Após quase uma década exaltando a própria condição “ad free” - autorreconhecimento comumente acompanhado por uma série de declarações críticas ao uso da propaganda como um meio de financiamento para as redes sociais - o Discord começará a exibir anúncios aos usuários a partir desta semana.
Informações divulgadas pelo The Wall Street Journal apontam que a ideia por trás da mudança é - quem diria? - incrementar a receita da plataforma, que teve o seu apogeu econômico durante os anos marcados pela pandemia global do Coronavírus. A princípio, as janelas publicitárias foram oferecidas a empresas nativas do universo gamer.
Esta clientela, aliás, não foi escolhida por acaso: o sistema de anúncios proposto pelo Discord deverá ser totalmente interativo, baseado em games e tarefas desenvolvidas pelos anunciantes. As missões deverão propor diferentes missões a serem cumpridas tanto pelos jogadores, quanto para as pessoas que assistem às transmissões em tempo real na plataforma, premiando-os quando os objetivos forem alcançados.
Prestes a ser introduzida oficialmente, a ideia vem sendo testada desde 2023. No dia 4 de maio - conhecido como “Star Wars Day” - a plataforma disponibilizou missões em parceria com o Fortnite para premiar com skins inspiradas no universo de Star Wars players que cumpriram a tarefa de transmitir sessões de jogatina no game em servidores dentro do Discord.
Nova realidade financeira
Até então, a comercialização do serviço de assinaturas Nitro vinha sendo a principal fonte de renda do Discord. Com planos que variam entre R$8,90 e R$24,99 mensais, o produto oferece uma série de benefícios contestados pela comunidade, que não vê grandes vantagens na assinatura.
Em 2024, as contas parecem ter chegado com mais força. Há três meses, o Discord dispensou 17% do seu quadro de pessoal. À época, o CEO da plataforma, Jason Citron, justificou o movimento dizendo que era preciso aprimorar o foco para trazer mais agilidade para a organização.
Informações publicadas pelo portal The Verge reportam que Citron comunicou aos colaboradores dispensados que a difícil decisão fazia parte de um plano para a reestabilização da companhia após uma larga expansão. Dados divulgados pelo portal apontam que o Discord cresceu cinco vezes desde 2020, mas ainda lida com problemas para se tornar um negócio lucrativo.
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