Enquanto marcas disputam atenção com campanhas recheadas de corações e jantares à luz de velas, o público feminino mostra que seus desejos para o Dia dos Namorados vão além da embalagem. Segundo o estudo “O amor está no ar?”, da Ferraz Pesquisa de Mercado, o que mais importa para as mulheres é a presença real do parceiro – e não necessariamente o presente.
O levantamento, realizado com 221 mulheres em junho de 2025, traça um retrato emocional e comportamental de um público que, apesar da crença no amor, olha a data com um senso crítico cada vez mais apurado. A maioria das entrevistadas está em relações estáveis e maduras: 63% têm entre 35 e 54 anos e 54% estão no mesmo status conjugal há mais de nove anos. Esse perfil influencia diretamente a forma como essas mulheres vivenciam o 12 de junho.
A pesquisa aponta que 52% das mulheres preferem um jantar romântico como forma de celebrar, e 84% valorizam mais a intenção do que o valor do presente. Perfumes e viagens-surpresa aparecem entre os favoritos, enquanto bichos de pelúcia lideram a lista de rejeições – símbolo do que elas consideram presente genérico e impessoal.
O investimento médio na comemoração gira em torno de R$ 216,00 refletindo um comportamento pragmático: há disposição para celebrar, mas com significado. Inclusive, 70% das entrevistadas admitiram já ter fingido gostar de um presente para evitar conflitos – um dado que escancara a distância entre o que se dá e o que se deseja receber.

Pressão social x afeto real
Nas redes sociais, o cenário se torna ainda mais contraditório. Embora 57% das mulheres já tenham postado algo romântico na data, 87% acreditam que muitos casais publicam declarações mesmo quando não estão bem. O dado aponta para uma percepção de que o amor digital muitas vezes se transforma em performance – algo que não passa despercebido pelo olhar atento das consumidoras.
A pesquisa também mostra um desejo por campanhas mais autênticas. Embora 65% reconheçam algum nível de influência das propagandas, apenas 14% se dizem imunes a elas. Isso abre espaço para marcas que consigam criar conexões genuínas, que respeitem a inteligência emocional e a sensibilidade desse público.
A data continua sendo valorizada, mas com ressalvas. 42% das mulheres enxergam o Dia dos Namorados como uma mistura de amor e consumo, e 36% o veem como uma data essencialmente comercial. Ainda assim, 84% afirmam acreditar no amor – mesmo que com “os pés no chão”.

Oportunidade para marcas: escutar mais, exagerar menos
A principal lição para o mercado é que o amor, para essas mulheres, precisa ser vivido com verdade e cuidado. O estudo mostra que, hoje, o afeto não se compra – se constrói. Marcas que entenderem isso e se comunicarem com sensibilidade têm mais chances de gerar identificação e lealdade.
A pesquisa da Ferraz evidencia que, para o público feminino, amar é uma escolha – e uma resistência emocional. Em tempos de filtros, algoritmos e vitrines digitais, as mulheres estão em busca de relações – e campanhas – que sejam reais, significativas e fora do clichê.
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