<p><strong>Marketing e a Responsabilidade Social</strong><br />&nbsp;<br />Por Jo&atilde;o Baptista Sundfeld*<br />&nbsp;<br />A responsabilidade social tem sido tratada mais como uma a&ccedil;&atilde;o corporativa. Por&eacute;m, a forma ideal para atingirmos o objetivo seria divulgarmos que a a&ccedil;&atilde;o social pode e deve ser abrangente e incluir a maioria da popula&ccedil;&atilde;o. Nem sempre a a&ccedil;&atilde;o social necessita o emprego de dinheiro. A solidariedade entre os seres humanos &eacute; um valor cultural que precisa ser difundido na educa&ccedil;&atilde;o das pessoas desde a mais tenra idade. </p><p>O fil&oacute;sofo grego S&oacute;crates tamb&eacute;m acreditava que os indiv&iacute;duos deveriam cultivar um forte car&aacute;ter e desenvolver muitas virtudes pessoais e a solidariedade &eacute;, indiscutivelmente, uma grande virtude. Analisando a palavra &ldquo;responsabilidade&rdquo; constatamos que &eacute; definida como estado, qualidade ou um dever que inclui o que eticamente significa ser encarregado do bem &ndash; estar de outra pessoa. Implica tamb&eacute;m na habilidade para agir sem orienta&ccedil;&atilde;o ou autoridade superior, por conta pr&oacute;pria. Portanto, a responsabilidade social deve ser entendida como produto de todos os indiv&iacute;duos de uma comunidade e n&atilde;o somente por a&ccedil;&otilde;es de governos ou empresas. </p><p>Recentemente, falando sobre o assunto para um audit&oacute;rio composto por jovens mo&ccedil;as e rapazes de classe de renda elevada, perguntei o que pensavam sobre as declara&ccedil;&otilde;es de vis&atilde;o futura, miss&atilde;o e valores, apresentadas pelas empresas em seus planos de gest&atilde;o e afixadas nas recep&ccedil;&otilde;es de escrit&oacute;rios e &aacute;reas industriais. A maioria desses jovens &ndash; cerca de 80% - mostrou-se incr&eacute;dula quanto &agrave; efic&aacute;cia dessas declara&ccedil;&otilde;es, ou seja, colocando em d&uacute;vida se a empresa, de fato, pratica o que escreveu ou trata-se apenas de marketing social, para convencer os clientes de que a empresa est&aacute; consciente de seu papel perante a sociedade. <br />&nbsp;<br />Essa desconfian&ccedil;a da juventude n&atilde;o &eacute; gratuita j&aacute; que vimos assistindo, em todo o mundo, a desintegra&ccedil;&atilde;o de valores morais, &eacute;ticos e religiosos. Um funcion&aacute;rio da CIA americana foi preso porque foi corrompido e sua gan&acirc;ncia apontou para a execu&ccedil;&atilde;o de quase uma d&uacute;zia de valiosos agentes na &eacute;poca da guerra fria entre Estados Unidos e a Uni&atilde;o Sovi&eacute;tica. Fraudes no sistema social em v&aacute;rios pa&iacute;ses, inclusive no Brasil, demonstram que &eacute; real e crescente a falta de escr&uacute;pulos de pol&iacute;ticos e dirigentes nos quais a sociedade depositava confian&ccedil;a. </p><p>Pessimismos &agrave; parte, consideramos que as iniciativas empresarias demonstrando a&ccedil;&otilde;es adequadas para com a responsabilidade social, fazem sentido em duas vertentes. A primeira &eacute; divulgar ao mercado as boas a&ccedil;&otilde;es envolvendo suas marcas com ineg&aacute;vel car&aacute;ter de campanhas publicit&aacute;rias e, a segunda vertente atinge o alvo quando divulgam a&ccedil;&otilde;es como a aplica&ccedil;&atilde;o de recursos na educa&ccedil;&atilde;o e forma&ccedil;&atilde;o especializada para jovens de poucos recursos financeiros, apoio a campanhas de vacina&ccedil;&atilde;o e uso de f&aacute;rmacos sob controle m&eacute;dico, uso de pap&eacute;is reciclados e outras de reconhecido valor social. <br />&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; <br />As rea&ccedil;&otilde;es da sociedade revelam-se adequadas quando se sabe da exist&ecirc;ncia de 250 mil organiza&ccedil;&otilde;es voltadas para obras sociais, segundo dados da Rede de Informa&ccedil;&otilde;es do Terceiro Setor - Rits. Concluindo, cremos que o apoio &agrave;s iniciativas para que a responsabilidade social seja enfatizada nas fam&iacute;lias, nas escolas e nos ambientes empresariais, seja o caminho certo para tornar as pessoas &iacute;ntegras e para aumentarmos os valores que dignificam o ser humano.<br />&nbsp;<br />* Jo&atilde;o Baptista Sundfeld &eacute; economista, p&oacute;s-graduado em marketing, mestre em educa&ccedil;&atilde;o pela PUC-SP e professor na ESPM, PUC e USP. &Eacute; consultor em gest&atilde;o empresarial da Sundfeld &amp; Associados.</p><p><span class="texto_laranja_bold">Acesse</span><br /><a href="http://www.sundfeld.com.br" target="_blank">www.sundfeld.com.br</a></p>
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