O streaming tomou conta do mercado de entretenimento no mundo e no Brasil: sete em cada 10 brasileiros foram ou são assinantes dessas plataformas ou canais on demand. Desde que a Netflix surgiu, outras plataformas apareceram também, firmando de vez o hábito de assistir a séries e filmes, segundo dados da Hibou. Para ampliar o número de assinantes, muitas empresas estão buscando formas de baratear, mas incluindo anúncios nessa opção - algo que não tem agradado o público.
Dentre os 70% que contrataram ou estão ativos em um serviço, 74% são contra a modalidade. Eles acreditam que todo o conteúdo já deveria estar incluso na assinatura mensal; 16% são a favor, pois percebem a flexibilidade em pagar a mais se quiser, mantendo a assinatura mensal com valor mais baixo. Já 11% não pensaram a respeito e são indiferentes a essa opção.
A Netflix é uma das empresas que oferece essa opção, que segue como preferência dos consumidores. Da parcela de 70% da população que assinam ou assinaram, 92% a apontam como a primeira opção. Em 2022, ela também liderava com 91%.
No Ranking 2023, as preferências segue a mesma do ano passado, exceto pela Disney+ que avançou alguns e trocou de posição com a GloboPlay: Amazon Prime Video (2023 - 54% / 2022 - 53%); Disney+ (2023 - 33% / 2022 - 26%); GloboPlay (2023 - 31% / 2022 - 30%); HBO MAX (2023 - 29% / 2022 - 20%).
Na ordem de favoritos, a Netflix, pioneira na divulgação dos seus serviços, se mantém em primeiro lugar para 66% dos brasileiros, apresentando grande diferença entre Amazon Prime Video e HBO MAX, com 8%, cada; GloboPlay, 5%; e Disney+, 4%.
O que os brasileiros preferem
Quando perguntados sobre o que é importante dentro de uma plataforma de streaming, a variedade e o preço são fatores que definem as regras. Para 74%, o critério principal é a grande variedade de títulos, seja de séries ou filmes e 66% dão preferência ao preço acessível.
A parte técnica também é observada pelos assinantes. Mesmo que tenha um grande catálogo, 42% prezam pela qualidade de navegação no app da plataforma; e 17% demandam um app específico para a smart TV. Além disso, a personalização de comunicação, com sugestões direcionadas aos interesses de cada assinante, é essencial para três em cada 10.
A possibilidade de acessar conteúdo para toda a família (39%); originais da plataforma (24%); com artistas e diretores famosos (6%) e produções brasileiras (6%), também são levados em consideração. Funções como “assistir junto” para quem está em outra casa e “indicar/compartilhar” conteúdo a um amigo foram escolhas de 18% e 7%, respectivamente.
As preferências dos conteúdos consumidos não apresentam alterações desde o ano passado. As séries originais da plataforma continuam no topo para 71%. De olho nos filmes novos e lançamentos estão 67%; e a influência das séries que estão nas trends impacta 45%. Os documentários são de interesse de 34%; os filmes clássicos de 31%; séries clássicas que não estão mais no ar, para 28%; conteúdo infantil, 16%; novelas, 10%; animes, 7%; esportes, 6%; e outros gêneros, 2%.
Cresce taxa de cancelamentos de assinaturas
Segundo a pesquisa, seis em 10 brasileiros já cancelaram algum serviço de streaming. A taxa de cancelamentos em geral aumentou 6%, em relação ao ano anterior. Já 40% não cancelaram e 3% não chegaram a assinar. E, mesmo entre as preferidas e mais assinadas, o ranking das principais baixas nos serviços segue um certo padrão na ordem, e altera-se a quantidade de decisores:
- 33% cancelaram Netflix (em 2022 foram 40%)
- 28% cancelaram Amazon Prime Video (em 2022 foram 23%)
- 27% cancelaram GloboPlay (em 2022 foram 24%)
- 17% cancelaram Disney+ (em 2022 foram 14%)
- 14% cancelaram Telecine Play (em 2022 foram 15%)
- 13% cancelaram HBO MAX (em 2022 também foram 13%)
Os motivos para o cancelamento do streaming são diversos, mas o econômico pesou mais na decisão entre os 58% que optaram por isso: 40% apontam o custo-benefício ou o preço alto praticado; 35% concordam que a situação financeira pesou e o serviço impactou no bolso. Além disso, a falta de lançamentos (28%) e o catálogo restrito ou títulos pouco interessantes (26%), também estão entre as razões.
Um mercado ainda a ser explorado
Dentre os 30% que não assinam os serviços, 18% justificam a decisão por ser caro e 39% afirmam não terem costume de assistir TV. Já 26% são assinantes de canais a cabo e não sentem necessidade de mais gastos desse tipo; outros 13%, também assinantes destes canais, estão satisfeitos com o que têm e não sentem vontade de acessar outros conteúdos.
Entre outras possibilidades de consumo de vídeos está o YouTube, com a preferência de 16%, e as TVs abertas, para 13%. 12% usam um login emprestado e 4% preferem fazer download das obras. A falta de tempo, dinheiro ou hábito afeta 4% deles.
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