Nano Creators convertem mais mas ganham menos – entenda o porquê Bruno Mello 9 de abril de 2024

Nano Creators convertem mais mas ganham menos – entenda o porquê

         

Estudo Creator POV 2024, da BrandLovrs, mapeia o estado do Creator Marketing no Brasil e aponta as marcas dos sonhos dos criadores de conteúdo

Nano Creators convertem mais mas ganham menos – entenda o porquê
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Atualmente, 80% das marcas trabalham com criadores de conteúdo. Deste total, 95% afirmam que a parceria com estes agentes digitais é fundamental para as estratégias de Marketing. Não por acaso, 95% das empresas pretendem aumentar os investimentos no mercado de influência nos próximos anos, conforme apontam dados divulgados pela BrandLovrs no estudo “Creator POV 2024”.

A publicação organizou um quadro completo sobre a distribuição dos creators no Brasil por número de seguidores e detectou discrepâncias significativas entre as diferentes classes de influenciadores.  Para começar, os nano creators – que contam com menos de dez mil seguidores – representam 96% do pool de criadores de conteúdo no país. No outro extremo da pirâmide, as celebridades – com mais de um milhão de seguidores – representam apenas 0,1% do total de influencers.

O “problema”, segundo a BrandLovrs, é que a maioria das oportunidades de monetização do trabalho só aparece a partir da faixa dos influenciadores médios – creators por trás de comunidades que abrangem mais de 100 mil seguidores – o que significa que apenas 1% dos criadores de conteúdo no país usufruem de boas chances para obter ganhos significativos com a atividade.

Por outro lado, os 99% restantes, micro (entre dez mil e 100 mil seguidores) e nano creators que possuem poucas oportunidades de monetização, entregam consistentemente resultados muito superiores em termos de engajamento e conversão. Mais de 90% dos criadores de conteúdo com menos de dez mil seguidores afirmam que a receita obtida com a atividade corresponde a menos da metade da sua renda total.

Curiosamente, estes diferenciais são reconhecidos pelas empresas: 70% das marcas entrevistadas admitiram que o trabalho com representantes da faixa micro/nano garante maior autenticidade e engajamento às campanhas. Custos mais acessíveis foram benefícios citados por 50% das empresas, enquanto 45% destacaram a possibilidade de penetrar comunidades hipersegmentadas.

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Por que marcas buscam creators?

Muitos são os motivos pelos quais as marcas valorizam cada vez mais a parceria com os creators, mas os fundamentos de branding aparecem como a prioridade para 87% das empresas. A BrandLovrs avalia que o número ressalta o anseio por visibilidade e credibilidade no mercado, ao mesmo tempo que ecoa a consciência de que os creators são cruciais para a construção da percepção pública de uma marca.

Esta prioridade explica, também, o motivo pelo qual marcas se preocupam em escolher os parceiros certos para diferentes campanhas de mídia. O cuidado, abordado no Clube Mundo do Marketing por Juliana Barros, diretora executiva de Marketing e Comunicação da Avon Brasil, é essencial para garantir a credibilidade da mensagem transmitida, bem como a difusão autêntica dos valores e dos princípios da empresa.

Fortalecer a marca, no entanto, está longe de ser o único gatilho para a parceria com creators. A possibilidade de converter a influência e alcance dos criadores em resultadosfinanceiros imediatos é um atrativo para 58% das empresas que priorizam o aumento das vendas ao desenharem as parcerias. Criação de conteúdo (48%), gerar leads (35%) e engajar o público (31%) também aparecem como focos comuns.

Mas se o objetivo de engajar o público é tão importante para as marcas, por que muitas ainda fecham os olhos para o reconhecido potencial dos nano creators? A BrandLovrs aponta dois motivos principais: a alta demanda de um processo manual, que envolve uma longa busca pelos criadores adequados às necessidades de cada campanha, e a tentativa de controlar as mensagens transmitidas do começo ao fim, o que cria uma fricção no relacionamento com creators menores.

As marcas dos sonhos dos creators

Perguntados sobre as marcas com as quais gostariam de trabalhar, os creators foram ecléticos e citaram boas dezenas de “empresas dos sonhos”. Pensando nisso, a BrandLovrs dividiu as escolhas dos entrevistados em diferentes setores de mercado.

No setor de beleza, O Boticário se destaca como a marca dos sonhos dos criadores de conteúdo. Também foram citadas, em ordem de interesse, L’Oreal, Sephora, Mac, Creamy, Natura, Salon Line, Bruna Tavares, Eudora e Wella.

Na categoria moda, a Nike foi a empresa mais citada. Adidas e Renner fecham o Top 3, enquanto Live!, Shein, C&A, Zara, Riachuelo, Arezzo e Melissa completam a lista das dez marcas dos sonhos no setor.

Em saúde e fitness, a maioria dos creators expressou o desejo de representar a Growth Supplements. Dux, Max Titanium, Bold, Integral Medica, Gummy, Dr. Peanut, Probiótica, +Mu e Caffeine Army completam a lista de menções.

Coca-Cola, Nestlé e McDonald’s foram as marcas mais citadas no ranking de comidas e bebidas, que também inclui Heineken, Burger King, Cacau Show, Lacta, Sadia, Lindt e Seara.

Finalmente, a Samsung é a marca dos sonhos no setor de eletrônicos, à frente da Apple, principal concorrente no mercado de smartphones. A lista é completa por empresas de atividades variadas, como Electrolux, Polishop, Brastemp, Asus, Kabum, Polar, Sony e LG.

Leia também: Crescimento do setor de beleza coloca creators em evidência

Spark - Clube Mundo do Marketing


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