Entre as muitas preocupações sobre o presente e o futuro, a ideia de que a aparência de uma pessoa é um fator determinante para o sucesso – ou para o fracasso – foi defendida por 40% dos respondentes no estudo “Sem Cabimento”, conduzido pela consultoria Dubu.
Ao todo, 33% dos entrevistados afirmam já ter sofrido preconceito por conta de suas fisionomias, enquanto 46% relataram que seus relacionamentos foram prejudicados de alguma forma por conta de tópicos como peso e semblantes.
No total, 44% dos consultados revelaram que a percepção de seus corpos é muito ou moderadamente afetada pela orientação sexual. Essa percepção é mais sentida pela Geração Z, com 52% dos casos.
Ao todo, 86% das pessoas acreditam que a autoestima está ligada ao corpo e à aparência e 58% dos entrevistados acreditam que podem melhorar suas aparências e condições físicas. Os dados revelam ainda uma relação conflituosa dos entrevistados com seus próprios corpos, especialmente em relação à magreza, comumente associada à beleza e saúde.
Neste panorama, ainda que 50% acreditem que homens e mulheres não precisam se preocupar em ter corpos magros, 32% descrevem ter vergonha de se expor em público. Além disso, 60% das pessoas afirmam que são responsáveis pela sua má relação com o corpo.
Percepções nascem no Marketing e publicidade
Na avaliação de Ivan Scarpelli, sócio e cofundador da Dubu, esses números reforçam a convicção de que os corpos são construídos a partir de uma visão que vem do outro. Boa parte desta conceitualização é construída na publicidade, apontada pelos entrevistados como um dos agentes responsáveis pela forma como eles percebem seus corpos.
Esta é uma questão que traz impactos diretos para múltiplas minorias e que pede atenção da sociedade e das marcas, que são identificadas pelas pessoas em nossa pesquisa como responsáveis pela forma como elas percebem seus corpos.
Anna Beatriz Azem, sócia e cofundadora da Dubu, ressalta que os resultados coletados no estudo apontam para não apenas as relações sociais, mas também a influência de elementos como a publicidade, filtros de redes sociais e a manipulação de imagens em geral.
Seguindo a mesma linha de raciocínio, Julia Guilger, sócia e cofudadora da consultoria, complementa que apesar dos esforços e movimentos sociais recentes em favor da naturalização dos corpos, temas como a magreza ainda são protagonistas na sociedade.
Na avaliação da especialista, normalizar padrões inatingíveis e desconsiderar os corpos das pessoas é negligenciar a existência de cada um, trazendo pressão sobre as pessoas e estabelecendo uma única visão sobre corpos e belezas comuns – uma falha a ser evitada pelas marcas.
Para a pesquisa, foram realizadas 500 entrevistas quantitativas com pessoas de todo o Brasil, de ambos os sexos, com idades entre 16 e 50 anos. O índice de confiança é de 95%.
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