No universo do marketing digital, compreender as diferenças entre influenciadores digitais e criadores de conteúdo é mais do que uma questão de curiosidade: é um ponto de partida para estratégias experimentais.
Enquanto os influenciadores constroem uma audiência engajada e têm o poder de influência nas decisões de compra, os criadores de conteúdo se destacam pela produção de materiais originais e criativos, muitas vezes sem a intenção primária de conversão.
Saber identificar e alinhar essas características com os objetivos de uma marca pode fazer toda a diferença no sucesso de uma campanha.
O mercado de influenciadores digitais está em plena ascensão. Segundo um relatório do Goldman Sachs, a expectativa é que ele atinja US$ 500 bilhões (cerca de R$ 2,5 trilhões) até 2027, dobrando os números atuais de US$ 250 bilhões (R$ 1,28 trilhão).

No Brasil, um levantamento da Nielsen revelou que há mais de 10,5 milhões de influenciadores com pelo menos mil seguidores. Além disso, aproximadamente 500 mil criadores de conteúdo têm perfis com mais de 10 mil seguidores. Considerando o YouTube e o TikTok, o Brasil segue em evidência, ocupando a terceira posição no ranking global.
Atualmente, o mundo conta com cerca de 50 milhões de influenciadores nas principais plataformas sociais, como TikTok, Instagram, Facebook e YouTube. De acordo com o Goldman Sachs, esse número deve crescer entre 10% e 20% nos próximos cinco anos.
O case da Jeniffer Castro e o mercado
E quando surgem novos influenciadores a partir de viralização na internet? Um exemplo recente é o da bancária Jeniffer Castro, que, após um episódio em um voo, conquistou uma enorme audiência nas redes sociais. Ela viralizou ao ser filmada recusando ceder seu lugar na janela para uma criança, gerando um grande debate online. Com o impacto da situação, Jeniffer passou de 700 seguidores para 2,4 milhões no Instagram e 232,8 milhões no TikTok, se tornando uma nova criadora de conteúdo que caiu rapidamente no gosto do público.
Até o momento, Jeniffer já foi convidada para fazer 'publis' de marcas como Magazine Luiza e Esmaltes Colorama, além de promover lançamentos musicais.
O caso da Jeniffer Castro é um exemplo de como o mercado de influenciadores está em constante transformação, sendo influenciado por fenômenos sociais e culturais. Sua viralização demonstra que a espontaneidade e a identificação com histórias cotidianas ainda têm enorme apelo no público. No entanto, transformar essa viralidade em um negócio sustentável exige mais do que seguidores: é preciso ter estratégia, visão e, no caso de Jeniffer, o suporte de uma agência especializada.
A abordagem da agência, que não se limitou à criação de campanhas, mas também apostou na amplificação do alcance por meio de perfis secundários, reforça uma prática eficaz no marketing de influenciadores: a relevância do ecossistema digital. Isso significa que, ao invés de depender exclusivamente da notoriedade momentânea de um único influenciador, as marcas podem expandir sua mensagem e gerar mais resultados utilizando redes colaborativas.

Mais do que apenas aproveitar o buzz do momento, esse tipo de trabalho revela o valor de um planejamento ágil e integrado. Ao conectar o influenciador certo a uma mensagem compatível com os valores e os objetivos da marca, é possível alcançar bons resultados e fortalecer a conexão com o público. E vale aqui, uma afirmação: não existe uma fórmula única para escolher o influenciador. A escolha do influenciador "certo" vai além de números, tudo depende do contexto, do timing e da capacidade de transformar tendências virais em ações estratégicas.
Não podemos deixar de questionar o verdadeiro valor do hype. Muitos criadores de conteúdo dedicam tempo e esforço para construir uma relevância contínua e autêntica, ao invés de apenas surfar na onda da popularidade momentânea.
Realmente existe um jeito certo de escolher o influenciador para uma marca?
Como acontece com muitas questões do marketing digital, a resposta para essa pergunta é: "depende". Sim, tudo depende. No entanto, existem alguns pontos importantes que as marcas devem considerar ao buscar influenciadores e criadores.
Conexão certa
Para escolher o influenciador ideal, comece analisando cuidadosamente o perfil de cada um, priorizando aqueles que estejam alinhados com os valores, crenças e o posicionamento da marca. Verifique se ele fala a mesma linguagem, ou seja, se tem a sua cara e poderia representá-la. Após essa curadoria inicial, é importante observar a audiência que ele atinge: quem são essas pessoas e como interagem com o conteúdo? Avalie também se alcança o mesmo que a sua empresa deseja atingir.
Patrícia Leda, também conhecida como Paty ou Sublinhando (@sublinhando) nas redes sociais, tem se destacado ao criar campanhas publicitárias cada vez mais sofisticadas em suas plataformas. Ela é um exemplo claro de como um influenciador pode fazer o match perfeito com marcas de seu nicho. Paty desenvolve e produz ações publicitárias para uma diversidade de anunciantes, que vão desde produtos de skincare até bebidas energéticas e lançamentos de filmes, sempre com um toque autêntico que ressoa com seu público.
Nicho
Hoje, existem influenciadores atuando em praticamente todos os nichos e segmentos imagináveis, desde saúde, moda e fitness até áreas mais específicas, como tecnologia, inovação, gastronomia, sustentabilidade e por aí vai. Um exemplo que sempre acompanho é o canal Elefante Limonada (@elefantelimonada), que se destaca por falar de inovação e criatividade sem blá blá. Com seu conteúdo focado em desmistificar o mundo da inovação e apresentar histórias, o canal tem conquistado uma audiência engajada por conteúdo que combina aprendizado e entretenimento. Esse é um ótimo exemplo de como nichos específicos podem se conectar com públicos altamente interessados e influenciar positivamente a percepção de marcas alinhadas a esses valores.
Engajamento e alcance
Mais importante que a quantidade de seguidores é o nível de engajamento do influenciador com seu público. Comentários, curtidas e compartilhamentos podem indicar o quão genuína é a interação. Um grande número de seguidores nem sempre se traduz em conversões efetivas, e muitos influenciadores com uma base menor, mas altamente engajada, podem gerar um impacto significativo. O segredo está na qualidade dessas interações e na construção de confiança com os seguidores.

