De modo geral, os brasileiros (68%) atualmente empregados estão felizes ou muito felizes com a posição conquistada no mercado de trabalho. Por outro lado, 84% dos trabalhadores acreditam que a atuação profissional pode contribuir diretamente para o surgimento de transtornos emocionais.
Os dados fazem parte do estudo “Saúde Mental no Brasil”, do Instituto Qualibest, que ouviu pouco mais de quatro mil internautas entre agosto e outubro do ano passado. 34% dos entrevistados enxergam uma ligação entre o exercício profissional e deterioração da saúde mental. Cargas excessivas de tarefas (41%), baixa remuneração (37%) e falta de empatia dos empregadores (34%) foram citados como os principais motivos para o problema.

A insônia (40%) lidera a lista de chagas colecionadas pelos trabalhadores expostos às adversidades. Cansaço sem causa aparente (34%), irritabilidade (32%), falta de concentração (28%), desinteresse por atividades rotineiras (28%), formigamento (16%), falta de ar (16%), dores generalizadas (16%), manchas na pele (10%) e tremores nas extremidades (9%) completam a lista de sintomas.
Os efeitos gerados pela baixa remuneração reverberam em desafios financeiros complexos, citados por 43% dos entrevistados como o principal gatilho para a redução da saúde mental. Não por acaso, 48% dos respondentes acreditam que uma remuneração justa resolveria parte do problema. A lista de soluções inclui, ainda, apoio psicológico (37%), e o investimento na capacitação profissional dos funcionários (29%).
Outros fatores determinantes
Problemas de relacionamento (39%) e o testemunho de eventos traumáticos (32%) aparecem no topo da lista geral de traumas e preocupações. Carga excessiva de trabalho (28%), perda de um ente querido (29%), histórico familiar de doenças mentais (24%) e os efeitos prolongados do isolamento durante a pandemia de COVID-19 (18%) também foram mencionados como fatores determinantes pelos entrevistados.
O tratamento para transtornos emocionais é uma realidade para muitos. 56% dos entrevistados já buscaram ajuda médica para avaliar sintomas emocionais, e entre aqueles que receberam diagnóstico, 80% foram identificados com ansiedade e 43% com depressão. 37% dos participantes admitiram nunca ter procurado um especialista, o que pode indicar uma prática de “autocuidado” sem acompanhamento profissional.

Entre as principais estratégias adotadas para contornar os problemas e iniciar a cura do estado mental, aparecem atividades como ouvir música (57%), assistir séries e filmes (51%), tempo de qualidade com a família (44%) e a prática de exercícios físicos (41%). No quesito exercícios, 61% afirmaram se exercitar pelo menos uma vez por semana, sendo que 10% fazem atividades mais de cinco vezes na semana.
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