O novo marketing não vende produtos. Ele cria memórias.
Foi essa a mensagem mais clara nos palcos da NRF e do SXSW este ano, onde o foco não estava em tecnologia pela tecnologia, mas em como construir experiências que conectam marcas e pessoas de maneira integrada e emocional, em qualquer canal. É aí que entra a omnicanalidade como protagonista de uma nova era do marketing.
A geração Z, como apontado em diversas pesquisas apresentadas nos dois eventos, prefere comprar online, mas não resiste a uma loja bem decorada, sensorial, que a surpreenda. Ou seja, não é sobre canal, é sobre contexto e conexão. E nesse cenário, a missão das marcas é clara: criar jornadas integradas, fluidas e emocionalmente relevantes.
Um exemplo recente é o movimento da Tiffany & Co., que abriu o icônico Blue Box Café em um shopping de São Paulo. A marca, já fortemente posicionada no imaginário coletivo com seu tom de azul inconfundível, traduziu sua identidade para uma experiência física que convida o público a vivenciar o luxo de forma acessível, instagramável e memorável. Isso vai muito além de uma ativação: é construção de marca, uma forma de gerar desejo, engajamento e, claro, conversão.

Hoje, a omnicanalidade deixou de ser um diferencial. É pré-requisito para varejistas que querem se manter relevantes. E vale o alerta: não se trata apenas de estar presente em vários canais de venda, mas de construir uma estratégia verdadeiramente conectada, com dados integrados, linguagem alinhada e uma experiência contínua e fluida.
E é aí que o marketing desempenha um papel estratégico: ele precisa amarrar a história da marca em cada ponto de contato, traduzir a proposta de valor em todos os formatos, seja em um banner de mídia programática, em um vídeo para reels no Instagram ou em uma ambientação de loja. O consumidor não enxerga departamentos; ele enxerga uma marca. E o marketing tem a missão de garantir que essa marca seja consistente e, ao mesmo tempo, surpreendente.
Outro ponto-chave nas discussões deste ano é que o consumidor está sendo guiado por descobertas. Ele entra em uma rede social sem saber exatamente o que quer e sai querendo algo que não sabia que precisava. O marketing que entende isso não apenas vende, ele inspira, educa e provoca.

Nesse contexto, marcas que dominam a omnicanalidade são capazes de gerar necessidades e não apenas respondê-las. Elas criam vitrines personalizadas no digital, experiências sensoriais no físico e campanhas de influência que fazem parte do feed do consumidor e da vida dele.
Quando a experiência encanta, ela não apenas fideliza, ela converte. Porque o consumidor moderno está disposto a pagar mais por produtos de marcas que oferecem algo que vai além da compra: um sentimento, uma história, um momento.
Experiências bem pensadas geram memórias. E memórias constroem fidelização. Quando o consumidor encontra coerência, praticidade e encantamento em todos os canais, ele tende a voltar. Por isso, investir no formato híbrido não é apenas uma decisão de tecnologia ou logística, é uma decisão de marca.
Omnicanalidade não é só infraestrutura, é narrativa. É a forma como a marca decide contar sua história em cada ponto de contato. E, quando bem feita, essa história não apenas é ouvida. Ela é vivida.
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