Por vezes, equipes de Marketing investem meses na elaboração e lançamento de campanhas, que, não raro, despertam pouca atenção no público. Uma pesquisa conduzida pela psicóloga americana Gloria Mark, da Universidade da Califórnia em Irvine, revela que o tempo médio que uma pessoa permanece em uma única tela caiu de 2,5 minutos para apenas 47 segundos nas últimas duas décadas.
Esse comportamento, conhecido como "síndrome do cérebro de pipoca", descreve a tendência de pular rapidamente de uma tela para outra — como grãos de milho estourando. Essa dinâmica foi amplificada com a popularização das redes sociais, criando um cenário desafiador para marcas que precisam capturar a atenção em questão de segundos. Frente a isso, a Inteligência Artificial (IA) surge como uma ferramenta indispensável para potencializar resultados.
Para Miguel Caeiro, Head Latam da Vidmob, identificar os gargalos e criar estratégias que melhorem a qualidade criativa são passos essenciais. O executivo defende que uma campanha bem-sucedida não precisa ser complexa, já que a tecnologia é capaz de decodificar a criatividade e apontar os elementos que tornam um vídeo impactante em uma rede social, mas não necessariamente em outra.
Pensando neste panorama, Caeiro identificou os cinco principais gargalos enfrentados por profissionais da área:
1 - Dúvidas sobre qual tipo de anúncio engaja o consumidor
Novas plataformas surgem a todo momento e cada uma delas possui um perfil específico de conteúdo. Outro ponto é que existem diversos formatos de anúncios.
Embora os "marqueteiros" saibam onde querem chegar, nem sempre sabem qual é o melhor caminho a percorrer. Afinal, é preciso pensar em quais tipos de anúncios alcançam os seus objetivos e qual plataforma conversa melhor com públicos específicos.
2 - Divergências entre o time criativo e os profissionais de Marketing
Estrategistas de Marketing e criativos geralmente têm prioridades diferentes. Enquanto os estrategistas são movidos pelos resultados, os criativos se preocupam mais com a produção de ideias legais e menos sobre como podem, de fato, gerar lucro.
3 – Excesso de tempo gasto com a personalização de anúncios para cada plataforma
Cada rede social tem seus algoritmos e bases de usuários com preferências únicas, Isso significa que os times criativos devem gastar mais tempo analisando as preferências e personalizando anúncios para cada uma plataforma.
Muitas vezes, a equipe de criação só tem tempo para redimensionar os recursos, não para considerar cuidadosamente como um determinado anúncio deve ser ajustado para obter os melhores resultados.
4 - Tendência a refazer o projeto durante a revisão final
É normal que ao final do processo de criação o anúncio não atenda às expectativas dos estrategistas de Marketing. O instinto de alguns profissionais é começar todo o projeto do zero, quando pequenos ajustes são suficientes para transformar completamente uma campanha.
5 - Revisões do cliente levam dias ou semanas
Um dos aspectos mais demorados para ter anúncios criativos aprovados e prontos para inclusão em campanhas é a revisão do cliente. Isso porque, muitas vezes, não consideram explicações e dados que comprovam a eficiência de cada elemento na peça e acreditam ser um capricho ou "achismo" do criativo.
O que fazer?
Caeiro recomenda a utilização da força dos dados que a tecnologia consegue transformar em insights como uma forma de contornar os gargalos mencionados. Na avaliação do diretor, grande poder dos algoritmos de IA é a capacidade de, finalmente, abrir o que geralmente é chamado de caixa preta da criatividade.
A IA permite desconstruir uma peça criativa, como um vídeo, em um conjunto de dados sequenciais, gerenciáveis e capazes de interpretação, como a existência ou não de pessoas, a posição delas, se estão ao ar livre ou em um ambiente fechado, se estão sorrindo, chorando, se há plantas, animais, quais as cores utilizadas e todas as possíveis informações da imagem.
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