Assim como aconteceu com a famosa planilha dos influenciadores, agora é a vez das agências de publicidade serem expostas por seus colaboradores. Até às 16h30 desta quarta-feira, dia 19 de março, mais de 6,2 mil pessoas fizeram comentários sobre suas experiências em dezenas de agências.
África, Galeria, Wieden Kennedy, VML, Publicis, Suno, Ogilvy, WMcCann, Cheil e DPZ são as 10 agências mais citadas e que estão rendendo grande repercussão no X (antigo Twitter). O Mundo do Marketing utilizou a inteligência artificial para mapear os comentários e pôde constatar que a planilha expõe diversos problemas e questões recorrentes nas agências de publicidade brasileiras. Os principais pontos levantados são:
Ambiente de trabalho tóxico
Muitas agências são descritas como ambientes tóxicos, com casos frequentes de assédio moral, machismo e racismo.
Há relatos de lideranças abusivas, despreparadas e que promovem uma cultura de sobrecarga de trabalho.
Burnout é mencionado constantemente como um problema generalizado.
Questões trabalhistas
Uso excessivo de contratos PJ (Pessoa Jurídica) no lugar de CLT, privando funcionários de benefícios e direitos trabalhistas.
Falta de pagamento de horas extras e pressão para trabalhar além do horário contratado.
Salários considerados baixos em relação ao mercado e às responsabilidades.

Problemas de gestão
Nepotismo e favoritismo na promoção e contratação de funcionários.
Falta de planos de carreira claros e dificuldade de crescimento profissional.
Desorganização nos processos internos e na distribuição de tarefas.
Pressão por resultados
Clientes descritos como tóxicos e abusivos, com agências cedendo a demandas irrealistas.
Foco excessivo em prêmios e reconhecimento externo em detrimento do bem-estar dos funcionários.
Retorno ao trabalho presencial
Críticas à obrigatoriedade do trabalho presencial sem aparente justificativa clara.
Falta de estrutura adequada nos escritórios para receber todos os funcionários.

Falta de diversidade e inclusão
Apesar de discursos sobre diversidade, há relatos de discriminação e falta de oportunidades para grupos minorizados.
Chamados à ação
Diversos comentários pedem por sindicalização e ação coletiva para melhorar as condições de trabalho no setor.
Estes pontos mostram um cenário desafiador na indústria publicitária brasileira, com problemas sistêmicos que afetam a qualidade de vida e o desenvolvimento profissional dos trabalhadores do setor. A seguir, veja as agências mais citadas e os comentários mais frequentes sobre elas.
10 empresas mais citadas e os motivos
África: Mencionada frequentemente por problemas com ambiente de trabalho, presencial obrigatório sem estrutura adequada, e lideranças problemáticas.
Galeria: Citada por questões de ambiente de trabalho, clientes tóxicos, e problemas com promoções e reconhecimento.
Wieden Kennedy (WK): Mencionada por mudanças na qualidade do trabalho, problemas com liderança, e questões salariais.
VML: Citada por problemas de gestão, ambiente tóxico, e questões de diversidade.
Publicis: Mencionada por problemas de ambiente de trabalho, questões salariais, e pressão excessiva.
Suno: Citada por problemas de gestão, ambiente de trabalho, e questões de diversidade.
Ogilvy: Mencionada por problemas de gestão, ambiente de trabalho, e questões salariais.
WMcCann: Citada por problemas de gestão, ambiente tóxico, e questões de assédio moral.
Cheil: Mencionada por problemas de liderança, ambiente tóxico, e questões de gênero.
DPZ: Citada com opiniões mistas, alguns elogios ao ambiente e alguns relatos de problemas de gestão.
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