Historicamente, marcas buscam no esporte uma maneira de potencializar suas vendas, utilizando-o como um eficiente veículo de comunicação com seu público consumidor. Mas ir além é importante, e garantir que os investimentos extrapolem a simples busca por visibilidade e penetrem a esfera de contribuição para a construção de uma sociedade mais próspera e inclusiva é um passo desejável para qualquer empresa.
Isto é o que defende Tatiana Schuchovsky Reichmann, CEO da Ademicon. A profissional ressalta que o patrocínio aos atletas e aos eventos esportivos deve ir além das simples práticas e métricas que delimitam o Marketing e assumir a função estratégica de apoiar o desenvolvimento humano.
Essa necessidade é amplificada por uma realidade agravada pela invisibilização de atletas aspirantes e esportes que não ocupam as grandes prateleiras midiáticas. A falta de incentivos e a escassez de recursos afetam a rotina de 57% dos que fazem do esporte a sua vida, conforme apontam dados da pesquisa "Esportes para Todos? O Impacto do Dinheiro na Formação de Atletas no Brasil", conduzida pelo Serasa.
Transformando em prática a teoria, a Ademicon contribuiu para a chegada do tenista paratleta Gustavo Carneiro, um dos participantes das Paralimpíadas de Paris, em agosto. A marca também apoia a carreira de jovens atletas em ascensão, como a surfista Luara Mandelli, 16, e a amazona Manoela Michaelis, 10.
Instituições abrem as portas para o apoio
Não faltam oportunidades para apoiar, e o Instituto Futebol de Rua, idealizado há 18 anos pelo advogado e especialista em Marketing Esportivo Alceu de Campos Natal Neto, é uma prova disso. Com sedes em Curitiba (PR) e João Pessoa (PB), a instituição está presente em 22 estados do país devido aos núcleos de replicação da iniciativa.
Embasado na Lei Federal de Incentivo ao Esporte, o projeto abre as portas para que empresas de grande porte destinem parte de seu imposto de renda e contribuam para o desenvolvimento dos atletas acolhidos. Desde 2023, após alteração na legislação, as companhias podem destinar até 2% do imposto de renda para projetos esportivos.
O resultado gerado reverbera também nas famílias e, posteriormente, na comunidade. A conscientização parte da informação e do engajamento desse público quanto a temas voltados ao meio ambiente, saúde, igualdade de gênero, combate ao racismo e muitos outros que, por uma série de fatores sociais, não chegam a esses cidadãos.
Na avaliação de Tatiana Reichmann, o apoio de empresas privadas e do governo desempenha um papel crucial no desenvolvimento esportivo do país, contribuindo para o crescimento e a inclusão de talentos em grandes competições, ao mesmo tempo em que auxilia no amadurecimento pessoal e social dos esportistas, preparando-os para superar obstáculos e aproveitar as oportunidades.
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