As companhias brasileiras estão no caminho certo rumo ao Net Zero, o compromisso de reduzir as emissões de gases de efeito estufa na atmosfera. Nesse sentido, mais da metade das empresas nacionais estão envolvidas com a temática, sendo que 89% delas elaboram o próprio relatório de sustentabilidade e 60% adotam metas de redução da emissão de carbono, conforme indica um estudo divulgado pela Kearney.
Para identificar o grau de envolvimento das empresas com as metas sustentáveis, a Kearney também organizou um quadrante de maturidade que dividiu as empresas em Líderes, Executoras, Aliadas e Iniciantes.
O resultado aponta 18% delas como líderes - aquelas com iniciativas em estágios mais avançados em todas as dimensões. As executoras são 11% e representam organizações de indústrias pesadas, que precisam avançar em sua ambição com metas mais agressivas de Net Zero. No quadrante das aliadas (18%) aparecem companhias focadas em transparência e comunicação, mas que precisam evoluir suas operações para reduzirem os riscos de acusações de greenwashing.
Finalmente, o quadrante das iniciantes reúne 53% das empresas, que ainda dão os primeiros passos em suas jornadas rumo às emissões líquidas zero. Sobre os diferentes estágios alcançados pelas empresas nacionais, a consultora da Kearney, Thayza Tabisz, ressalta que os avanços exigem estratégias estruturadas e, à medida que as empresas progridem, as iniciativas aumentam em grau de complexidade, configurando um processo que exige tempo.
Motivações e estratégias
Investimentos verdes, força da marca e o interesse na internacionalização foram citados como os principais drivers que levam as empresas a se descarbonizarem e compensarem emissões de carbono. Quando o assunto é o fortalecimento da marca, 100% das empresas líderes e executoras estão entre as TOP 100 Marcas Brand Finance 2023. O índice cai para 57% e 25% das aliadas e iniciantes, respectivamente.
Para o alcance destes objetivos, iniciativas como a revisão de processos para reduzir emissões diretas, a adoção de ações para elevar a eficiência energética, o redesenho de produtos e serviços visando alternativas mais sustentáveis e a gestão de fornecedores e matéria-prima com base em métricas ESG estão entre as estratégias mais eficientes.
Thayza conclui pontuando que o Brasil tem um potencial enorme no mercado de carbono florestal, detendo 40% das florestas tropicais do mundo, e pode aumentar em cerca de 4x a sua fatia nesse mercado, chegando a 49% do mercado voluntário global.
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