Avanço da Inteligência Artificial. Rotina orquestrada por telas. Vida assistida pelos aplicativos de celular. Muito se fala a respeito dos impactos da tecnologia sobre a existência humana, e nessa discussão, por vezes, o aspecto lúdico-emocional, essencial para a compreensão de comportamentos e tendências humanas, acaba sendo esquecido, jogado para escanteio.
Cercados pela nova realidade imposta pelo digital à realização dos eventos de Marketing, muitos organizadores podem se encontrar confusos quanto a uma necessidade imprescindível: tocar a emoção das pessoas para que elas se sensibilizem e sintam-se transformadas pelo conteúdo, mesmo à distância.
Pensando nisso, Juliana Saab, Country Lead da GPJ Brasil, listou quatro tendências para envolver e engajar o público-alvo em eventos de Marketing em 2023. Os princípios se estendem para eventos presenciais, híbridos e virtuais, e são voltados para o despertar de sensações e emoções significativas.
1 - Menos telas, mais calor humano
Segundo pesquisa da Markletic, plataforma de insights para o marketing B2B, cerca de 40% das pessoas que frequentam eventos híbridos de forma remota declararam ter dificuldade de se sentirem incluídas.
Uma das maneiras de contornar esse problema é a observação de exemplos que dão certo: O Cisco Impact FY23 - conferência anual de vendas realizada em Las Vegas em 2022 para 14 mil participantes presenciais e 6 mil online – valorizou a audiência à distância ao dar-lhes a chance de compartilhar histórias no ambiente físico, recomendar conteúdo, interagir com colegas e concorrer a prêmios.
Um sistema de pontuação e contribuição coletiva permitiu, ainda, desbloquear uma doação para instituições do Terceiro Setor. O resultado é que, entre experiências inéditas, 86% dos participantes aprovaram sua interação online.
2 - Leve as coisas para o lado pessoal, sim
Dificilmente, consumidores não se sentirão felizes com a sensação de ter uma experiência única, desenhada e executada na medida para atender aos próprios gostos. Pensando nisso, 2023 será mais do que o ano da experiência, mas da hiperpersonalização dessa experiência.
De acordo com a empresa de consultoria McKinsey, 71% dos consumidores esperam que as marcas entreguem conexões personalizadas e 76% se sentem frustrados caso não tenham suas expectativas atendidas. No live marketing, a gestão de eventos corporativos que ajuda a despertar emoções e memórias exclusivas de marca é uma das ferramentas mais tangíveis para preencher esse vazio.
3 – Ao lado do brainstorm, o heartstorm
Muitos conhecem de trás para a frente a cartilha para fazer um bom brainstorm. Mas o que dizer do heartstorm? O termo sugere a necessidade de estudo e análise - embasados nos dados - para entender o desejo dos consumidores. Perceber suas emoções e identificar o que eles gostariam de sentir. ajuda a despertar seus melhores sentimentos. Esses são os insumos que vão moldar a jornada com o objetivo de surpreender, personalizar e fazer de 2023 um ano inesquecível para a sua audiência.
Esse entendimento contribuiu para o desenvolvimento de mecanismos de diálogo que podem ser aplicados antes, durante e após os eventos. Dessa forma, é possível construir experiências que apenas sua marca, com características únicas, será capaz de desenvolver. Quando o consumidor se sente tocado e aprende com a experiência, ele é capaz de agir a favor da sua marca.
4 – ESG antes de a sua experiência começar: boas práticas de mercado
2023 será um ano para repensar a relação das grandes corporações com sua agência de marketing de eventos. O atual modelo de contratação baseado em concorrência tem sido questionado. A lógica tradicional que privilegia preço, com prazos curtíssimos, inúmeras agências envolvidas e briefing vagos já começou a ser trocada por processos mais eficientes. Prazos de pagamento, que em alguns casos chegam a seis meses e podem prejudicar toda a cadeia de fornecedores dos eventos, vêm sendo renegociados.
Na era do ESG, um dos KPIs de sucesso do live marketing é a relação que a marca constrói com os responsáveis por fazer a experiência acontecer. Times satisfeitos realizam entregas em patamares mais elevados. E isso se traduz em competitividade.
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