Chegou ao fim, na noite da última quinta-feira (29), o prazo estipulado pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, para que o X, antigo Twitter, nomeasse um representante legal no Brasil. O ultimato foi rebatido pelo dono da rede social, Elon Musk, que aproveitou a ocasião para voltar a criticar as decisões do magistrado.
Em vista disso, esperava-se que o X saísse do ar no país logo após a expiração do prazo de nomeação. No entanto, na manhã desta sexta-feira (30), a rede social continua funcionando normalmente, e as postagens e memes sobre a queda iminente tomam conta da plataforma: termos como “NÃO CAIU” e “#RIPTWITTER” figuram entre os assuntos do momento nesta manhã.
Às 17h dessa sexta-feira, Alexandre de Moraes determinou o bloqueio, enviando um pedido formal à Anatel. Além disso, informou que haverá multa de R$ 50 mil para aqueles que tentarem acessar a rede social utilizando subterfúgios, como o VPN.
Os últimos capítulos
O próprio Elon Musk chegou a utilizar a rede social para fazer uma postagem após o término do prazo do ultimato. Na publicação, o magnata escreveu que “Alexandre de Moraes é um ditador maligno se passando por juiz”. O post acompanha a nota oficial da conta Global Government Affairs, braço de assuntos legais do X, que expressou sua “expectativa de ter a rede derrubada no Brasil em breve”.
Em meados de agosto, após acusar Alexandre de Moraes de tomar decisões arbitrárias para censurar a rede social, Musk anunciou o encerramento da operação do X no Brasil. Usuários da plataforma e especialistas jurídicos viram o movimento como um esforço de Musk em tirar o X do Brasil sem pagar as multas acumuladas por descumprimentos de decisões anteriores. O valor a ser pago ultrapassa R$ 20 milhões.
No entanto, a falta de um representante no país – e o eventual desligamento da plataforma – deverão transferir o ônus das irregularidades a outros empreendimentos comandados por Musk, como o serviço de internet por satélite Starlink. No dia 18 de agosto, o bloqueio das contas da empresa foi determinado em processo sigiloso pelo ministro Alexandre de Moraes.
Panorama de Marketing
Após a aquisição de Elon Musk, o Twitter foi o ponto central de polêmicas envolvendo o nome de seu novo dono. Temendo potenciais prejuízos à própria reputação, anunciantes como Apple, Disney e Paramount abandonaram a plataforma, alegando falhas nas diretrizes de moderação da rede.
Mesmo assim, o X manteve sua relevância para estratégias de publicidade. Em 2023, 67% dos negócios B2B mundiais utilizavam a plataforma como parte da estratégia de Marketing Digital, conforme aponta um estudo divulgado pelo CENP. Naquele ano, a plataforma ocupou a décima posição no ranking de redes mais utilizadas no Brasil.
Em um cenário de interrupção total da plataforma, as consequências mais severas devem cair sobre os criadores de conteúdo. Dados divulgados pela W51 apontam que cerca de 15 milhões de brasileiros seguem algum influenciador na plataforma, e pouco mais de nove milhões já compraram ou contrataram um serviço por indicação da plataforma.
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*Atualizada às 17h43.
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