Em janeiro, a Meta anunciou o fim de seu antigo programa de checagem de fatos, cujo objetivo era limitar a disseminação de desinformação em suas plataformas de mídia social - Facebook, Instagram, Threads e WhatsApp.
No lugar, a gigante das redes sociais está implementando um programa chamado “Community Notes”, semelhante ao que já é utilizado no X (antigo Twitter), no qual a própria comunidade, e não especialistas, decide se uma publicação é precisa ou não.
Embora a Meta não tenha compartilhado planos imediatos para eliminar verificadores de fatos terceirizados fora dos Estados Unidos, o anúncio levanta questionamentos sobre o futuro da segurança das marcas dentro dessas plataformas fechadas.
Mais desinformação, menos segurança para as marcas
De acordo com uma pesquisa realizada pela Broadminded, que analisa tendências de comunicação na América Latina, 41% dos brasileiros não aprovam a decisão da Meta de encerrar o programa de checagem independente de fatos.
Já o estudo “Kantar Media Reactions 2024: Moving at the speed of culture” revela que, desde que o X substituiu verificadores de fatos terceirizados pelo sistema de “Community Notes”, em 2021, a confiança geral dos profissionais de marketing na plataforma caiu de 22%, em 2022, para 12%, em 2024. O levantamento da Kantar também mostra que, globalmente, 26% dos profissionais de marketing planejam reduzir seus investimentos em mídia em ambientes que não oferecem segurança verificada por terceiros.

A decisão das grandes empresas de tecnologia de abandonar a checagem de fatos por terceiros representa um perigoso retrocesso na luta contra a desinformação online, ameaçando a integridade da informação e colocando em risco a confiança dos consumidores nas marcas. Reduzir a supervisão aumenta significativamente a chance de anúncios aparecerem ao lado de conteúdos enganosos, o que pode prejudicar a reputação das empresas.
Protegendo anúncios com IA contextual e inventário premium
As mudanças nos processos de checagem de fatos destacam o contraste entre o jornalismo de alta qualidade e as redes sociais. Embora os veículos de notícias premium sempre tenham oferecido maior segurança para as marcas, a diferença entre esses dois ambientes de publicidade nunca foi tão evidente.
Com padrões editoriais profissionais, processos de verificação de informações e controle sobre a exibição de anúncios, a gestão editorial bem feita reduz o risco de desinformação e da associação de marcas a conteúdos prejudiciais. Além disso, investir em publicidade na internet aberta apoia a imprensa livre e o jornalismo de qualidade, essenciais para uma sociedade bem informada.
Dando um passo além, a parceria com um provedor de tecnologia terceirizado que utiliza inteligência artificial contextual na internet aberta - capaz de compreender as relações entre diversos artigos em uma rede - pode garantir que os anúncios sejam exibidos em ambientes seguros para as marcas e alinhados aos interesses do público.

A IA contextual avançada reduz a dependência de listas tradicionais de bloqueio por palavras-chave, que podem limitar o alcance. Em vez disso, usa Processamento de Linguagem Natural (PLN) para analisar o contexto completo de um conteúdo, incluindo texto, imagens e sentimento.
Algumas soluções também consideram fatores externos, como clima, tipo de dispositivo, geolocalização e horário do dia, garantindo a conformidade com as regulamentações de privacidade. Isso permite diferenciar, por exemplo, um conteúdo gastronômico sobre “batida de frutas” de outro sobre um acidente, como "batida de carro" – aumentando o alcance sem comprometer a segurança.
Em um cenário de mídia pós-verdade como o de hoje, marcas que desejam manter sua credibilidade e fortalecer a confiança do público tendem a buscar parcerias com veículos de notícias confiáveis. E por meio de ferramentas como a IA contextual avançada, elas buscam se certificar que suas mensagens sejam entregues em um ambiente relevante e seguro.
Ao apoiar o jornalismo de qualidade, essas marcas não apenas protegem sua própria integridade, como também contribuem para uma sociedade mais bem informada.
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