A atividade do comércio no Dia dos Pais de 2025 foi mais fraca do que nos anos anteriores. A data registrou retração de 2,0% nas vendas, considerando as consultas de crédito realizadas entre 4 e 10 de agosto, de acordo com o Indicador de Atividade do Comércio da Serasa.
Economista da instituição, Camila Abdelmalack destaca que a data tradicionalmente movimenta menos o varejo do que outras comemorações e que, neste ano, o consumidor mostrou-se ainda mais cauteloso nas compras a prazo, em um cenário de juros elevados e orçamento familiar pressionado.

O resultado reflete um contexto de desaceleração no comércio após um primeiro semestre positivo. Apesar de acumular alta de 4,8% nos seis primeiros meses do ano, o varejo já havia registrado retração de 0,8% em junho, influenciado pelo crédito mais restritivo, especialmente em setores como veículos e bens duráveis.
Outros indicadores econômicos também reforçam o ambiente desafiador para o consumo. A inadimplência atingiu um novo recorde em maio, com 77,1 milhões de consumidores e 7,7 milhões de empresas negativadas, o que pressiona a concessão de crédito e afeta o faturamento.
A inflação segue acima da meta: o IPCA avançou 0,24% em junho, acumulando 5,35% em 12 meses, com serviços ainda pressionando os preços. Paralelamente, a taxa Selic foi elevada para 15% ao ano, encerrando o ciclo de alta, mas com sinalização do Banco Central de que permanecerá nesse patamar por um período prolongado, diante da resistência inflacionária e da atividade econômica ainda aquecida.
Enquanto isso, o setor de serviços mantém crescimento, mas em ritmo mais moderado. Em maio, houve alta de 0,1%, o quarto mês seguido de expansão, com o volume operando 17,3% acima do nível pré-pandemia, puxado principalmente por serviços profissionais e administrativos.
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