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Do funk ao agronejo: o impacto da cultura musical popular em jingles e trilhas sonoras

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Tempo de Leitura 3 min

DATA

5 de fev. de 2024

CATEGORIA

Reportagens

Desembarcados no Brasil no início da década de 1930, os jingles e as trilhas sonoras publicitárias estão prestes a completar um século de história no país. De “já é hora de dormir, não espere mamãe mandar” a “pôneis malditos”, muitas melodias se fixaram na memória dos brasileiros fazendo com que — por meio da repetição de informações de fácil captação com apelo lúdico pelo caminho sonoro — produtos e serviços se tornassem mais conhecidos, promovendo a popularização, despertando interesse e destacando as marcas, por meio de awareness público sobre elas via recursos de entretenimento e diversão trazidos pela musicalidade.

No Brasil, a estratégia quase secular ocupa o posto de uma das técnicas publicitárias mais efetivas para gerar memórias no público em anúncios comerciais, conforme revela a pesquisa da Lumen Research, segundo a qual a utilização de melodias contribui para que  41% das propagandas sejam lembradas pelo público, número que contrasta com a efetividade alcançada por outras estratégias, que é de 38% em média.

Responsável pela criação de jingles dos mais mais variados ritmos e estilos musicais em seu portfólio, o CEO e CCO do hub de negócios e comunicação da Gotcha, Carlos Coelho, explica que a alta eficácia de peças fonográficas para a publicidade se deve a fatores como: a conexão emocional evocada pela música; a capacidade de reflexão de elementos culturais específicos que ressoam sobre o público-alvo; a versatilidade de adaptação a diferentes formatos de mídia; e o potencial de diferenciação que passa a ser agregado às marcas.

“Em um mercado competitivo e sobrecarregado de informação constante, onde várias marcas disputam atenção dos consumidores,  se atentar a esses fatores para desenvolver um jingle memorável pode ser uma maneira eficaz de atração, principalmente em um contexto midiatizado, no qual a atenção às criações audiovisuais não está limitada apenas à publicidade, pela abrangência de conteúdo a que o público tem acesso, incluindo novas plataformas e canais, como as redes sociais, onde a música e a dança, por exemplo, possuem grande apelo”, explica o CEO.

Como fazer um hit chiclete

Com uma formação que vai da graduação em Arquitetura  ao conhecimento musical, o executivo destaca entre os elementos de desenvolvimento de uma peça fonográfica de sucesso a observação da cultura musical popular. “A música está cada vez mais presente na vida público, fazendo com que estilos diferentes surjam e atinjam o ápice rapidamente, como é o caso do agronejo e do funk — ritmos que são acrescidos de inovações e variações com frequência, além de terem uma abrangência gigantesca entre as massas.

Por isso, para elaborar um jingle ‘chiclete’, mais do que observar a simplicidade e a aderência da letra, cabe identificar qual a melhor melodia no contexto de criação, sempre considerando o que está em alta e dialoga tanto com o público quanto com o produto ou serviço”, pontua Coelho.

A dica do executivo encontra base em suas próprias experiências bem-sucedidas ao longo da sua carreira. O mais recente jingle criado por Carlos Coelho para uma campanha publicitária embarcou no hype do agronejo e feminejo, com os vocais de ninguém menos que o fenômeno Ana Castela, alcançando a marca de 1,3 milhões de visualizações apenas no Youtube, em menos de dois meses.

“Jingles e trilhas sonoras no ramo da publicidade estão entre as peças favoritas do mercado brasileiro porque tocam em nossa tradição musical plural e festiva. Assim, por mais que essa estratégia esteja completando 100 anos no país e agora tenha que se inserir em um contexto multimeios, ela ainda é — e continuará sendo —- uma ferramenta fundamental para a condução de uma campanha publicitária eficaz”, finaliza o CEO e CCO da Gotcha.

Leia também: Livro aborda o sound branding para construção de identidade das marcas

Clube Mundo do Marketing

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Bruno Mello

Fundador e Editor Executivo

Fundador e Editor Executivo do Mundo do Marketing, Jornalista com MBA em Marketing.

AUTOR

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