A publicitária e criadora de conteúdo Natália Paixão (@nataliapaixao), que já trabalhou com grandes marcas como Sephora Brasil, Smiles, Garnier, Natura e muitas outras, é um excelente exemplo de como engajamento autêntico vai além do número de seguidores. A sua habilidade de criar conteúdos autênticos, como seus '30 antes dos 30' e '#CansadaMasTentando', fortalece a confiança dos seus seguidores e faz com que suas campanhas não apenas alcancem, mas realmente ressoem com o público.
Outro formato que ela também usa muito são seus vlogs - que oferecem uma visão sobre sua rotina e criam um ambiente perfeito para marcas que desejam se integrar de forma orgânica e natural na vida do influenciador - mas aqui já é assunto para outro artigo.
Essa abordagem de conteúdo genuíno e interativo não só gera engajamento, mas também fortalece a confiança do público, resultando em campanhas mais eficazes. Ao observar o conteúdo de Natália, fica claro que o engajamento não depende apenas de grandes números, mas sim de como um influenciador consegue se conectar com seu público de maneira real.
Versatilidade de Formatos
Ao planejar uma campanha com influenciadores, a capacidade de criar diferentes tipos de conteúdo é um aspecto para se atentar. Um influenciador versátil, que domina diversos formatos como vídeos, stories, posts no feed, reels e até transmissões ao vivo, oferece mais possibilidades criativas para integrar a mensagem da marca ao cotidiano da audiência. Essa flexibilidade permite adaptar o conteúdo às preferências da plataforma e do público, garantindo maior alcance e engajamento.

Por exemplo, vídeos curtos podem capturar rapidamente a atenção no TikTok ou no Instagram Reels, enquanto posts estáticos podem transmitir mensagens mais visuais e impactantes. Stories, por outro lado, são perfeitos para conteúdo rápido e interativo, como bastidores e enquetes. A diversidade de formatos também ajuda a testar diferentes abordagens e identificar quais geram os melhores resultados.
Além disso, a capacidade do influenciador de criar conteúdo que se adeque ao tom e à identidade visual da marca é fundamental. Nem todos conseguem ser igualmente eficazes em todos os formatos. Alguns se destacam na narrativa visual, enquanto outros têm maior apelo no storytelling em vídeo. Escolher um influenciador que tenha essa habilidade multifacetada pode agregar valor à campanha e aumentar a probabilidade de sucesso.
Objetivo estratégico da campanha
Por fim, alinhe a escolha do influenciador ao objetivo estratégico da campanha, certificando-se de que ele poderá ajudar a entregar os resultados esperados. Se o objetivo é aumentar o engajamento, a versatilidade do influenciador pode ser ainda mais relevante, pois ele será capaz de testar diferentes formatos e interagir de maneiras variadas com o público. A escolha de um influenciador que se adapta aos objetivos estratégicos pode ser o diferencial para o sucesso da campanha.
A escolha do influenciador certo não depende apenas de números, mas de uma análise cuidadosa de conexão, engajamento e adequação ao nicho da marca. É a partir desse alinhamento que as campanhas realmente decolam, seja na janelinha ou no corredor!
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