Embora o primeiro trimestre ainda não tenha terminado, já há muitos motivos para se entusiasmar  quando olhamos para as tendências emergentes em Diversidade, Equidade, Inclusão (DEI) e Meio Ambiente para 2024. Acredito que este é o ano em que as empresas não irão apenas reconhecer a importância do setor de DEI e da sustentabilidade ambiental, mas se ocuparão em integrar tais elementos ao núcleo dos seus quadros operacionais e estratégicos. Antes tratadas como complementares ou projetos paralelos, as culturas fortes de DEI e Meio Ambiente se tornaram o foco das empresas. Desta forma, é natural que as companhias ponderem como essas ações possam impactar positivamente em tudo, desde o desenvolvimento de produtos ao envolvimento do cliente. Essa transformação não é apenas uma mudança interna, sendo visível nas comunicações externas. Por exemplo,  DEI e os impactos ambientais são, agora, seções padrão nos relatórios corporativos anuais, consolidando ainda mais o papel central dessas políticas nas operações comerciais. Como agência de relações públicas da América Latina com nosso próprio departamento dedicado a DEI e Meio Ambiente, identificamos as tendências emergentes mais interessantes que acreditamos que vão impactar o continente em 2024. Tecnologia para o Bem O ano de 2024 dá às empresas a oportunidade de utilizar novas tecnologias com o duplo propósito de impulsionar as operações comerciais e, ao mesmo tempo, promover DEI e os objetivos ambientais. A Realidade Virtual (RV) e a Realidade Aumentada (RA) têm um enorme potencial para aumentar a inclusão no local de trabalho. Todas as semanas surgem relatórios incríveis sobre como a Inteligência Artificial impulsiona os avanços na tecnologia para pessoas com deficiência, isso sem mencionar o papel que a IA pode desempenhar na proteção ambiental. Esta abordagem de “Tecnologia para o Bem” não só promete aumentar a eficiência, mas também traz um novo conjunto de ferramentas para ajudar a superar obstáculos de longa data, além de desafios enraizados de DEI e sustentabilidade. Abordagem holística e interseccional em DEI Este ano também vai presenciar uma mudança de consciência à medida que as empresas começarem a reconhecer a interligação de diferentes categorias sociais, como raça, gênero e classe. O fato é que as companhias estão se afastando de estratégias unidimensionais de DEI, adotando uma abordagem mais holística e interseccional. Isso garante que os esforços de DEI incluam indivíduos com identidades múltiplas que se cruzam, reconhecendo a complexidade das experiências do mundo real, lutando por um ambiente verdadeiramente inclusivo. A Mondelez no Brasil, por exemplo, destaca-se como uma grande empresa que recentemente adotou uma abordagem mais interseccional nos seus objetivos de incluir mais indivíduos sub-representados em cargos de liderança. A Telefónica Hispam no Equador também nomeou recentemente Beliza Coro Guairacaja como diretora de políticas de inclusão digital e desenvolvimento humano. Ela é a primeira mulher indígena Kichwa Puruwa a se formar como advogada, com sua tese de doutorado intitulada “Um olhar interseccional sobre os direitos humanos das mulheres indígenas no Equador.”  Iniciativas e envolvimento liderados pelos funcionários Outra tendência que está moldando a narrativa DEI e ambiental em 2024 é uma ênfase renovada em iniciativas lideradas pelos funcionários. As empresas não estão apenas incentivando, mas também apoiando ativamente iniciativas comandadas pelas equipes internas. Esta mudança está capacitando cada vez mais os empregados, pois lhes confere uma voz genuína, além de um interesse pessoal nas políticas de DEI e nas questões ambientais. A formação de Grupos de Recursos de Funcionários (GRFs) com foco em questões específicas de DEI ou ambientais é uma prova dessa tendência, significando uma abordagem nova, estimulante e inclusiva, da base para o topo, para a resolução de problemas e o envolvimento. Empresas como a Intel na América Latina adotaram uma abordagem pioneira para estabelecer esses grupos. Sustentabilidade e transparência ambiental Um dos maiores desafios para 2024 não é apenas garantir práticas empresariais sustentáveis dentro das quatro paredes da sua empresa, mas também assegurar uma cadeia de suprimentos limpa e transparente. Em vez de se limitarem apenas à adoção de práticas sustentáveis nas suas operações diretas, o escrutínio dos consumidores latino-americanos aguçou o foco das empresas em cadeias de suprimentos completas e na capacidade de garantir a sustentabilidade em todas as etapas do negócio. Este ano, a sustentabilidade e a transparência ambiental passarão a ser mais do que apenas conformidade, uma vez que são cada vez mais vistas como parte da integridade empresarial e da reputação da marca. Esta tendência já levou os líderes logísticos da Maersk a assumirem um compromisso renovado no fornecimento de soluções logísticas e de cadeia de suprimentos de baixo carbono para todo o continente da América Latina. Colaboração e Parceria Finalmente, penso que durante 2024 continuaremos a ver um aumento na colaboração e parceria entre empresas, ONGs e governos. Elas são cruciais para enfrentar os desafios multifacetados de DEI e ambientais que a nossa sociedade enfrenta. A nuvem do Google, por exemplo, está ajudando a monitorar e preservar a Floresta Amazônica. E o Banco Interamericano de Desenvolvimento duplicou os investimentos para novas parcerias público-privadas sustentáveis, após uma implementação bem-sucedida dessas políticas em 2023. Em linha com o recente relatório da Comissão Econômica para a América Latina e as Caraíbas, acredito que a crescente prevalência de parcerias intersetoriais e público-privadas é um movimento estratégico para dimensionar o impacto dessas iniciativas, não só gerando mais fundos e interesse público, mas também garantindo que a busca pela inclusão e sustentabilidade seja um esforço coletivo responsável por todos. Espero que as tendências que estamos observando este ano não sejam passageiras, mas indicativas de uma transformação profunda e duradoura na forma como as empresas operam, comunicando os seus valores e compromissos fundamentais a um público mais vasto. Neste momento de intensa crise para o planeta, a Latam Intersect PR combina uma profunda compreensão da dinâmica entre DEI, sustentabilidade ambiental e comunicação corporativa para criar estratégias personalizadas que ressoem autenticamente em diversos públicos. Nossa experiência garante que seus clientes não apenas expressem seus compromissos ambientais e de DEI, mas também se envolvam ativamente com suas partes interessadas de maneira significativa e impactante. Por meio de narrativa estratégica, divulgação direcionada e compromisso com a representação genuína, a Latam Intersect PR capacita seus clientes a liderar a construção de um futuro mais inclusivo e sustentável. * Carolina Proaño Wexman é Diretora de DEI e Meio Ambiente da Latam Intersect PR. Jornalista e comunicadora audiovisual com mais de 20 anos de experiência em redação criativa, jornalismo, consultoria de comunicação e produção de conteúdo para várias plataformas digitais, marcas e iniciativas sociais.