seja um estudante e esteja à espera do início do ano letivo. Para a maioria de nós, não só o ano já começou em janeiro como nem mesmo parece que dezembro chegou ao fim.
Não à toa, um dos primeiros memes de 2025 foi “onde vocês vão passar a virada de janeiro?", em alusão a um mês que pareceu ter durado três. Eu, como boa parte de vocês, passei trabalhando e aproveitei para pular sete boletos — que vêm como ondas por debaixo da porta de casa.
O fato é que, muito embora o primeiro trimestre seja historicamente mais complicado, é também o mais importante do ano quando se trata de previsões e planejamento. É trocar o pneu com o carro andando, mas quando o tanque ainda está cheio e tem posto policial para garantir a nossa segurança.
E é aqui que entra um fator determinante: o “otimismo realista”. Já adianto que isso não é papo motivacional nem de coach fake, mas uma maneira de tentar achar um meio termo entre a confiança cega do sucesso e a total desesperança. Afinal, é justamente quando o cenário econômico está desfavorável que temos de ser mais resilientes — e criativos, por que não? Trabalhar com menos, tentar um pouco mais, exercitar o poder de convencimento, debater, estressar, ir além.
É preciso desfilar com segurança e dentro do tempo estipulado, mas de quando em quando desafiar a lógica com uma paradinha que faz a bateria se sobressair na avenida. É o equilíbrio saudável entre “fazer tudo cronometrado, mas dentro da caixa” e “ser absolutamente irresponsável, mas criativo”.
Em tempos nos quais todos temos acesso a dados de fontes variadas, é normal incorrer no erro de fazer tudo igual a todo mundo, colocando o quantitativo acima do qualitativo. Só que, mesmo ao avaliar uma massa de pessoas, é preciso entender que elas são diferentes entre si — o que torna a inteligência de segmentação e mensagens adequadas a grande nota do quesito harmonia.
No desfile da comunicação, é preciso contemplar todas as fases do funil de conversão, sabendo que as estratégias de awareness abrem o espetáculo para que a consideração e as vendas fechem o show com nota 10, levando a galera ao delírio. E pra quem acha que o ano começa só depois do carnaval, pergunte às escolas de samba desde quando trabalham para finalmente brilhar em fevereiro. No carnaval, assim como no marketing, não tem milagre — só planejamento e trabalho.
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