O Marketing digital está às vésperas de uma transformação profunda em 2026, impulsionada por inteligência artificial, novas dinâmicas comportamentais do consumidor e uma expectativa crescente por valor tangível e não mais pelas promessas de marca. É a principal conclusão do relatório “Top digital Marketing trends and predictions for 2026”, publicado pelo Think with Google, braço de pesquisa e insights da Google.
Com 83% dos consumidores em todo o mundo utilizando Google ou YouTube diariamente, a plataforma de busca e vídeo segue proporcionando um nível inédito de compreensão da intenção de compra, moldada por consultas que vão de inspiração a decisões específicas.
Esse comportamento massivo cria um volume de dados e sinais únicos sobre a intenção do usuário, que impulsiona o papel da inteligência artificial (AI) na compreensão e antecipação da jornada do consumidor.
No centro das tendências para 2026 está o impacto da AI, que supera automação: a tecnologia está transformando a busca em uma experiência criativa e exploratória, onde consumidores usam texto, imagens e áudio para interagir em profundidade com marcas e conteúdo. Isso exige que marcas repensem suas estratégias de conteúdo para otimizar não só palavras-chave, mas também respostas visuais e contextuais em experiências de busca alimentadas por AI.
Confira as tendências de Marketing Digital para 2026.

Bem-estar imediato no centro das experiências de consumo
Em um contexto de incertezas econômicas, sociais e políticas, o relatório aponta que os consumidores estão cada vez mais voltados para benefícios imediatos em vez de metas de longo prazo. Essa priorização do bem-estar agora não é encarada como frivolidade, mas como uma resposta à instabilidade que reduz a previsibilidade de planos futuros.
Como sinal de adaptação, programas de fidelidade e jornadas de clientes precisam ser reposicionados para celebrar conquistas menores e gratificações frequentes, em vez de recompensas de longo prazo, o que significa que uma estratégia pode aumentar a percepção de valor e relevância da marca no curto prazo.

IA redefine comportamento e expectativa do consumidor
A inteligência artificial deixou de ser uma tendência para se tornar um pilar de interação com o público. Os consumidores já utilizam experiências conversacionais, seja combinando texto ou imagem ou áudio, para explorar temas com profundidade inédita.
Em 2026, a IA transformará a barra de busca em uma espécie de “canvas criativo”: ferramentas como Nano Banana da Gemini permitem que usuários deem vida às suas consultas, e marcas são desafiadas a oferecer respostas mais visuais, tangíveis e contextuais.
A recomendação é abandonar uma estratégia baseada em palavras-chave isoladas e adotar uma “optimização para motores generativos” – uma biblioteca rica de conteúdos de alta qualidade que alimentem mecanismos de busca alimentados por IA e respondam de forma precisa às múltiplas intenções dos usuários.

Jovens buscam participação criativa, não apenas conteúdo
Outro insight relevante do relatório é a evolução do papel dos consumidores mais jovens, descritos como “digital native creators”. Eles não querem apenas absorver narrativas de marca, querem remixá-las, ressignificá-las e co-criar experiências.
O documento cita como exemplo o fenômeno “EPIC: The Musical”, onde conteúdos gerados pela comunidade acumularam mais de 50 mil vídeos relacionados no YouTube, mostrando o potencial de envolvimento quando os públicos têm uma agência criativa sobre as histórias.
Para marcas, isso implica repensar a comunicação como um processo de construção conjunta com a audiência, colaborando com criadores e liberando ativos (personagens, sons, visuais) que permitam ao público expandir a narrativa.

Nostalgia como motor econômico e criativo
Em tempos turbulentos, a nostalgia deixou de ser apenas um recurso criativo e virou um ativo econômico estratégico. Campanhas que evocam memórias afetivas podem aumentar a preferência pela marca em até 20%, segundo o relatório.
O desafio para 2026 não está em repetir velhas fórmulas, e sim em remixar o legado da marca com elementos atuais, criando experiências que soem ao mesmo tempo familiares e frescas.

Sustentabilidade com valor mensurável
O relatório sinaliza que a sustentabilidade vaga e genérica perdeu espaço. Em 2026, consumidores e órgãos reguladores exigirão transparência e benefícios claros, como durabilidade, eficiência energética ou impacto mensurável, que tornem escolhas sustentáveis vantajosas e concretas para o público.
Exemplos de campanhas bem-sucedidas incluem parcerias que destacam necessidades reais dos consumidores (como economia ou estilo), em vez de mensagens abstratas de “salvar o planeta”. A sustentabilidade, assim, passa a ser percebida como valor funcional, e não como mero discurso institucional.
Leia também: O que esperar do Marketing em 2026?
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