A sustentabilidade vem se consolidando como um eixo estratégico no Marketing contemporâneo, mas a fatia de consumidores que priorizam marcas sustentáveis na hora da compra não ultrapassa os 13,2%, conforme dados divulgados pela PiniOn.
O resultado parece ainda menos relevante à luz dos principais fatores de decisão elencados pelos consumidores: preço, apontado por 40,9% dos entrevistados, e qualidade (35,9%). Na sequência aparecem a indicação de amigos ou conhecidos (5,3%) e as avaliações do Reclame Aqui (4,6%).
Esse comportamento se reflete diretamente nos itens consumidos com mais frequência. Em categorias como roupas (61,2%), cosméticos (37,4%) e calçados (25,5%), marcas sustentáveis figuraram como as menos lembradas pelos entrevistados em todas as análises realizadas.
Para Talita Castro, CEO do PiniOn, os números evidenciam que a sustentabilidade já faz parte da pauta do consumidor, mas ainda enfrenta barreiras no momento da compra. O brasileiro está mais atento, mas ainda encontra dificuldades ao tentar equilibrar isso com o preço e a praticidade do dia a dia.

Ampliando possibilidades
Embora a sustentabilidade ainda não apareça como prioridade diante de preço e qualidade, ela se torna um diferencial quando os critérios são iguais. Questionados sobre qual fator seria decisivo entre dois produtos de mesmo valor e desempenho, 36,3% dos consumidores optaram pela sustentabilidade.
Por outro lado, o interesse não se traduz em busca ativa. 11,1% dos entrevistados afirmam pesquisar o ativismo sustentável de uma marca, enquanto aspectos como qualidade (69,1%), comentários online (37,1%) e durabilidade (29,5%) são mais determinantes.
Um dado curioso é que, mesmo sendo a faixa etária menos inclinada a considerar sustentabilidade no momento da compra, os consumidores de 35 a 44 anos lideram na pesquisa sobre o tema ao analisar uma marca (14%).

O levantamento também revela diferenças entre perfis de consumo. A classe A é a menos engajada com o tema, com apenas 8% priorizando marcas sustentáveis, enquanto as classes B, D e E se mostram mais alinhadas a esse critério.
Regionalmente, o Sul lidera em preferência (19%), e o Norte apresenta o menor índice (9%). Entre as faixas etárias, o grupo de 18 a 24 anos é o mais preocupado, enquanto consumidores de 35 a 44 anos se mostram menos atentos à sustentabilidade no ato da compra.
Para Castro, o resultado abre espaço para uma reflexão sobre como marcas e consumidores podem caminhar juntos na construção de escolhas mais conscientes, sem ignorar as limitações reais que ainda pesam na hora da decisão. O brasileiro está disposto a consumir melhor, mas, na prática, precisa escolher o que cabe no bolso.
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