Para quem está no mundo das redes sociais, muitas vezes podem compará-lo a um labirinto, onde cada usuário navega por caminhos complexos e muitas vezes confusos. Em um cenário onde cada publicação em nossos perfis pessoais é mais uma escolha cuidadosa do que um retrato fiel da realidade, pode surgir a indagação de quão real é a vida que postamos nas redes. Essa dúvida não apenas coloca em xeque nossa compreensão do mundo virtual, mas também ressalta a importância em gerenciar nossa presença online com cautela e discernimento.
E participar desse mundo digital revela uma necessidade premente de compreender sua dinâmica e os verdadeiros indivíduos por trás dos perfis. Num cenário onde influenciadores digitais, empresas e marcas desempenham papéis de destaque, a habilidade de navegar com autenticidade e até um pouco de verdade (risos) torna-se essencial.
Recentes acontecimentos têm colocado em destaque os desafios e perigos que surgem quando a presença online não é cuidadosamente planejada e executada, tanto para os usuários comuns quanto para grandes corporações. Casos de influenciadores envolvidos em situações delicadas devido a parcerias controversas ou empresas que negligenciam os riscos associados a influenciadores apenas pelo seu alcance de seguidores, alertam para os perigos de não compreender com profundidade as redes sociais.
Quem não se recorda do caso recente de Renato Cariani, o influenciador fitness envolvido em uma operação policial contra o tráfico de drogas? Ou do grupo de criadores que se viu em meio a um escândalo ao promover uma plataforma de jogos de apostas ilegal? A economia dos criadores chama atenção, mas por trás das câmeras de um celular, será que a vida é realmente tão glamorosa?
Em 2022, um caso chocante evidenciou como as redes sociais podem ser verdadeiramente perigosas. Kat Torres, uma influenciadora digital com milhões de seguidores, foi acusada de tráfico de pessoas e permanece detida no Rio de Janeiro. Sua história foi detalhada por Chico Felitti no podcast "A Coach", revelando como as redes sociais foram usadas para criar personagens e enganar pessoas.
Associar uma marca a um criador de conteúdo pode parecer uma estratégia confiável para impulsionar vendas ou aumentar a visibilidade de uma empresa. No entanto, se o influenciador se envolve em controvérsias, os danos podem ser significativos, afetando a reputação da empresa. Da mesma forma, se uma empresa se envolve em notícias negativas, o influenciador associado pode ser cancelado por seus seguidores, prejudicando sua imagem e reduzindo contratos comerciais futuros.
Entretanto, há exemplos de sucesso que destacam a importância do planejamento da presença nas redes. A parceria entre a farmacêutica Cimed e as personalidades Larissa Manoela e Maisa Silva é um exemplo notável, onde um profundo conhecimento do público-alvo e dos objetivos da marca resultou em uma colaboração autêntica e lucrativa.
Outro exemplo é a série "Origens", do UOL, que apresenta narrativas de valor em parceria com empresas de mapeamento genético, como o meuDNA. Essa série destaca como o marketing de influência pode gerar conteúdo autêntico e estimular o engajamento dos usuários.
Analisando casos positivos, fica claro que o sucesso nas redes sociais requer planejamento estratégico e compreensão das dinâmicas envolvidas. Profissionais especializados não apenas planejam campanhas, mas também realizam análises detalhadas de dados e identificam tendências para criar conteúdo impactante, entende?
Portanto, mais do que questionar a existência de verdade nas redes sociais, devemos focar em cultivar uma presença online autêntica. Isso demanda não apenas consciência dos desafios, mas também aproveitamento das oportunidades oferecidas por um planejamento estratégico e uma compreensão profunda do ambiente digital. Somente através desse compromisso com a autenticidade e inteligência estratégica podemos encontrar valor real em nossa presença online.
*Naty Sanches é CEO da Growth Comunicações, jornalista com especialização em gestão estratégica em comunicação organizacional e Relações Públicas pela ECA/USP. Atua há 15 anos com estratégias integradas de comunicação corporativa.
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