Nos últimos anos, a creator economy tem revelado um fenômeno interessante: artistas e celebridades com carreiras consolidadas fora das redes sociais estão descobrindo o poder de influência e o potencial de negócios que o ambiente digital oferece. Cantores, atores e apresentadores usam a notoriedade que já conquistaram para impulsionar novas oportunidades e negócios nas redes sociais, ampliando seu alcance e, em alguns casos, atingindo até quem não acompanhava seu trabalho original. A popularidade e o engajamento que essas figuras públicas trazem para o digital transformam-se em uma verdadeira máquina de influência, muitas vezes maior do que a que mantinham em seus papeis tradicionais.
Um dos melhores exemplos dessa mudança é o rapper Snoop Dogg. Celebridade global com décadas de carreira na música, ele rapidamente se destacou como influenciador digital e foi celebrado durante a Olimpíada de Paris por seus comentários descontraídos. Snoop conquistou um público que muitas vezes nem conhecia sua música, mostrando o poder das redes sociais para expandir o alcance e a influência de uma figura pública. Essa habilidade de engajar diferentes públicos permite que ele lance produtos que vão de maconha a vinhos, influenciando comportamentos em massa, com a credibilidade e imagem que ganhou entre milhões de seguidores. Snoop está longe de ser apenas o rapper de alguns anos atrás.
Outro exemplo é o de Will Smith, cuja trajetória como ator e cantor o transformou em um dos nomes mais populares de Hollywood. No entanto, sua entrada nas redes sociais o consolidou como um dos maiores influenciadores digitais, especialmente no Instagram e no YouTube. Seus vídeos envolventes, muitas vezes humorísticos e cheios de efeitos visuais, conquistaram milhões de seguidores que não necessariamente o seguiram por seu trabalho no cinema.
Smith utiliza sua plataforma para promover produtos, lançar iniciativas pessoais e até engajar o público em causas sociais, demonstrando o quanto o seu poder de influência digital cresceu a partir de sua presença nas redes. Aliás, ele é tão grande nas redes que um sósia ganhou fama no Brasil e vive de seu trabalho como influenciador à sombra do original a quem foi apresentado recentemente pelo apresentador Luciano Huck, enquanto passava pelo Brasil para o Rock in Rio.
O Brasil também tem personalidades que ampliaram seu poder nas redes. A atriz e apresentadora Maisa Silva é outro exemplo perfeito de como a creator economy pode redefinir o papel das celebridades. Ela começou sua carreira ainda criança como apresentadora de TV, mas foi nas redes sociais que sua popularidade alcançou novos patamares. Hoje, Maisa se destaca como influenciadora, conectando-se com milhões de seguidores por meio de conteúdos autênticos e bem-humorados que refletem sua personalidade.
Virou queridinha das marcas que a procuram para se conectar com a Geração Z, com quem ela fala bem nos seus perfis tornando-a uma espécie de especialista nesse público. Seu impacto nas redes sociais acabou superando sua presença na televisão, ampliando seu leque de projetos e parcerias, desde colaborações com marcas até iniciativas pessoais.
Esses exemplos mostram que a creator economy está redefinindo o papel das celebridades, oferecendo um espaço híbrido entre o artista e o influenciador. É fácil entender como perfis que crescem nas redes sociais acabam alcançando o patamar de celebridades como Felipe Neto e Kéfera, mas o caminho contrário mostra que artistas e celebridades devem e podem explorar os potenciais das redes para ampliar seu alcance. Para essas figuras públicas, é uma mudança que possibilita o desenvolvimento de novas fontes de receita e amplia seu impacto exponencialmente.
À medida que mais celebridades percebem o potencial das redes sociais, é provável que continuem a explorar o digital como uma plataforma central para sua influência e novos negócios. Afinal, a celebridade estará na internet quer queira ou não, a diferença é se vai ficar dona das narrativas sobre sua persona digital. É como canta Milton Nascimento na canção "Nos bailes da vida": todo artista tem de ir aonde o povo está.
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