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A Curadoria Como Cola, Roteiro E Razão De Existir De Um Evento

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Tempo de Leitura 6 min

DATA

1 de jul. de 2025

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Artigos

A Curadoria Como Cola, Roteiro E Razão De Existir De Um Evento

Montar um evento sem curadoria é a receita perfeita para o caos — e, quase sempre, para o fracasso. É acreditar que cada área vai brilhar sozinha, mesmo sem ter combinado o tom da conversa. No meio desse samba descompassado, a curadoria de conteúdo é a única capaz de transformar bagunça em coerência.

É ela quem dá direção. Quem diz “calma, gente”, define o tema, alinha o público, constrói a narrativa e organiza o barulho. Sem curadoria, o evento é só um amontoado de atividades com data e hora, mas sem propósito. Com curadoria, vira experiência. E das boas.

A Teia Invisível Que Segura Tudo

Costumo dizer que um evento é como uma teia. Vários pontos — marketing, vendas, estrutura, tecnologia, produção, staff — precisam estar conectados para que o negócio fique de pé. E essa teia nasce da curadoria. É ela quem conecta as áreas, dá sentido às ações e transforma o que era para ser técnico em algo com alma.

Imagine uma aranha organizada, nerd da planilha, tecendo fios invisíveis entre todos os departamentos. Se um fio se rompe, a teia balança. Mas se o fio central, a narrativa, nem existir, a estrutura desmorona antes mesmo do primeiro slide. Curadoria é isso: o eixo que segura tudo e evita que o evento vire um “o que eu tô fazendo aqui mesmo?”.

Ela conecta:

  • Tema: sem ele, palestra vira monólogo solto e painel vira ringue de egos.

  • Público: se o conteúdo não conversa com quem comprou o ingresso, o evento vira reunião que poderia ter sido um e-mail.

  • Storytelling: ninguém lembra de slide, todo mundo lembra de história. Com curadoria, cada fala vira capítulo — não excursão aleatória.

  • Timing: tem pauta que expira e hype que envergonha. Curadoria garante que o tema esteja vivo e pertinente.

Curadoria É Enredo: Do Carnaval Para O Palco Corporativo

Evento bom é igual escola de samba nota 10: tem começo, meio e fim com coerência. Cada ala desfila em sintonia com o samba-enredo. Da comissão de frente ao público da arquibancada, todo mundo entende o que está sendo contado.

No RH Summit, esse enredo é levado a sério:

  • 2024 – Talent Flywheel: Tingimos São Paulo de rosa, estreando no presencial. Reposicionamos a jornada do colaborador como um ciclo vivo — não mais fragmentado, mas contínuo. Atração, desenvolvimento e engajamento deixaram de ser etapas isoladas para se tornarem movimentos interdependentes. E a plateia girou junto.

  • 2025 – IRH: Unimos inteligência humana, artificial e comportamental para criar a Inteligência em Recursos Humanos. Não falamos só de tendências, mas de decisões conscientes. Porque talento nasce de visão. Tecnologia só sustenta quando conecta. E estrutura que perdura vai além do organograma — é cultura, coerência e cuidado.

  • 2026 – Resultados Humanos: Damos novo significado ao nome. R de Resultados. H de Humanos. Um manifesto por organizações mais conscientes, que reconhecem que impacto real não nasce da pressa, mas da presença. Que tecnologia é aliada, mas não substitui sensibilidade, escuta e ética.

Repare: cada ano continua o anterior, mas com bateria nova e fantasia inédita. Isso só acontece porque a curadoria segura a comissão de frente e manda o puxador gritar a nota certa. Esse enredo só existe porque a curadoria conecta as edições como capítulos de uma mesma saga — com muita pesquisa, revisão de pauta e pulso firme.

O Departamento Fantasma Que Salva Reputações

Ela não aparece no palco, mas impede que ele vire um desastre. É quem barra:

  • Palestrante que parou no tempo e vende o óbvio como se fosse inovação.

  • Painel Frankenstein, com convidados que falam cada um uma língua corporativa.

  • Pitch disfarçado de conteúdo — e mal encenado.

