O brasileiro entende o que significa ESG? De modo geral, apenas 36% dos entrevistados pela HSR Specialist Researchers durante o Estudo "Da Indiferença à Paixão: a Jornada do Engajamento através das Gerações" souberam explicar o conceito corretamente.
Por outro lado, quando questionados sobre os componentes específicos de ESG, o conhecimento foi maior, especialmente para os conceitos de Meio Ambiente (E) e Responsabilidade Social (S).
E, ao comprar produtos ou serviços, o brasileiro considera as práticas de ESG? Neste recorte, embora qualidade e preço (40%) permaneçam como os principais fatores para aquisição de um produto, práticas alinhadas ao conceito foram mencionadas por 16% dos respondentes
Para entender o panorama de ESG no Brasil, a HSR entrevistou 407 pessoas de diferentes faixas etárias e regiões do país, abrangendo gerações Baby Boomers (acima de 60 anos), Geração X (42-60 anos), Y (26-41 anos) e Z (18-25 anos).
Preferências de ESG por geração
Entre a população geral, o cenário mais valorizado foi o das empresas que priorizam "Sustentabilidade e Direitos Humanos", com 21% de Share de Preferência e 56% de Intenção de Compra. Esse cenário inclui a redução de impactos climáticos, garantia de direitos humanos (combate ao trabalho infantil e condições análogas à escravidão) e geração de valor na cadeia sustentável, sendo também o preferido pelas gerações X e Y.
Na geração Y, outro cenário de destaque foi o de "Integração de Prioridades Sociais e Ambientais", que enfatiza redução do desmatamento, inclusão no ambiente de trabalho e manutenção de práticas éticas. Já os Baby Boomers apontaram "Risco e Impactos Comunitários" como o cenário mais relevante, considerando fatores como conservação da biodiversidade, segurança da comunidade e gestão estruturada de riscos socioambientais.
O estudo também aponta quais práticas ESG são mais comuns em cada geração e constatou que as mais experientes lideram na adoção de práticas sustentáveis, enquanto os jovens estão começando a se engajar. Apenas 3% dos participantes não adotam nenhuma prática relacionada à sustentabilidade.
A reutilização e economia de recursos, como reciclagem, economia de água e uso eficiente de energia, são prioridades para todas as gerações, com mais de 70% de adesão. Em relação à escolha de produtos e serviços sustentáveis, os Baby Boomers lideram com 61%, seguidos pela Geração X e Y, com 55% cada, e pela Geração Z, com 39%.
Os Baby Boomers também lideram em engajamento social e práticas de consumo ecológico, com 60% e 53%, respectivamente. A Geração Z apresentou os menores percentuais, com 43% e 20%, respectivamente.
Quanto aos setores mais bem percebidos por práticas responsáveis, os Baby Boomers destacaram as indústrias de combustíveis (41%) e produtos de higiene e beleza (38%). Já os membros da Geração X destacam os alimentos não perecíveis (34%) e produtos de higiene e limpeza (33%).
O panorama muda completamente quando as gerações mais recentes integram a conversa. Entre os Millennials, os setores de farmacêuticos (33%) e hipermercados (29%) são os mais benquistos. A Geração Z vê educação (27%) e artes e cultura (23%) como os setores com melhores práticas ESG.
Metodologia
Utilizando a metodologia Conjoint Analysis e os indicadores Share de Preferência (que identifica a combinação de atributos mais valorizada pelos consumidores) e Intenção de Compra, a HSR simulou seis cenários de empresas engajadas com ESG e submeteu esses cenários à avaliação dos entrevistados.
Destas avaliações, o estudo identificou as maneiras como as práticas ESG influenciam o engajamento dos consumidores de diferentes gerações. Segundo Dayane Franco, sócia-diretora da Bridge Research, empresa membro da HSR, estudos recentes com C-levels revelaram como as práticas ESG influenciam o dia a dia das empresas e suas decisões de negócios.
Buscando o outro lado da relação B2C, a nova etapa de estudos buscou aprofundar o entendimento intergeracional da população brasileira sobre o tema para identificar o cenário ESG ideal para uma empresa, de acordo com a perspectiva do consumidor.
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