A pandemia do COVID-19 fez com que o trabalho remoto passasse a ser uma opção e, com isso, foi possível viver em regiões que historicamente não ofereciam trabalho para alguns profissionais. Muitos profissionais acabaram migrando para o interior para ter uma qualidade de vida melhor e com custo mais barato. Essa migração ocasionou no crescimento de pequenas e médias cidades, consideradas pelos trabalhadores como alternativas para as grandes áreas metropolitanas.
Os dados não mentem: o Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado nesta quarta-feira (28), mostrou uma redução inédita no número de habitantes na maioria das metrópoles do país. Salvador, por exemplo, foi o município que mais perdeu população, diminuindo de 2,7 milhões de habitantes para 2,4 milhões em 12 anos.
Além da capital baiana, Itabuna (também na Bahia), teve uma grande retração percentual. A capital do Rio de Janeiro foi o segundo município que mais perdeu população desde 2010. Além dela, São Gonçalo (RJ) teve uma queda de 10,3%.
O que isso significa em termos de oportunidades?
Para algumas cidades pequenas e médias, esta é uma oportunidade de combater o envelhecimento da população e injetar dinheiro nos cofres municipais. Os investimentos antes destinados às metrópoles em Cultura, Educação, Saúde e Moradia podem - e devem - ser aproveitados.
Se nas capitais a bolha imobiliária impede que moradores locais da classe trabalhadora comprem ou aluguem imóveis devido aos altos preços, no interior as oportunidades passam a ser maiores. Cabe ao poder municipal começar a oferecer soluções às empresas para que o crescimento seja equilibrado e não espante a nova população. A expectativa é de que as empresas passem a focar seus esforços de Marketing nestas cidades.
Dados de 2020 já mostravam que o crescimento das cidades menores vinha impulsionando o consumo. Segundo relatório da consultoria IPC Marketing, entre 2015 e 2020, o consumo nas 50 maiores cidades do Brasil subiu perto de 15%. Já nos outros 5.520 municípios, o crescimento foi mais acelerado, de 23%.
Mudanças
De acordo com o Censo do IBGE de 2010, 95% dos municípios do Brasil possuíam menos de 100 mil habitantes e 45% da população do país residia nestas cidades, que representavam 30% do PIB nacional. Dessa vez, sete dessas cidades superam 100 mil habitantes após aumento acima de 40%.
Os dados divulgados pelo IBGE também mostraram um crescimento populacional no Centro-Oeste a partir das capitais - única região do país onde houve aumento em todas elas. As taxas superam 10% em todas as três capitais estaduais: Goiânia, Campo Grande e Cuiabá.
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