Estar no Web Summit Rio 2025 foi como entrar em uma máquina de realidade. Não estou
falando só de tecnologia, mas de mentalidade. Três dias intensos, com palcos lotados e
uma mensagem repetida de formas diferentes: o jogo mudou. E quem ainda tenta jogar
com as regras antigas, já está fora. O evento não foi sobre o que vai acontecer, mas sobre o
que já está acontecendo, e muita gente ainda não percebeu.
Durante os painéis, o que ficou claro é que ou você gera valor real, ou vira ruído. A
tecnologia, especialmente a IA, já não é diferencial, mas o ponto de partida. A questão
agora é como vamos usá-la e com qual responsabilidade. A IA está no presente, e o que vai
determinar sua relevância é o propósito com que a utilizamos. Como disse Patrícia Florissi,
do Google Cloud: "Não existe IA forte sem uma intenção humana clara por trás."
A confiança, por sua vez, virou o maior ativo no cenário atual. Vivemos em um mundo
saturado de conteúdo e, em meio ao caos de fake news e algoritmos, o que se destaca é
quem fala com clareza e entrega o que promete. A honestidade se tornou o ponto de
conexão mais forte com o público.

Outro ponto essencial foi a centralidade do cliente. Hoje, não adianta criar de dentro para
fora. O que funciona é ouvir e entender quem está do outro lado, resolver um problema
real. Isso é o que garante a sobrevivência no mercado.
No Web Summit, ficou claro também que criadores de conteúdo são, de fato, negócios.
Marcas que investem em autenticidade, como a LOUD, entendem que a produção perfeita
não é o que conecta as pessoas, mas sim a verdade. E isso vale para marcas e
influenciadores. Como Ivete Sangalo disse: "O que conecta não é a produção perfeita. É a
verdade."
Além disso, as marcas precisam se concentrar em entregar experiências reais. A tecnologia
pode impressionar, mas são as pessoas, as histórias e os valores que realmente fazem a
diferença. Marcas que geram vínculos emocionais e transmitem atitude são as que
permanecem.
Por fim, o Brasil tem um potencial incrível para liderar na inovação. O país já tem o talento
e a criatividade necessários, mas precisa de mais estrutura e coragem para se afirmar
globalmente. Não precisamos copiar modelos externos, devemos criar o nosso próprio.
O Web Summit Rio foi um espelho para refletirmos sobre o agora, não o futuro distante.
Como Jason Carmel, da VML, provocou: "Se a IA curasse o câncer, qual seria a manchete?
Que o câncer foi curado ou que foi a IA que descobriu a cura?" Essa reflexão nos leva a
repensar nossa relação com a tecnologia e o impacto real que ela pode gerar.
O futuro não espera. E ele não perdoa quem assiste de longe.
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