O Gleeden, plataforma voltada a encontros extraconjugais, realizou um estudo sobre percepções da não monogamia no Brasil, Argentina, Colômbia e México. Por aqui, 53% dos entrevistados afirmaram já ter vivido alguma forma de relação não monogâmica, 51% definem o conceito como um relacionamento aberto e 42% enxergam a prática de forma positiva.
O levantamento mostra que 89% dos brasileiros relatam enfrentar pelo menos uma barreira ao lidar com a não monogamia. Entre os principais desafios estão a definição de respeito e limites (41%), questões éticas e crenças pessoais (54%) e dificuldades de comunicação (38%). Apesar do aumento na visibilidade do tema, as pessoas ainda relatam dificuldades na adaptação a essas dinâmicas.

Para Silvia Rubies, Diretora de Marketing Latam do Gleeden, a não monogamia possibilita conexões fora dos limites estabelecidos pela monogamia tradicional, permitindo que cada pessoa explore seus desejos e adapte suas relações à evolução dos sentimentos e interesses ao longo do tempo.
O Brasil apresentou, no estudo, o menor índice de prioridade à honestidade e abertura sobre outras relações nesse contexto. Enquanto Argentina (78%), México (76%) e Colômbia (71%) priorizam o diálogo transparente, o Brasil registrou 64%. Quando a questão se inverte e trata da aceitação de informações sobre as relações do parceiro, o índice brasileiro foi de 66%, atrás da Argentina e Colômbia (74%), mas acima do México (63%).
O estudo também mostrou que o Brasil apresenta a maior adesão à estratégia de comunicação seletiva, compartilhando apenas informações previamente acordadas como necessárias. Essa prática foi apontada por 10% dos brasileiros, acima da média dos outros países, que variou entre 0% e 3%.

Já na comunicação restrita, feita apenas quando estritamente necessária, o Brasil aparece alinhado aos vizinhos, com 14%, mas lidera quando se trata da aceitação de informações limitadas sobre o parceiro, com 20%.
Entre as gerações, brasileiros com mais de 50 anos indicaram que suas relações são marcadas pela liberdade e pela conexão emocional (64%) e apontaram a adaptação às mudanças físicas e emocionais (63%) como característica de suas relações. Eles também relatam desafios como o estigma e a invisibilidade (61%) e destacam a importância da educação sobre saúde sexual e consentimento (57%).
Já os entrevistados com menos de 25 anos relataram que suas relações tendem a ser marcadas por exploração, curiosidade e abertura para a diversidade (80%), valorizam a liberdade e o prazer sexual (72%) e também identificam o estigma social como desafio (63%).
Silvia observa que, enquanto as gerações mais velhas enfrentam questões relacionadas à invisibilidade e ao estigma, as mais jovens destacam a busca por novas experiências e a importância da educação sexual, apontando uma evolução nas relações afetivo-sexuais e uma maior abertura à diversidade.
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