  • Maratona copy-paste, onde cinco palestras repetem a mesma frase motivacional.

Mais do que filtrar, a curadoria calibra. Se todos concordam, vira missa. Se ninguém se entende, vira reality show. O ideal? Debate que provoca sem brigar e inspira sem bajular.

Quando A Métrica Encontra A Poesia

A curadoria bebe de duas fontes. Uma analítica: NPS, buzz nos corredores, engajamento. Outra sensível: as histórias que o público leva pro bar depois do evento.

Ela atua em três fases:

  • Antes: pesquisa de público, análise de mercado, definição de propósito.

  • Durante: leitura de plateia, ajustes estratégicos, atenção ao detalhe.

  • Depois: feedback sem ego, revisão de rota e antecipação do que vem.

Humor E Provocação Com Responsabilidade

Nada prende mais a atenção do que rir e pensar ao mesmo tempo. A curadoria transforma temas densos em provocações elegantes. Usa ironia como bisturi, não como marreta. Evita piadas ofensivas. E provoca com intenção.

Provocação boa não é escândalo gratuito. É diagnóstico com caminho. Não é ringue, é reflexão. Quem provoca por provocar gera like. Quem provoca com curadoria gera mudança.

Quando A Curadoria Existe, O Marketing Agradece

Quando o conteúdo é forte, o marketing não precisa inventar adjetivos. A grade se vende. O patrocinador não quer só exposição, quer conexão com o público certo. E isso a curadoria entrega — com precisão e propósito.

Quando A Falta De Curadoria Derruba Um Evento (Literalmente)

Casos reais:

  • Evento de RH onde o estande caiu. Tentaram abafar. Virou manchete.

  • Fórum executivo com keynote abrindo com piada sexista. Crise de imagem na certa.

  • Summit de inovação com palestras gêmeas. “Disruptivo” virou meme de tédio.

Curadoria ausente é risco. E risco caro.

Como Construir Uma Curadoria De Impacto

  • Defina um propósito que vai além do óbvio: que conversa ninguém está tendo?

  • Mapeie a plateia: cargo, desafio, sonho. Curadoria genérica não engaja.

  • Construa um enredo: início que prende, meio que aprofunda, fim que mobiliza.

  • Varie formatos: palestra, painel, bate-papo. A forma sustenta a atenção.

  • Alinhe discursos: as falas precisam conversar. Contexto importa.

  • Pergunte “por quê?” sempre. Se o palestrante não sabe, talvez não deva estar ali.

Rh Summit 2026: Um Manifesto Por Resultados Humanos

A pergunta que guia a próxima edição é simples: como prosperar sem moer quem opera?

A resposta? Gente. Com voz, espaço, equilíbrio e reconhecimento.

Vamos falar de lucro, sim. Mas também de saúde mental, dados com sensibilidade e performance com consciência. Bem-estar é vantagem competitiva. E fazer diferente é possível — e necessário.

E Encerrando Sem “No Final Das Contas”

Evento bom não nasce da sorte. É bastidor. É trabalho invisível. E a curadoria é esse bastidor. Ela conecta temas, segura os fios, alinha as falas e transforma conteúdo em experiência.

Ela impede que o evento vire um festival de conteúdo requentado. Garante que o público saia tocado, o patrocinador satisfeito e a equipe com vontade de repetir.

Da próxima vez que alguém disser que “evento bom tem que ter coffee e brinde”, respire fundo e diga: café todo mundo esquece e brinde todo mundo joga fora. Mas uma ideia potente, dita na hora certa, fica pra sempre.

E se alguém sugerir: “Chama aquele famoso,artista ou atleta que tem muitos seguidores”, pergunte:

“Qual história ele ajuda a contar? E por que isso importa para o nosso público agora?”

Se fizer sentido, ótimo. Se não, deixa pra lá. 

Porque evento bom se faz com propósito  e começa, sempre, na sala da curadoria. Muito antes das luzes se acenderem.

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CEO e Curador do RH Summit

Léo Kaufmann

CEO e Curador do RH Summit

CEO e Curador do RH Summit

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