Imagine só por um momento que você está nos anos 2000, sentado no chão da sala da sua casa, segurando o novo PlayStation 2. Você coloca o disco pela primeira vez e vê os gráficos impressionantes e a jogabilidade aprimorada, quando de repente você é transportado para outra dimensão. Neste momento já começa a imaginar todas as possibilidades que um jogo tão avançado pode oferecer, a sensação de estar no controle de um mundo inteiro em suas mãos. Na escola, conta para seus amigos sobre a experiência e planeja as próximas sessões de jogos. Realmente é algo incrível. Vinte anos depois, estamos diante de outra mudança tecnológica tão surpreendente quanto o PlayStation 2: o famoso ChatGPT. Este modelo de linguagem natural é capaz de produzir textos tão avançados e sofisticados que parecem ter sido escritos por um ser humano. Com a capacidade de aprender com base em grandes quantidades de dados e fornecer respostas precisas e relevantes, a nova ferramenta nos leva a um futuro onde a linha entre realidade e ficção começa a se dissipar. Apesar de ser incrivelmente poderosa e promissora em termos de sua capacidade de resolver problemas complexos e melhorar a qualidade de vida das pessoas, há preocupações significativas em relação às suas consequências negativas. O episódio de Natal do Black Mirror, "White Christmas", é um bom exemplo dessas preocupações, pois embora a trama apresente um dispositivo de implante cerebral que permite que as pessoas sejam bloqueadas e controladas por outras, o grande impacto do episódio não está na capacidade dessa inteligência para manipular pessoas e sim na possibilidade de criar uma IA tão real que nem ela consegue saber que não é humana. O quanto essa inteligência aumenta é o quanto podemos bater ou matar personagens de videogame. Quando é que essa tecnologia se tornará humana? O que é humano ou o que é vida inteligente? São questões éticas profundas e importantes que precisam ser consideradas à medida que avançamos no desenvolvimento da inteligência artificial. Precisamos refletir sobre como podemos proteger a humanidade dessas consequências negativas e como podemos garantir que a inteligência artificial seja desenvolvida de maneira responsável e ética. Elon Musk, um dos empresários mais inovadores e influentes de nosso tempo, por exemplo, já alertou que essa ferramenta nova pode ser uma ameaça existencial para a humanidade. Ele acredita que precisamos de uma regulamentação mais rigorosa e um conselho de ética para evitar que a tecnologia saia do controle. Nós, enquanto profissionais de marketing, precisamos estar cientes dessas tendências e desafios para que possamos adaptar nossas estratégias de acordo. O ChatGPT pode nos ajudar a criar campanhas mais eficazes e personalizadas, mas também, precisamos garantir que nossas abordagens sejam éticas e transparentes. Precisamos estar atentos às implicações dessa tecnologia em nossa indústria e trabalhar para maximizar seus benefícios enquanto minimizamos seus riscos. Diante disso, é evidente que a inteligência artificial é uma tecnologia que tem um grande diferencial e traz inúmeras oportunidades e desafios para a humanidade. A ferramenta pode ser usada para manipular e controlar pessoas, e é importante considerar como podemos proteger a humanidade de suas consequências negativas. Sempre estamos pensando em como utilizar a tecnologia a nosso favor, mas isso não anula a reflexão – a inteligência artificial não pode e não deve anular a característica que fez com o que o ser humano se diferencia de todos os seus antepassados: a sua capacidade crítica. *Diego Davoli é empresário que construiu junto de sua sócia a maior escola de Reels e TikTok do mundo com mais de 13 mil alunos. Já levou sua equipe de consultores externos para dar treinamentos de vídeos e atender diversas empresas, dentre elas, a maior plataforma de varejo da américa latina, o Mercado Livre.
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