Consumidor do futuro: preferência pelo acesso ao produto ao invés da posse Bruno Mello 25 de janeiro de 2023

Consumidor do futuro: preferência pelo acesso ao produto ao invés da posse

         

Cadu Guerra fala sobre a mudança de mentalidade das pessoas e como as marcas devem acompanhar essa evolução

Publicidade

Usufruir de algo sem a necessidade de comprá-lo já é uma realidade que pode ser vista no dia a dia da população. É o que aponta o levantamento feito pela Today, agência de transformação digital, ao qual mostrou que 80% das pessoas, com idade entre 25 e 39 anos, preferem alugar imóveis ao invés de comprá-los. Trata-se de uma tendência que ganha cada vez mais adeptos, especialmente porque o consumidor está mudando as suas preferências e optando por ter acesso à experiência do produto ao invés da sua posse. 

Uma outra pesquisa realizada pela Juniper Research, empresa especializada na identificação e avaliação de setores de mercado de alto crescimento do ecossistema digital, mostra que o mercado global de bens físicos por assinatura deve crescer de US$ 64 bilhões, em 2020, para US$ 263 bilhões, em 2025. O que evidencia, mais uma vez, que essa é uma tendência que chegou ao mercado para ficar. Ou seja, assinaturas de streamings, carros, casas e até mesmo celulares já estão ganhando espaço e conquistando usuários.  

Um bom exemplo disso é a comparação  de como nós consumimos filmes: no passado, era comum que os bairros tivessem locadoras voltadas ao aluguel das obras cinematográficas. O catálogo era imenso e podíamos passar horas tentando escolher um título para assistir. Hoje, o tempo em pé analisando uma pilha de  DVDs foi substituído por horas no sofá, navegando no catálogo de algum streaming. 

Além dos famosos serviços de streaming, também contamos com diversos outros programas de assinatura que permitem o acesso a produtos sem precisar adquiri-los.  Como o aluguel de carros, por exemplo, uma vez que diversas empresas já oferecem esse serviço e possibilitam que o usuário tenha um automóvel sem precisar investir um alto valor nele. 

 Segundo dados de um estudo publicado pela empresa de consultoria PwC, estipula-se que a economia colaborativa já movimenta cerca de US$ 15 bilhões, anualmente, e pode chegar a US$ 335 bilhões, até 2025. Os dados comprovam que no mercado há (e muito) espaço para esse modelo ao qual lidamos e que diz respeito ao compartilhamento e assinatura de determinada mercadoria mediante o pagamento de uma taxa. Além disso, outro aspecto é que o modelo permite o uso consciente dos produtos, já que os negócios são, em geral, sustentáveis. 

Publicidade

As novas formas de assinatura trazem muitas vantagens para quem adere ao serviço. Uma delas é a praticidade para trocar de produto sem a necessidade de lidar com a burocracia de compra e venda, além de poder optar por uma mercadoria mais nova, sempre que há um novo lançamento. O custo-benefício desses programas são mais acessíveis, além dos preços serem menores do que o valor da compra. E, por fim, trata-se de uma forma de consumo sustentável que permite o reuso das mercadorias possibilitando que elas demorem mais para ser descartadas.  

Esses novos modelos são práticos e eficientes, especialmente porque permitem que, dentro de um determinado período, o usuário troque a sua mercadoria. É o caso das assinaturas de celulares, uma vez que possibilitam que os consumidores troquem de aparelho anualmente, podendo, inclusive, ter acesso a smartphones de alto custo, como é o caso dos iPhones. É uma mudança em que o cliente prefere ter acesso à toda experiência que a mercadoria oferece sem necessariamente pagar pela posse do item.  

*Cadu Guerra é CEO da Allugator, plataforma de assinatura de aparelhos eletrônicos do país


Publicidade