O ano já começou, momento em que vários relatórios de tendências das diferentes casas e institutos já foram lançados e nesse contexto, trago aqui a minha seleção e curadoria dos 10 principais comportamentos que irão guiar marcas e negócios nesse ano de 2024.
1. A personalização passa a ser extrema
Produtos, conteúdo e campanhas “de prateleira” não funcionam mais. A personalização continuará a evoluir, especialmente com Inteligência Artificial (IA) e a análise de dados permitindo comunicações altamente específicas. Com isso, passamos a ter uma personalização extrema, feito especialmente para você, no seu momento e no seu lugar. Os consumidores esperam conteúdo que dialogue com suas necessidades e desejos individuais. Desafio maravilhoso para times de produto e comunicação que viram seus trabalhos mudarem radicalmente com esse comportamento.
2. Inteligência artificial como a ferramenta para personalização e automação
A Inteligência Artificial continua com tudo e segue como uma ferramenta muito importante para customizar em grandes escalas e segmentar em nichos. Ela está cada vez mais sofisticada e traz análises de dados mais avançadas para a tomada de decisão. Trabalhos rotineiros podem ter a ajuda da IA para dedicar o tempo para o correto prompt e o uso do pensamento crítico e da criatividade. Nesse contexto, temos também um consumidor que não aceita mensagens e experiências que não estejam 100% fluidas. Fica a dica.
3. Vamos ouvir podcasts cada vez mais nichados
Falando em segmentação e customização, os últimos dois anos representaram um boom no mundo dos podcasts e o ano de 2024 servirá como um importante momento de concretização do conteúdo por áudio. Mais do que isso, o conceito de videocast se fortalecerá, com conteúdos nichados, focando nas demandas específicas de cada segmento e público-alvo. Eu adoro e já incluí isso na minha rotina, seja no tempo de deslocamento, seja nas caminhadas ou a academia. Grande oportunidade de comunicação de marcas e serviços para falar com públicos bem específicos.
4. O detox digital se torna recorrente e para todos
Já vemos frequentemente criadores de conteúdo e influenciadores em momentos de “detox digital”, mas agora, esse comportamento passa a ser mais massivo, devido aos benefícios que alguns dias longe das telas e das conexões geram.
5. Marcas abraçando causas e responsabilidade social continuam imperativos
A busca por marcas com propósito e que tenham causas bem definidas continuará a crescer. Os consumidores esperam que as empresas demonstrem compromisso com causas sociais e ambientais e resolvam problemas da nossa sociedade, com uma postura protagonista em relação a isso. Não basta ter uma marca bacana, um produto de alta qualidade, os consumidores exigem mais. As marcas que incorporarem a responsabilidade social na estratégia terão vantagem competitiva significativa.
6. Longevidade começa a ser algo mais recorrente e alcançável
Avanços na área da saúde, medicina preventiva, melhor qualidade dos alimentos, importância dos exercícios e com o seu bem-estar abrem uma avenida para alcançarmos uma vida mais longeva. Chegar aos 100 anos passa a ser uma possibilidade, algo possível de alcançar e mostra um caminho para marcas e serviços que atuam nesses segmentos. Para inspiração, vale assistir à série da Netflix: Viver até os 100 anos – o segredo das zonas azuis.
7. A proteção e privacidade de dados: nem tudo pode.
Aumento de regulamentações contra as grandes empresas de tecnologia para proteger os dados e a privacidade das pessoas online passa a ser algo mais intenso. Benefícios para os consumidores que passam a estar menos vulneráveis.
8. Depois da influência, a “desinfluência” ganha força.
Cansados de ouvir o que comprar e por qual motivo, muitos consumidores sentem falta de autenticidade e também humildade no discurso das marcas. Esses foram os pontos essenciais que deram origem a uma tendência de “desinfluência”, onde os influenciadores e criadores de conteúdo dizem aos seus seguidores as razões pelas quais não devem comprar um produto ou serviço, e o que deveriam comprar ou fazer em vez disso.
9. Consumidor ultra-racional
A miscigenação dos canais de compra fez com que os consumidores tenham uma grande facilidade de pesquisar, comparar preços, tamanhos, disponibilidades e marcas, entre outros atributos. Conseguem facilmente ler os reviews, ver como os produtos são feitos e como os serviços são executados. Esse comportamento, somado às recessões econômicas, fazem termos um consumidor ultra-racional, muito mais analítico, o que deixa a compra por impulso, muito mais difícil de acontecer. Ele tem a informação como seu guia de compra.
10. Micro comunidade, muito engajadas
Há bastante tempo se fala nas comunidades, a poderosa influência que uma boa conexão e o engajamento podem gerar através de uma comunidade bem construída. O que muda agora é que elas ficam, assim como falei dos podcasts, ainda mais específicas, nichadas, com uma conexão ainda maior e mais frequente. Como se você estivesse no grupo do whatsapp dos seus melhores amigos. Algumas diferenças são que, muitas vezes elas passam a ser pagas, gerando fontes de renda para os criadores de conteúdo, além da publicidade.
*Ana Paula Krainer é Executiva de Marketing e Parceira do Mundo do Marketing
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