Muitas empresas já utilizam a Inteligência Artificial para apoiar iniciativas de inovação, mas poucas conseguem perceber um resultado concreto. Segundo dados do Boston Consulting Group (BCG), 45% dos executivos relataram usar IA para identificar temas, domínios, adjacências e tecnologias de inovação, mas apenas 13% afirmaram ter percebido o impacto dessa implementação. Além disso, segundo a Kantar, 67% dos profissionais de Marketing enxergam a IA de forma positiva. Ainda assim, 19% mantêm um posicionamento neutro em relação a ela e 5% nunca ouviram falar da tecnologia.
Juliana Honda, líder de CX da Kantar, afirma que à medida que os profissionais de Marketing têm atitudes mais positivas em relação à IA e estão ansiosos para fornecer produtos e serviços melhores e mais personalizados, será possível ver muitos experimentando seus benefícios.
Em seu novo relatório Connected Innovation, a Kantar aborda como a inovação, se trabalhada de forma correta, pode agregar valor a uma marca. Um estudo piloto mostrou que conceitos criativos e campanhas gerados por IA podem ter respostas ruins quando testados, simplesmente porque a tecnologia pode não ter o entendimento em torno de uma visão crucial do consumidor, uma visão humana e com nuances.
A análise apontou que muitas vezes, essas campanhas criadas por IA costumam recorrer a uma estratégia de acrescentar mais benefícios, porque acreditam que esse é o melhor caminho para um criativo de sucesso. É por isso que, embora a inteligência artificial seja uma ferramenta importante para profissionais que trabalham com inovação, algumas das suas aplicações não podem substituir a visão do consumidor.
Juliana Honda afirma que a IA também pode ser aplicada na outra ponta, na hora de testar conceitos, oferecendo feedback valioso e de alto nível gerado por essa tecnologia para ajudar as marcas a ter impressões iniciais sobre os possíveis resultados das suas campanhas. Isso não exclui a necessidade de uma investigação exploratória aprofundada ou de uma avaliação baseada no consumidor.
Para a Kantar, o desafio está em equilibrar os insights das máquinas com a interpretação humana, para garantir que os novos conceitos sejam apropriados para a marca por meio de ajustes feitos por especialistas.
Juliana conclui lembrando que “só porque você pode criar algo novo usando IA não significa que deva”. Ela pontua que marcas vistas como inovadoras o fazem com objetivos claros e com intenção de longo prazo, não apenas para aumentar as vendas no curto prazo.
Confira três dicas para melhorar o processo de inovação de uma marca por meio de IA, segundo a Kantar:
Abrace a IA como parte de um processo de inovação híbrida
A experiência humana aumentada pela tecnologia trará os melhores resultados. É preciso pensar em IA como um assistente inteligente, disposto e estimulante. A partir disso, as empresas podem encorajar seus times de criatividade a combinar criatividade humana com o melhor da GenAI para a criação de ideias realmente relevantes.
Lembre-se da experiência humana
Apesar de ser capaz de prever o que pode ser significativo para o público, a tecnologia nem sempre consegue compreender a complexidade de contextos e emoções. Por isso, as empresas devem utilizar uma variedade de técnicas de pesquisa para entender, de fato, o que as pessoas valorizam e como elas provavelmente responderão às inovações da marca. O objetivo é identificar o que pode ajudar a acelerar a adoção da inovação e quais serão as principais barreiras.
Não perca de vista a diferença significativa
A Kantar reforça a necessidade de não cair na mesmice e a importância de destacar-se. Um dos grandes desafios na hora de inovar é oferecer diferenciais significativos aos consumidores. É essencial garantir que ideias geradas a partir de GenAI tragam algo novo, relevante e diferente. Isso vale para etapas como criação de designs, desenvolvimento de protótipos e testes com o público-alvo.
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