O mercado brasileiro de fidelização vive um momento de transformação sem precedentes, impulsionado pela inteligência artificial e pela crescente demanda dos consumidores por experiências personalizadas.
A preferência dos consumidores brasileiros por marcas que oferecem programas de fidelidade saltou de 72% em 2022 para 85,2% em 2023, evidenciando uma mudança definitiva no comportamento de compra. Paralelamente, a adoção de inteligência artificial em programas de fidelidade ganha força: 37% das empresas já implementaram IA e 50% planejam fazê-lo até 2025.
A hiperpersonalização representa um salto qualitativo em relação às estratégias tradicionais de marketing. Enquanto 72% dos clientes ignoram conteúdo não personalizado e 52% não leem mensagens genéricas, as empresas que investem em personalização avançada geram 40% mais receita do que a média do mercado .
"A principal mudança é que deixamos para trás o modelo 'um para todos' e passamos a operar com uma lógica de 'um para um'", explica Luiz Paveloski, Diretor de Negócios da Comarch para América Latina. "No Brasil, esse avanço tem um potencial enorme, principalmente porque o consumidor brasileiro é muito conectado, engajado e valoriza relações mais humanizadas com as marcas."

Desafios na Implementação: Da Introdução à Expansão
Segundo Paveloski, o primeiro grande desafio na introdução de estratégias de fidelidade hiperpersonalizadas é conceitual . "Existe uma percepção generalizada de que personalizar se resume a enviar um cupom de desconto com o nome do cliente ou sugerir um produto com base em sua última compra", observa o executivo . "No entanto, com o uso da IA, é possível avançar muito além disso."
A hiperpersonalização envolve análise de múltiplas variáveis simultaneamente: comportamento de navegação, geolocalização, sazonalidade e momento do dia . "Um bom exemplo é o consumidor que faz compras online durante a madrugada, um hábito relativamente comum em megacidades", exemplifica Paveloski . "Se a empresa identifica esse padrão e oferece, naquele horário específico, um benefício exclusivo com base nas categorias que ele costuma explorar, há uma chance muito maior de conversão."
A escalabilidade representa outro desafio crítico. "Conseguir manter a relevância das ofertas e comunicações à medida que a base de clientes cresce é algo que só se torna viável com o uso inteligente de dados e com modelos de IA bem treinados", explica o executivo. "Sem essa sofisticação, há um risco grande de cair em generalizações e, no fim das contas, afastar o cliente ao invés de aproximá-lo."

Transformação Operacional: Do Manual ao Inteligente
Nos dias de hoje, ter um programa de fidelidade não é mais um diferencial para as empresas: é o mínimo esperado em mercados competitivos como o Brasil. A diferenciação agora acontece nos detalhes e na capacidade de personalização em escala. "Com a IA, esse processo ficou muito mais fluido e prático", explica o diretor . "Antes era comum ver equipes gastando muito tempo cruzando planilhas, criando regras genéricas e tentando entender padrões de comportamento de forma manual. Agora todo esse processo pode ser automatizado com modelos que aprendem com o comportamento do cliente em tempo real."
A automação inteligente não apenas reduz o esforço operacional, mas aumenta significativamente a precisão das decisões de marketing. Empresas que implementaram IA em campanhas relatam aumento de até 40% nas taxas de cliques em ações hiperpersonalizadas.
A inteligência artificial permite identificar padrões comportamentais que indicam risco de abandono antes mesmo que o cliente demonstre sinais evidentes. Modelos preditivos podem aumentar a retenção de clientes em até 95% dos lucros com apenas 5% de melhoria na retenção .
"Outro grande avanço é a capacidade de prever o comportamento futuro: quais clientes têm risco de churn, quem está prestes a fazer uma nova compra, qual o melhor canal para abordá-lo", destaca Paveloski . "Isso não só melhora a efetividade das ações, como também otimiza o investimento em marketing."

Recomendações Personalizadas e Automação
A personalização vai além das recomendações básicas de produtos. Sistemas avançados de IA analisam não apenas o histórico de compras, mas também padrões de navegação, preferências de comunicação e contexto situacional para criar experiências verdadeiramente individualizadas .
A otimização do tempo de envio exemplifica essa sofisticação. Algoritmos determinam não apenas o que oferecer, mas quando e através de qual canal, maximizando as chances de conversão .
A implementação bem-sucedida de IA em programas de fidelidade exige atenção rigorosa à governança de dados atrelados a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). "O cliente quer entender por que seus dados estão sendo coletados, como serão usados e o que ele ganha com isso", enfatiza Paveloski. A transparência e o consentimento informado tornaram-se elementos fundamentais para a construção de confiança entre marcas e consumidores.

A Era da Personalização Inteligente
A transformação do marketing de fidelidade através da inteligência artificial representa uma oportunidade histórica para as empresas brasileiras. Como destaca Paveloski: "Estamos falando de hiperpersonalização, que envolve a análise de múltiplas variáveis, como comportamento de navegação, geolocalização, sazonalidade e até momento do dia". O futuro pertence às empresas que conseguirem equilibrar sofisticação tecnológica com experiência humana, criando conexões genuínas e duradouras com seus clientes.

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