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Pejotização e o futuro do trabalho: um reflexo do novo mercado

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Tempo de Leitura 4 min

DATA

23 de abr. de 2025

CATEGORIA

Artigos

A pejotização, ou a contratação de profissionais como Pessoa Jurídica (PJ), é tema recorrente e polêmico, sobretudo em áreas como Marketing, Publicidade e Tecnologia. O tema costuma vir à tona cercado de comparações, normalmente limitadas à dicotomia PJ x CLT. Mas esse paralelo sobre regimes é raso. Precisamos ampliar a discussão e enxergar o movimento que o mercado vem fazendo - e por quê.

Reduzir a contratação PJ a uma manobra para pagar menos impostos ou burlar direitos trabalhistas é uma leitura preguiçosa. Sim, há abuso. Sim, tem empresa que precariza relações e chama de “flexibilidade”. Mas essa é só uma parte da história.

Nas pequenas e médias agências, a pejotização virou regra — e ninguém mais questiona. Por quê? Porque o mercado está quebrado. Comunicação ainda é vista como custo, não como valor. Clientes pressionam por preços absurdos, e agências esmagadas tentam sobreviver. O resultado? Cortes, sobrecarga e contratações sem vínculo — a famosa “legalização da informalidade”.

Mas aqui vai a provocação: e se a pejotização também for uma resposta legítima a um novo tipo de trabalho?

Recentemente, a atuação por projeto se consolidou como modelo dominante em diversos segmentos, especialmente aqueles que demandam agilidade, conhecimento técnico específico ou entregas pontuais. Portanto, nessas situações, o que está acontecendo não é uma “substituição da CLT”, mas uma adaptação do mercado. A pejotização surge como uma solução natural para essas necessidades, permitindo que empresas adaptem suas equipes de forma dinâmica e, principalmente, estratégica. Temos, portanto, uma oportunidade com o regime PJ aqui.


Assim, trata-se, antes de tudo, de uma resposta real às novas dinâmicas do trabalho. Muitas empresas estão adotando esse modelo, não para reduzir custos, mas, sim, devido à necessidade de flexibilidade.

Contratar um PJ significa trazer para o time um especialista que pode atuar com autonomia, focado na entrega de resultados específicos dentro de um prazo determinado. Além disso, trata-se de um modelo de contratação que permite um processo seletivo mais ágil e que possa ser absorvido pelo budget do projeto, por exemplo, sem depender do orçamento do RH ou de outro setor da empresa. É importante entender isso. O dinheiro sai de outra fonte dentro das organizações.

Já para os profissionais que atuam como PJ, esse modelo oferece vantagens significativas, como maior autonomia na gestão do seu tempo e liberdade para escolher os projetos que mais se alinham aos seus interesses e habilidades. No entanto, é fundamental que esses profissionais entendam o valor que geram para as empresas e saibam precificar adequadamente seus serviços. Esse processo de entendimento do que é ser autônomo, eu diria que ainda está em construção entre os profissionais.

A atuação como PJ exige uma postura empreendedora. É necessário planejar financeiramente, gerenciar contratos e compreender os custos envolvidos, incluindo impostos e contribuições previdenciárias. É saber negociar honorários que reflitam a complexidade do trabalho e o impacto gerado, indispensável para garantir a sustentabilidade no longo prazo. Porém, os ganhos financeiros e a liberdade de atuação nos projetos atraem e vão continuar atraindo profissionais talentosos

Essa conexão entre contratante e contratado deve ser pautada pela clareza nos contratos e pelo alinhamento das expectativas. Quando ambas as partes entendem suas funções e trabalham em parceria, os resultados são positivos tanto para os projetos quanto para as relações estabelecidas.


A discussão sobre pejotização deve ser ampliada para refletir sobre o futuro do trabalho. O mercado está em constante transformação, e não há uma fórmula única ou definitiva para lidar com essas mudanças. Hoje, o formato baseado em entregas por projeto tem se mostrado eficaz para atender às necessidades tanto das empresas quanto dos profissionais. Mas o modelo CLT continua sendo necessário. Repito: não há uma fórmula única ou definitiva - mas precisamos abrir e explorar as possibilidades diante de um mercado tão dinâmico.

Estamos, afinal, discutindo o futuro do trabalho — não o modelo. E a verdade é que ninguém tem essa resposta. O que temos são caminhos. A legislação deve mudar para acompanhar o que vem ocorrendo no mercado e estabelecer o que é certo e o que é errado. No entanto, o mercado já está se adaptando às novas realidades porque as pessoas precisam trabalhar e as empresas precisam de mão de obra qualificada.

Portanto, a pejotização não é apenas uma tendência passageira — ela reflete uma mudança estrutural nas dinâmicas do mercado de trabalho. Mais do que discutir modelos em si, é fundamental olhar para as soluções práticas que já existem e os benefícios que podem ser construídos a partir delas, tanto para empresas quanto para profissionais.

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Gustavo Loureiro Gomes

CEO e fundador da HUG

AUTOR

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