A utilização da Inteligência Artificial por equipes de Marketing é, na maioria dos casos, bastante incentivada. Afinal, os benefícios entregues pela tecnologia à prática profissional são muitos e, a essa altura, bem conhecidos. Contudo, o processo de inserção da IA como uma ferramenta de rotina de trabalho ainda não conseguiu driblar um problema um tanto perigoso: o desconhecimento sobre os possíveis desdobramentos do uso de recursos generativos.
Colocando o problema sobre o escopo analítico dos números, mais de 70% dos funcionários de escritório entrevistados pela Veritas Technologies em 11 países - inclusive o Brasil - afirmaram utilizar ferramentas generativas de IA, como o ChatGPT, no trabalho.
Este uso, no entanto, envolve comportamentos de risco, como a inserção de dados de clientes, informações sobre funcionários e dados financeiros da empresa. 31% dos profissionais entrevistados admitiram inserir informações potencialmente confidenciais em ferramentas generativas.
Por trás do comportamento, 61% dos entrevistados não reconheceram que suas ações poderiam tornar públicas informações confidenciais, enquanto 63% disseram não entender como isso poderia fazer com que suas organizações entrassem em conflito com os regulamentos de conformidade de privacidade de dados.
A culpa é da liderança?
Para Gustavo Leite, vice-presidente para América Latina da Veritas Technologies, sem a orientação dos líderes sobre a utilização da IA generativa, alguns funcionários acabam empregando a ferramenta de maneiras que colocam suas organizações em risco, mesmo que outros hesitem em fazê-lo.
Leite completa ressaltando que, em função da falta de orientação, as organizações podem enfrentar violações de conformidade regulamentar ou perder oportunidades de aumentar a eficiência de toda a sua força de trabalho, mas reforça que ambos os cenários podem ser resolvidos com diretrizes e políticas eficazes de IA generativa.
Com efeito, embora 56% dos respondentes tenham confirmado o uso de ferramentas generativas pelo menos uma vez por semana, 28% disseram que não utilizam a tecnologia de forma alguma. Isso porque apenas 57% dos entrevistados receberam alguma orientação dos seus empregadores sobre o que é aceitável e o que não é.
Reconhecendo tanto os benefícios quanto os riscos do uso constante da IA, profissionais anseiam pela instrução de seus empregadores. Mais de três quartos (77%) dos entrevistados desejam diretrizes, políticas ou treinamento para aprimorar o uso de IA generativa em suas organizações.
As principais razões apresentadas pelos respondentes foram a aprendizagem para utilizar as ferramentas de forma adequada (68%), reduzir os riscos que envolvem a utilização da IA (43%) e, finalmente, criar condições de concorrência equitativas no local de trabalho (25%).
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