O retorno em 2022 do FIRE Festival, um dos maiores festivais de empreendedorismo digital, Marketing, tecnologia e inovação da América Latina, foi o cenário para apresentar tendências do mercado de tecnologia e Marketing digital. Organizado pela Hotmart, o evento realizado em setembro, no Expominas, em Belo Horizonte, contou com grandes nomes como Thiago Nigro, Pedro Sobral, Gkay, Nathalia Arcuri, Rachel Maia, Gloria Groove.
Os especialistas apontaram tendências e fizeram projeções que o mercado precisa estar atento se quiser ter grandes resultados em 2023 e nos próximos anos:
1) A consolidação da Creator Economy
A Creator Economy (ou Economia Criativa) veio para ficar: em uma pesquisa da First Choice de 2021, 75% das crianças do Reino Unido afirmaram que querem trabalhar com produção de vídeo online. A Economia Criativa se baseia justamente na profissionalização e monetização de criadores de conteúdo. Segundo levantamento da consultoria SignalFire, existem mais de 50 milhões de criadores de conteúdo no mundo, no entanto, somente 2 milhões vivem disso, isto é; atuam profissionalmente. Para tanto, é preciso investir no planejamento estratégico, diversificação de públicos e receitas, controle de cursos e mensuração da performance, para que os resultados sejam ainda mais significativos.
“Hoje há um estereótipo do influenciador de ‘recebidos’, mimos e fotos nas Maldivas, mas não é sobre isso. É preciso um resgate de que para ser um influenciador, você de fato tem que influenciar alguém e de forma responsável. Acho que a gente está na terceira era deste mercado, em um momento muito bacana de ter um nome e um sistema que sustenta a Creator Economy”, comentou a fundadora e CCO da YOUPIX, Bia Granja,no FIRE Festival 2022.
2) O novo momento do marketing de influência
Outro tema de destaque foi o Marketing de influência, que já é uma ferramenta consolidada entre marcas e suas comunidades. Em 2018 tivemos o início de um movimento liderado pelas influenciadoras de moda e beleza. Elas lançaram produtos com marcas próprias.
O pensamento de que os criadores não precisam necessariamente das marcas tradicionais para lançarem seus produtos iniciou uma grande transformação. A receita vinda da publicidade, também muito bem-vinda, é importante mas ocupa apenas uma fatia de potenciais receitas. Ou seja, marcas e os influenciadores podem andar juntos, desde que haja cocriação de ambos lados e as empresas também comecem a enxergar os creators não mais como um veículo efêmero, e sim construir relações de longo prazo.
“Todo mundo quer cocriar, mas nem todos estão dispostos a ouvir e a se doar. A marca precisa aprender a ouvir e o influenciador precisa aprender a se doar nessa dinâmica também”, destacou Flávio Santos, CEO da MField.
3) A influência como uma soft skill
A valorização da influência como uma soft skill foi outro tema evidenciado no festival. O termo “soft skill” compreende, em inglês, as competências comportamentais. Estamos mais acostumados a associá-la aos creators com muitos seguidores, mas ela também é importante dentro das empresas, entre os seus funcionários e suas microcomunidades.
Incentivar os colaboradores a serem referências internas e motivadores das suas equipes é um reforço estratégico que ganha cada vez mais relevância. Nada mais é que o investimento na formação de lideranças para dentro e para fora da empresa. “Como está tratando as pessoas que trabalham com você? Comece o exemplo por você”, indagou Rachel Maia, empresária e conselheira do Grupo de Mulheres Brasil, Banco do Brasil, Vale e CVC Corp., em seu painel.
A iniciativa incentiva o colaborador e a marca a entenderem o poder e a responsabilidade de sua influência, vendo-a como um negócio, além de agregar valor à sua formação e a utilizar as redes sociais de forma criativa. Em termos de marca empregadora, o colaborador ainda ajuda no aumento da visibilidade no mercado e clientes, além da atração de talentos.
4) O novo comportamento do consumidor e o Marketing 5.0
A pandemia acelerou a necessidade de um ambiente digital que resolva a vida dos consumidores de forma rápida e eficiente. O Marketing 5.0, pautado pela combinação entre tecnologia e o fator humano para atrair, conquistar e ganhar a lealdade dos clientes, se propõe a resolver essa questão ao entregar valor durante toda a jornada do cliente com informação, gestão de dados e humanização.
O Marketing 5.0 é fruto da soma dos avanços tecnológicos, do comportamento das novas gerações e dos novos modelos de negócios que surgiram com a hiperdigitalização. A internet se popularizou e aproximou marcas e consumidores de uma forma irreversível. Todos ganhamos. As ‘máquinas’ nos deram ferramentas de acompanhamento e mensuração de dados, o que sofisticou nossa estratégia digital. O “olhar humano” nos brindou com mais troca, conexão e inovação criativa.
Com isso, o Marketing 5.0 nos traz benefícios como o engajamento dos consumidores, experiências inesquecíveis e compartilháveis e debates sobre as causas atuais com legitimidade e lugar de fala.
5) Novas tecnologias: Web 3.0, NFTs e metaverso
Atentar-se às novas tecnologias é algo essencial, principalmente para quem trabalha diretamente com a internet e com o Marketing digital. Para os próximos anos, algumas delas deverão estar em voga no ambiente digital e dos principais de Marketing.
A primeira delas é a Web 3.0. Ela sucede a Web 2.5 e a Web 2.0. A Web 2.0 corresponde à era da criação, na qual tivemos o início das redes sociais e criação de conteúdo de maneira centralizada, em plataformas como blogs e fotologs. Já na Web 2.5 vivenciamos uma era marcada pelo consumo das informações, principalmente nas redes sociais. Agora, na Web 3.0, trata-se não só da criação, mas de ser proprietário(a) do conteúdo. Seja para a monetização ou comercialização de algo. A Web 3.0 se baseia em três pilares: descentralização com ambientes mais democráticos e abertos; maior privacidade dos dados dos usuários; e recursos personalizados através da inteligência artificial e machine learning.
Junto com a Web 3.0 surgem ainda outras tecnologias e possibilidades. A primeira delas é o NFT, sigla para “non-fungible token” ou token não fungível, um ativo que serve como identidade digital de um item, que, no caso, é um ativo único. Ele pode ser multimídia, texto ou vídeo e pode ainda servir como uma moeda em transações digitais. Algumas empresas já começaram a explorar o formato, seja em versões digitais de seus produtos ou como algo extra. Já o metaverso, também dentro da Web 3.0, é um conjunto de tecnologias que mudarão a forma com que interagimos com a internet, de forma imersiva. A proposta é melhorar o nosso senso de presença, quando não podemos estar juntos presencialmente. Isso inclui desde a ida ao escritório até mesmo aplicações para saúde.
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