A população 50+ é a que mais cresce no Brasil. Entre 2012 e 2022, o número de brasileiros entre os 50 e os 54 anos subiu de 5,5% para 6%, enquanto a população que se encaixa na faixa entre 55 e os 59 anos cresceu um ponto percentual e chegou aos 5,5%, de acordo com dados do IBGE.
Em contrapartida, a faixa etária dos 25 aos 34 anos registrou queda significativa no número de componentes. No recorte dos brasileiros entre 25 e 29 anos, houve queda de 0,8% (de 8,8% para 8%), enquanto a faixa dos 30 aos 34 sofreu uma redução de 0,5% (de 8,4% para 7,9%).
A ascensão de faixas etárias mais experientes chamam ainda mais a atenção para o problema do etarismo no mercado de trabalho nacional: 78% das empresas consideram-se etaristas e têm barreiras para contratar profissionais acima dos 50 anos, segundo uma pesquisa divulgada pela Ernst & Young em parceria com a agência Maturi. Profissionais 50+ se declaram atualizados e preparados
Agora, uma nova pesquisa, realizada pela Maturi em parceria com a EY Brasil, revela que as pessoas 50+ possuem alta escolaridade e necessidade de reingresso no mercado formal de trabalho. Além disso, 89% destes profissionais buscaram cursos de atualização nos últimos anos, e 80% deles afirmam estar preparados para o mercado de trabalho.
No entanto, o estudo aponta que ainda há uma lacuna crescente entre a necessidade de recolocação e o apetite das organizações em recolocar profissionais 50+: as vagas abertas para esse público caíram 53% entre julho de 2022 e julho de 2023, e cerca de 60% das empresas afirmam que têm dificuldade em contratar pessoas com mais de 50 anos.
Os dados evidenciam que as empresas não evoluíram em relação ao tema do envelhecimento. Apesar da maioria (61%) do estudo de 2022 alegarem que a pauta de diversidade, equidade e inclusão é importante para as organizações nas quais atuam, com ações em andamento e a serem iniciadas, 42% admitem que o tema ainda não é prioritário para a estratégia do negócio.
Dados de uma enquete iniciada pelo Mundo do Marketing no LinkedIn apontam que, atualmente, a média de idade dos profissionais de Marketing ativos flutua entre 26 a 35 anos, e apenas 3% dos respondentes afirmam trabalhar em empresas nas quais a idade média dos profissionais do setor ultrapassa os 45 anos. O que fazer?
O estudo conclui que há muito trabalho a ser feito em todas as pontas. Por isso, os profissionais maduros devem ficar atentos às vagas afirmativas, principalmente nos setores de Saúde e Serviços, mais propensos à contratação de pessoas 50+. Além disso, buscar atualizações e não se prender às experiências do passado são passos cruciais, já que as empresas estão mais abertas em níveis hierárquicos menores.
Do outro lado da moeda, as empresas precisam abrir vagas para pessoas 50+, realizar levantamentos de dados para saber se os 50+ estão chegando em suas shortlists ou se candidatando de forma orgânica em suas vagas abertas, além de promover ações internas de combate ao etarismo, investir no desenvolvimento desses profissionais, e oferecer programa voluntário de preparação para aposentadoria.
Para Raquel Thomazi, gerente de People Advisory Services da EY, é muito importante que as organizações compreendam a relevância do assunto em termos de ganhos competitivos frente a um país que envelhece. Segundo a gerente, as pessoas 50+ entrevistadas pelo estudo possuem alta escolaridade e a necessidade de reingresso no mercado formal. Leia também: Discriminação Geracional no Marketing. É hora de falarmos sobre esse assunto
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