A jornada de compra no país é marcada por contradições. Enquanto 67% dos entrevistados no estudo “Do Divã ao Carrinho” (Amazon/WGSN) dizem agir com racionalidade e foco no custo-benefício, 71% admitem que já compraram algo apenas para se sentir melhor — índice que chega a 79% entre jovens de 18 a 24 anos.
Impulsos emocionais descrevem essa lógica: 47% já abandonaram um carrinho online para “pensar melhor” e 71% podem levar de 10 minutos a até três dias entre visualizar um produto e finalizar o pedido. Em função disso, a jornada de consumo não é linear, mas marcada pela convivência de opostos, com consumidores transitando entre razão e emoção, planejamento financeiro e flexibilidade, simultaneamente.
Entre razão e emoção: tensões que moldam o carrinho virtual
O levantamento mostra que 32,1% compram itens de rotina ao menos duas vezes por mês, e 30,7% o fazem duas vezes ou mais por semana. A digitalização é parte importante desse hábito: 62,8% já adquirem produtos recorrentes online pelo menos duas vezes por mês.
O estudo também identifica como “pequenos mimos” são usados para regular o humor. Entre momentos de felicidade, 36% compram itens pequenos e 33% produtos mais caros — índices que sobem para 40% entre pessoas de 25 a 34 anos e 37% na Classe C. Moda e acessórios (56%), alimentação (53%) e beleza e cuidados pessoais (48%) são as categorias mais escolhidas nessas situações.
Quando o humor é negativo, 30% tendem a comprar itens pequenos e 14% optam por produtos de maior valor — comportamento que chega a 35% entre jovens de 18 a 24 anos e consumidores da Classe A. Alimentação (60%), moda e acessórios (54%) e beleza (49%) aparecem novamente como escolhas predominantes.
Black Friday 2025: entre impulso e planejamento
43% dos consumidores já sabem o que querem comprar na Black Friday, enquanto 33% ainda não definiram o que pretendem adquirir. Metade dos entrevistados afirma comprar ao longo de todo o mês, e não apenas no dia oficial da promoção.
As categorias mais desejadas para a Black Friday 2025 incluem roupas e acessórios (53%), beleza e cuidados pessoais (37%), eletrônicos (36%), itens para casa (32%), eletrodomésticos (32%), móveis (29%) e alimentos e bebidas (25%). A renovação do lar aparece como destaque, reforçando a casa como espaço de segurança e estabilidade emocional.
A busca por segurança também orienta decisões de compra: 26% dizem querer a certeza de estar escolhendo corretamente. Em um cenário de rotinas aceleradas, a tolerância a problemas técnicos é baixa. Sites lentos são motivo para abandono de carrinho para 16% dos consumidores e para 40% das pessoas entre 35 e 44 anos.
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